domingo, 7 de janeiro de 2024

A Poesia de Carlos Drummond de Andrade - Espírito -


RESISTENTE INSPIRAÇÃO MATINAL


Cedo à lira que estira desperta
Esta certeza correta, tão certa
Do Universo deste verso,
Cada um
É uma mente perigosamente aberta
Mil amores repentinos acoberta
Costura justa, sobreposta
Em debrum
Vou sair de minha valsa
Fazê-la andar descalça
Dos pés marcados os passos
Dançando os meus sucessos
Comemorando progressos
Mentiroso dos fracassos
.
Por que os versos não aprendem andar sozinhos na vida?
Por que os sozinhos na vida não aprendem os versos?
Por que não aprendem andar os versos sozinhos da vida?

Por que não aprendem andar?
Por que na vida os sozinhos?
Aos saltos e em sobressaltos
Cantando em coro, contraltos
Barítonos, mezzos e baixo
Mil harmônicos encaixo
Derramam-se sobre a alegria.
Dançando os meus fracassos
Mentiroso dos sucessos
Saindo de pés descalços
Obrigado, Deus, Bom Dia!

Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


EDIÇÃO EXTRA!

Sábias mãos desfilam nuas nas praças de seus passados
Encontro em cruzamento infindo de outros eus descaindo
Ao dedilhar colossais desatinos, inúteis viscerais venenos
Na saga incontrolável de afogueada ignorância voluntária.

Os gritos de artifício da alegria fugitiva
A pirotecnia em sapiência tola dourada
A busca incansável do bolor nas flores
Dos sinos, sonhos, as dores e o Nada.

Túnel decifrante nas setas dum labirinto azul brilhante
Becos com saída a resposta óbvia à pergunta sumária
Céus abertos em tarde de futilidades áureas festeiras
Uniformes descorados, o conceito de gala, enganoso

Passos cambiantes de uma cabeça oca,
Riso amarelado de infantilidade, impuro,
Na feroz expressão de instinto, da boca
Existir fulminante na bateia de besteiras

Debatem-se nos cômodos fundos da perene consciência
Os ciganos coloridos a buscar do que foi, estertores frios
A cantilhar em gélidas mãos sem linhas, que fez horrores
Surpreendendo-se às maldades de propósito bem urdidas

Extenuado passo percorrendo na vigília
Desatento da busca de tempo de vazios
Vasculhar refrátil da moeda não achada
Falso mapa do tesouro, riqueza perdida

Retrancando manchetes, titulou a sua enorme insolvência
Pautando solene assunto, a ninguém, só dele, interessava
Copy-descou rotamente, pavorosa estultícia, selo marcado
E um a um caíram ímpios, de calhaus, linotipos multicores

Editou pecados mil tal artigos de quermesse
Diagramando de estilo pessoal delinqüência.
Publicando a notícia e intrigantes falsidades,
Pregou banca o mural vulgar, amor e odores

Fanáticos e céticos da mesma esquina errada são mendigos
De igual burra incerteza crente cego e nihilista, são escravos
Presunção, prepotência contaminada, epidêmicas bobagens
Na lodosa areia da estupidez, a avestruz de cabeça afundada

Foi fanaticamente cético, duvidou mendicante.
Cegamente creu no Fim. Sim, o era, sem se ver.
Verme no monturo o sol negando por cego ser
Ao dar as costas à luz, criou seu mundo escuro


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


VERBUM

Há quanto tempo não reparava
Em mim, de mim, comigo.
Reparar é um verbo importante.
Diferente de mim é regular,
Democrático tiritante, dinâmico, indiscreto.

Vem antes de parar e após o preço refeito.
Não fica só, pois em si contém par, pé, pá e ar.
Diferente de mim...
Tem significados ocultos, dizem que é feitiço.
Reparar... Parar... Preparar...
Repararei.


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


DUENDES DOLENTES

Olhos pássaros
Que esvoaçam
Desembestadamente, sem rumo
Secas folhas
Que vagueiam
Destrambelhadamente flutuam
Nos charcos,
No mangue.
Nos rios,
Nas vias.
Crianças...
Anjos mirrados caídos do mural de Portinari
Duendes bordados de sangue
Sangue de lata de lixo
Brincantes de esconde-esconde
No esguicho da indiferença fria.
De passa-anel com unhas sujas
Embaçando palacianos carros bêbados.
Xô, daqui! Pirralha - grita o velho ladrão.
- Onde está a polícia que não faz nada?-
Esfarfalha ilegal ocupante de favor do Ministério.
Orgulhoso, o jogador balança a corrente de ouro
Cospe a gosma dopada no chão do asfalto lusco
Bradando rosna as fúrias àquela mão implorante.
Desembestadamente,
Destrambelhadamente
Pensam que enganam (engasgam)
Mal sabem que plantam (Más)
O insurpreso futuro da dor.

Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,

No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



SILÊNCIO DOS ANJOS
Psiu... Faz um pouco de silêncio
Uma alma perdida agora dorme.
Almas perdidas às vezes acham
... Aqui...
Se acham, às vezes almas perdidas
Que quando dormem,
(se conseguem)
Não mais acordam, são encontradas
Nas correntes de orações,
Rezadas
Para almas esquecidas que dormem.
Psiu...
Faz agora mais um pouco de silêncio
Porque sinto: sono apressado chega
Não há tempo de colocar meu pijama
Que tem estrelas e anjos
Pintados em roxo claro.
Oremos.


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



CERZIR


Sou eu!

Sim, sou.

Sem Som
Só eu

Sem sol

Sem sul

Sem sal

Sem Céu

Só... Só.

Se sou,

Sôo

Suo

Sem ser

Eu sou.

Soul.

Monossilabicamente reduzido

Por não remendar curto espaço

O acadêmico exercício remoído

De ferrugem consciente que cai

Do teto lato imortais idéias.Vai


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



ENQUANTO EU NÃO MORRER


(A saudade é um trem)


Pedra lisa
Empinada
Levantada
Brilha, brilha
Faz divisa
Entre o Amor
E a Saudade
meio rio
só, vazio
Corre um fio
De demora
Passa hora.
Doce espera
Primavera
Quem me dera
Por um pouco
Aí estar
Caminhar
Na ladeira
Água Santa
Santa Santa
Brilha muito
Pedra lisa
Levantada
Tanta, tanta
De vontade
É verdade
No beijar
Se um anjo
Exorciza
Não me venha
Exorcizar
Só precisa
Pedra lisa
Empinada
Brilha, brilha
Levantada
Filho solto
Esperar
Por um pouco
Quero e quero
Em seu colo
Descansar
De alegria
Berro berro
Trem de ferro
Fura terra
Vem da serra
Vai pro mar
O segredo
No degredo
Nem desvendo
Não pretendo
Desvendar
Brilha, brilha
Muito brilha
Trem tem trem...shhhhhiii
Vou bem, bléin...
Sem também
Piuíiiiiiiii
Amém.
A eterna gratidão de emoção delira
Coração sabe: sempre cabe Itabira.

Carlos Drummond de Andrade (espírito)

Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro Espírita Luz na Estrada- Sabará _MG

Em 15 de Novembro de 2009



Nota da Presidente- A reunião no Celest, no dia 15 de novembro de 2009, devido ao grande número de pessoas presentes teve o horário de início alterado, e teve que ser realizada em ambiente privado, com a participação de 9 pessoas definidas pelo coordenador do Projeto, Padre Aldo. Manifestaram-se pela psicografia os espíritos de Carlos Drummond de Andrade, que deixou 23 mensagens (poemas, sonetos e poesias), a gentil poetisa portuguesa Florbela Espanca (14 sonetos) e os poetas castelhanos Jorge Luis Borges, argentino e o chileno Neftalí R. E. R. Basoalto (Pablo Neruda) ambos com 8 poemas cada um. Pelo caráter revelacionista, reivindicativo ou pessoal de que se revestiram alguns dos poemas de CDA, e todos os dos outros poetas que nos visitaram, estão sendo analisados pelos 48 da relação (definida pelo coordenador), que os estão recebendo e serão colocados em breve (Se Deus quiser) à apreciação dos interessados, via E-book pela Internet.
LLP- centro Espírita Luz na Estrada - Sabará - MG
Leia mais mensagens de Arael Magnus em http://intermedium.spaceblog.com.br/
E em http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/

Ou no You Tube em http://www.youtube.com/tvintermedium?gl=BR&hl=pt#p/u/0/5TvKGGE4MRw


Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
 www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd

BOB MARLEY and KHARIEN- espíritos/ Arael Magnus - canal- ANGEL'S CHOIR

RIO AMARGO- Goiá e Lúcia Belizário- espíritos/ Arael Magnus- canal

RIO AMARGO-
https://www.youtube.com/watch?v=dOYF5v3Q6jg 

clique no link e vá direto ao YOU TUBE




Dentre as 20 melodias recolhidas por Arael no Ceuld , em 15 de outubro de 2016, "Rio Amargo" é um relato incisivo e longo (7 minutos) feito pelos espíritos de Goiá e Lúcia Belizário, acerca do terrível desastre ecológico acontecido em Mariana, que praticamente decretou a falência do Rio Doce. A fim de que o episódio não se repita, a peça enfatiza a necessidade da vigilância quanto aos outros rios "que ainda podem ser salvos". Faz referência à mentira da prática do "green wash" ( lavagem verde) onde as empresas poluidoras fingem adotar programas de proteção ao meio ambiente, principalmente usando a mídia (tv, net, etc), mas que na prática nada funcionam, meras camuflagens. Para os compositores, a visão crítica permanente da comunidade é fator preventivo eficiente.

https://www.youtube.com/watch?v=dOYF5v3Q6jg
RIO AMARGO
Tristonho espio do alto do morro / morrendo o rio pedindo socorro /a lama vermelha poluída envenena / a várzea ferida, horrorosa cena./  Meu coração sangra tal se o rio fosse / horrível tragédia a ambição provocou / foi a ganância que esse mal trouxe / ruína e tristeza a que tudo abalou/ Na morte covarde de meu Rio Doce / grande ecodesastre aqui se consumou.
Vê...que tragédia imensa / a quem essa porqueira compensa? / Vê que enorme tristeza / arrasaram toda  a natureza / Com toda mentira fingem o "green wash" / um tapa na cara, moleque deboche /                 as explicações não corrigem jamais / Mesmo a justiça por mais que se esforce / as mortes, as casas, os danos morais / agoniza o rio, de dor se contorce
a lama qual sangue mostra a negra face / da falta de amor a esse rio que nasce / filho do Piranga, lá na Mantiqueira, / que se une ao do Carmo, em terra mineira / levava fartura, comida e conforto / mas pela usura, agora está morto / podem enrolar, mas não tem mais jeito / sobrou a incúria, faltou o respeito
Talvez disso tudo se tire a lição / para proteger os outros que estão / com o mesmo risco tão grande iminente/ O Rio das Velhas e o Benevente/ do mesmo motivo já estão doentes/ Se protestar, pra isso travar/ talvez se consiga salvar os dois/ mas se a omissão vier novamente/ não adianta chorar depois/
E tem o Mucuri, o Jequitinhonha, o Paraíba, o velho Chico, o Piabanha, o Grande, o Paraopeba, muitos outros que precisam da nossa vigilância...da comunidade não só a ribeirinha em cima das autoridades, dos políticos, dos exploradores gananciosos, dos que matam nossos rios...
São todos culpados não importa o cargo/ quando falo nisso minha voz embargo / por ver que esse bem agora acabou-se/ É um pranto amargo o que era o Rio Doce.

Janis Joplin- espírito- GET UP, JAMES! - (Levante-se James!)


GET UP, JAMES!
 Levante-se, James!
 Janis Joplin
espírito


Get up JAMES

Ah ... james .... uuuuuuuuhhhuhhh / I don't want to see you lying like that, in ' middle of the dirt / I want you to get up ... fix your shirt /
you can, hold my hand ... u understand?
there is still a long way to go ...and clean / now we need to go to New Orleans
to sing a blues,,, so...now wake up (2)   
we need step on all stars ground   /   but you, boldly,  bound 
to get out of this quagmire
brother, goes light up your fire 
get up...get up now   /   get up now  (2) //////  

'cause we have a lot of time / to review those we love...prime     
I don't feel miss things...anything names   /   don't say anything... get up, get up James  
but I miss people, my friends ... start up   /   but I'll only go to them if you get up    /  
get up ... it's time ... get up   /    uhhhhhhhhhhhhh....yeha..(2)..  

 you may not realize...it's a suprise  / 
 but there on other side.. sun shines////   get up, baby... get up james
 We need to get there, without shames (2)                                          
 and you cannot stand there lying / 
 bogged down in that dirt...forget lies  / When you dare to open your eyes
 You'll find someone at your side...  /  who love you (2)  / get up.... I cannot see you out
(solo guitarra).......and wheel keeps spinning..(3)..


Levante-se, JAMES!

Oh ... james .... Eu não quero ver você
encontrando-se assim, no meio da sujeira
Eu quero que você se levantar ... arrume sua camisa
você pode, segure minha mão ... entende?

ainda há muita estrada pela frente ... limpa
agora precisamos ir para Nova Orleans
cantando um blues ,,, então ... agora acorde
precisamos de pisar em todos os chãos de estrela
mas você, corajosamente, ligado
para sair deste atoleiro
irmão, acenda seu fogo
Levante-se agora
Levante-se
Porque nós temos um monte de tempo
para rever aqueles que amamos ... nobre

Eu não sinto falta de muitas coisas ... nomes de qualquer coisa
não diga nada ... levante-se, James
mas eu sinto falta das pessoas, meus amigos ... arranque
mas eu só vou para eles se você se levantar
levante-se ... é hora ... se levantar
você pode não perceber ... é uma surpresa
mas do outro lado .. sol brilha
levanta-te, querido ... levante-se James
Precisamos chegar lá, sem culpa

  e você não pode ficar aí deitado
  atolado nessa sujeira ... esqueça as mentiras
Quando você se atrever a abrir os olhos
Você vai encontrar alguém ao seu lado ... quem você ama
levante-se .... Eu não posso vê-lo fora..
E a roda continua girando!

Esta é uma das 9 melodias recolhidas pelo canal Arael Magnus em 28 de Outubro de 2018 pelo canal Artael Magnus, em Coroa Vermelha- Bahia.

A POESIA DE CECÍLIA MEIRELES - Espírito




ALMAS IMPLUMES


  • Da volta (sem revolta) sinto roçar a brisa
  • Velejo na aurora,
  • Estendida mão amiga
  • No clamor de uma profunda contrição
  • O meu verso a areia morna, fofa, alisa
  • Ouvido ao rebento da cantiga,
  • Tão antiga
  • Do consolar desvelado, inundante emoção.
  • Ó lírios, por que agora pálidos se calam
  • Se de meu passado, dos tropeços tanto falam
  • Com feliz santo amor,
  • Demoníaca intimidade
  • Em veludosas disputas de especial afeição?


  • Talvez por serem filhos de uma estrela
  • Da penumbra que entorpece a quem vê-la
  • Que distante nem se sente tão amada.
  • Talvez por serem as mesmas frias cinzas
  • Voláteis,
  • Novos ares bravios singram
  • Da simulada ternura de fugaz felicidade.


  • Meus reviventes monstros estão contidos
  • Os medos vãos, todos, descomprimidos
  • Como pupilas abertas ao sol, drogadas,
  • No cantar teima perene a vida emergente

  • Da onda, espuma ofertante,
  • Ninho e abrigo
  • Brindando velhos sedentos céus ressentidos.
  • E bailando assim,
  • Num mar de luz, contente
  • A quem se aventurar em se alongar comigo
  • Nas pinças perfumando frases embriagadas...
  • Ao amor tudo avoca,
  • Por direção convergente.


  • Ó, como busco as tão queridas róseas congruências
  • Nas dobras incompletas de pueris inconsequências
  • Nos pavilhões permissos de barcos de lembranças
  • E encontro-me no porto dos poetas,
  • Arteira, cheirosa
  • Em etéreas combinadas surpresas, brincadeiras,
  • Pulando a festejar,
  • Nas nuvens, com as crianças.


  • Pulsa... Pulsa? Pulsa sôfrego dentro do peito
  • Um sentimento espremido,
  • De amor incorreto
  • De querer sem bons modos, de tudo e todos.
  • Egoísmo virginal, nascido ideal,
  • Mas inconcreto
  • Que nada possuiu, mas de si mesma se entrega
  • Inteira, total. Navegar solta, livre, alga passiva.
  • Inconsonante, intangível,
  • Doce possível vigília...
  • Da luz que brilha, alumiando a orla,
  • E não cega
  • Do que era e foi, sem isso negar, possessiva,
  • Ficou assim,
  • Sem nós,
  • Com dós,
  • Os pós, Cecília.


  • Cecília Meireles – (espírito)



  • Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG

  • A Morte da Morte


  • Era ela de mim a pajem, companhia
  • Desde o iniciar do dia
  • Até o fim, em minha noite escura.
  • Surgindo-me em sustos, de tantos jeitos
  • Em dolorosos momentos, abraços
  • Parecia, imperfeitos, um a um,
  • Acompanhar-me os passos.


  • Minha primeira boneca tinha flores
  • Do enterro de meu pai.
  • No berço de lantejoulas uma fitinha rosada
  • A ida de minha mãe,
  • Que minha vó disfarçava.
  • (Minha vó tinha nome de flor e era tronco).
  • Silenciosa, solitária,
  • A criança diferente.
  • Falava com suas sombras, e as ouvia, longamente
  • A boneca, a fita e as sombras, nada mais,
  • Nunca desapareceram.
  • Repetiram-se as visitas. Mais e mais.


  • Náufraga das dúvidas afundei-me em mim mesma
  • E tal sereia nativa, mergulhei em meus mistérios
  • Cantei o canto de réquiem, bradei “Consumatum est”
  • Espalhei flores bem vivas
  • Nas trilhas dos cemitérios.
  • Mas ó!
  • Que surpresa a vida (do que reste), reserva!
  • Prosseguinte altiva, explosiva, conserva
  • Latejante ilhós, do mesmo amor!
  • É semente.
  • A fagulha Divina, eterna, permanente.
  • E tu? Onde estás? Não mais te creio!
  • Que é de teu reinado inclemente,
  • Ceifando alegrias, derramando o pranto,
  • Em casebres, em palácios, em desalento?
  • Agora, velha amiga, não te receio.
  • És morta.
  • Guardando como jóias, pedaços da fantasia,
  • Recomponho da fragrância indizível alegria
  • Que comporta na redoma o cinzel de minha história.
  • E tal Paulo, revelante em toda a sua fortaleza,
  • Retomo o rumo,
  • O prumo,
  • Inexcedível certeza!
  • Morte... (De mim perdeste!...)
  • Onde está tua vitória?

  • Cecília Meireles (espírito)

  • Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG

  • JARDINEIRAS

  • Nas matas, nas jardineiras,
  • Nos caminhos e nos trilhos,
  • Quero ver aquelas flores
  • Com seus perfumes e brilhos.


  • Eis a mágica escondida
  • Nos jardins de todo mundo
  • Lapidar cofre da vida
  • Guardando saber profundo


  • Toda criança precisa
  • Encontrar felicidade
  • Viver na aura da flor,
  • Sentir do orvalho, o frescor,
  • Inocência,
  • Suavidade.
  • Do ovo que faz a larva,
  • Da larva que gera a ninfa
  • Da ninfa a virar falena,
  • Transformação. É a cena
  • É Verdade...
  • Eternidade.


  • No jardim do encantamento
  • Busquei efêmera,
  • O momento
  • Encontrei-o, assim, em cores,
  • Nas desventuras da sorte
  • monturei do esterco, a fonte
  • Pra alimentar minhas flores.

  • Cecília Meireles(espírito)




  • Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG

  • ANIVERSÁRIOS

  • Novos noves de novembro
  • Velhas folhas espalhadas
  • Ramagens de samambaia
  • Escorrendo nas sacadas,
  • Meus outubros, meus janeiros,
  • Meus maios, abris, setembro


  • Velhos setes de novembro
  • Junho, agosto, fevereiro
  • Quem chegar aqui primeiro
  • Ganha um pedaço de bolo.
  • De natal ou aniversário,
  • De março, julho ou dezembro,


  • Se não me engano, me lembro
  • Confirmarei, ora, pois!
  • Esse Oito de novembro
  • Fica no meio dos dois.

  • Cecília Meireles(espírito)


  • Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG


  • SENTIMENTOS EM CRISTAL

  • Quem é esse corsário lindo
  • Que sorridente está vindo
  • Em direção ao meu barco?
  • Deve ser o mensageiro
  • Do meu amor verdadeiro
  • Que há tanto tempo espero.

  • Quem é o marinheiro esguio
  • Que traz esse testamento
  • Qual sentimento vigio?
  • Lembranças dele não guardo.
  • É Cronos? Netuno? Eros?
  • Um príncipe, pirata, um poeta,
  • Talvez algum menestrel,
  • Quem sabe um gênio, um mago?
  • Dúvida... Dúvida... Dúvida,
  • um anjo?


  • E chegando, não pára, passa,
  • Deixando na espuma a graça
  • De adorável olhar desconhecido

  • Melhor que sua existência
  • Mesmo até que a permanência,
  • É, dele, um amor sincero,
  • Sólido e bom, ter sentido.

  • Cecília Meireles – (espírito)



































Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG



Psicofonia de Patativa do Assaré – Espírito –




Em reunião no dia 8 de novembro de 2009, após agradável visita da poetisa Cecília Meireles, que além destas acima, deixou mais 9 trabalhos lindos, em trovas, pensamentos, sonetos e poemas que serão disponibilizados em breve, na internet, via e-books, conforme orientações do coordenador do Projeto, Padre Aldo. Na mesma reunião manifestou-se também o espírito de Patativa do Assaré que deixou uma emocionada mensagem, através da psicofonia, gravada e editada pela TV Sabará, que pode ser ouvida/assistida no You Tube pelo endereço


Leia mais mensagens de Arael Magnus em http://intermedium.spaceblog.com.br/
E em http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/


Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
 www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd