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segunda-feira, 1 de julho de 2024

A Poesia de Carlos Drummond de Andrade - Espírito -


RESISTENTE INSPIRAÇÃO MATINAL


Cedo à lira que estira desperta
Esta certeza correta, tão certa
Do Universo deste verso,
Cada um
É uma mente perigosamente aberta
Mil amores repentinos acoberta
Costura justa, sobreposta
Em debrum
Vou sair de minha valsa
Fazê-la andar descalça
Dos pés marcados os passos
Dançando os meus sucessos
Comemorando progressos
Mentiroso dos fracassos
.
Por que os versos não aprendem andar sozinhos na vida?
Por que os sozinhos na vida não aprendem os versos?
Por que não aprendem andar os versos sozinhos da vida?

Por que não aprendem andar?
Por que na vida os sozinhos?
Aos saltos e em sobressaltos
Cantando em coro, contraltos
Barítonos, mezzos e baixo
Mil harmônicos encaixo
Derramam-se sobre a alegria.
Dançando os meus fracassos
Mentiroso dos sucessos
Saindo de pés descalços
Obrigado, Deus, Bom Dia!

Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


EDIÇÃO EXTRA!

Sábias mãos desfilam nuas nas praças de seus passados
Encontro em cruzamento infindo de outros eus descaindo
Ao dedilhar colossais desatinos, inúteis viscerais venenos
Na saga incontrolável de afogueada ignorância voluntária.

Os gritos de artifício da alegria fugitiva
A pirotecnia em sapiência tola dourada
A busca incansável do bolor nas flores
Dos sinos, sonhos, as dores e o Nada.

Túnel decifrante nas setas dum labirinto azul brilhante
Becos com saída a resposta óbvia à pergunta sumária
Céus abertos em tarde de futilidades áureas festeiras
Uniformes descorados, o conceito de gala, enganoso

Passos cambiantes de uma cabeça oca,
Riso amarelado de infantilidade, impuro,
Na feroz expressão de instinto, da boca
Existir fulminante na bateia de besteiras

Debatem-se nos cômodos fundos da perene consciência
Os ciganos coloridos a buscar do que foi, estertores frios
A cantilhar em gélidas mãos sem linhas, que fez horrores
Surpreendendo-se às maldades de propósito bem urdidas

Extenuado passo percorrendo na vigília
Desatento da busca de tempo de vazios
Vasculhar refrátil da moeda não achada
Falso mapa do tesouro, riqueza perdida

Retrancando manchetes, titulou a sua enorme insolvência
Pautando solene assunto, a ninguém, só dele, interessava
Copy-descou rotamente, pavorosa estultícia, selo marcado
E um a um caíram ímpios, de calhaus, linotipos multicores

Editou pecados mil tal artigos de quermesse
Diagramando de estilo pessoal delinqüência.
Publicando a notícia e intrigantes falsidades,
Pregou banca o mural vulgar, amor e odores

Fanáticos e céticos da mesma esquina errada são mendigos
De igual burra incerteza crente cego e nihilista, são escravos
Presunção, prepotência contaminada, epidêmicas bobagens
Na lodosa areia da estupidez, a avestruz de cabeça afundada

Foi fanaticamente cético, duvidou mendicante.
Cegamente creu no Fim. Sim, o era, sem se ver.
Verme no monturo o sol negando por cego ser
Ao dar as costas à luz, criou seu mundo escuro


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


VERBUM

Há quanto tempo não reparava
Em mim, de mim, comigo.
Reparar é um verbo importante.
Diferente de mim é regular,
Democrático tiritante, dinâmico, indiscreto.

Vem antes de parar e após o preço refeito.
Não fica só, pois em si contém par, pé, pá e ar.
Diferente de mim...
Tem significados ocultos, dizem que é feitiço.
Reparar... Parar... Preparar...
Repararei.


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


DUENDES DOLENTES

Olhos pássaros
Que esvoaçam
Desembestadamente, sem rumo
Secas folhas
Que vagueiam
Destrambelhadamente flutuam
Nos charcos,
No mangue.
Nos rios,
Nas vias.
Crianças...
Anjos mirrados caídos do mural de Portinari
Duendes bordados de sangue
Sangue de lata de lixo
Brincantes de esconde-esconde
No esguicho da indiferença fria.
De passa-anel com unhas sujas
Embaçando palacianos carros bêbados.
Xô, daqui! Pirralha - grita o velho ladrão.
- Onde está a polícia que não faz nada?-
Esfarfalha ilegal ocupante de favor do Ministério.
Orgulhoso, o jogador balança a corrente de ouro
Cospe a gosma dopada no chão do asfalto lusco
Bradando rosna as fúrias àquela mão implorante.
Desembestadamente,
Destrambelhadamente
Pensam que enganam (engasgam)
Mal sabem que plantam (Más)
O insurpreso futuro da dor.

Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,

No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



SILÊNCIO DOS ANJOS
Psiu... Faz um pouco de silêncio
Uma alma perdida agora dorme.
Almas perdidas às vezes acham
... Aqui...
Se acham, às vezes almas perdidas
Que quando dormem,
(se conseguem)
Não mais acordam, são encontradas
Nas correntes de orações,
Rezadas
Para almas esquecidas que dormem.
Psiu...
Faz agora mais um pouco de silêncio
Porque sinto: sono apressado chega
Não há tempo de colocar meu pijama
Que tem estrelas e anjos
Pintados em roxo claro.
Oremos.


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



CERZIR


Sou eu!

Sim, sou.

Sem Som
Só eu

Sem sol

Sem sul

Sem sal

Sem Céu

Só... Só.

Se sou,

Sôo

Suo

Sem ser

Eu sou.

Soul.

Monossilabicamente reduzido

Por não remendar curto espaço

O acadêmico exercício remoído

De ferrugem consciente que cai

Do teto lato imortais idéias.Vai


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



ENQUANTO EU NÃO MORRER


(A saudade é um trem)


Pedra lisa
Empinada
Levantada
Brilha, brilha
Faz divisa
Entre o Amor
E a Saudade
meio rio
só, vazio
Corre um fio
De demora
Passa hora.
Doce espera
Primavera
Quem me dera
Por um pouco
Aí estar
Caminhar
Na ladeira
Água Santa
Santa Santa
Brilha muito
Pedra lisa
Levantada
Tanta, tanta
De vontade
É verdade
No beijar
Se um anjo
Exorciza
Não me venha
Exorcizar
Só precisa
Pedra lisa
Empinada
Brilha, brilha
Levantada
Filho solto
Esperar
Por um pouco
Quero e quero
Em seu colo
Descansar
De alegria
Berro berro
Trem de ferro
Fura terra
Vem da serra
Vai pro mar
O segredo
No degredo
Nem desvendo
Não pretendo
Desvendar
Brilha, brilha
Muito brilha
Trem tem trem...shhhhhiii
Vou bem, bléin...
Sem também
Piuíiiiiiiii
Amém.
A eterna gratidão de emoção delira
Coração sabe: sempre cabe Itabira.

Carlos Drummond de Andrade (espírito)

Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro Espírita Luz na Estrada- Sabará _MG

Em 15 de Novembro de 2009



Nota da Presidente- A reunião no Celest, no dia 15 de novembro de 2009, devido ao grande número de pessoas presentes teve o horário de início alterado, e teve que ser realizada em ambiente privado, com a participação de 9 pessoas definidas pelo coordenador do Projeto, Padre Aldo. Manifestaram-se pela psicografia os espíritos de Carlos Drummond de Andrade, que deixou 23 mensagens (poemas, sonetos e poesias), a gentil poetisa portuguesa Florbela Espanca (14 sonetos) e os poetas castelhanos Jorge Luis Borges, argentino e o chileno Neftalí R. E. R. Basoalto (Pablo Neruda) ambos com 8 poemas cada um. Pelo caráter revelacionista, reivindicativo ou pessoal de que se revestiram alguns dos poemas de CDA, e todos os dos outros poetas que nos visitaram, estão sendo analisados pelos 48 da relação (definida pelo coordenador), que os estão recebendo e serão colocados em breve (Se Deus quiser) à apreciação dos interessados, via E-book pela Internet.
LLP- centro Espírita Luz na Estrada - Sabará - MG
Leia mais mensagens de Arael Magnus em http://intermedium.spaceblog.com.br/
E em http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/

Ou no You Tube em http://www.youtube.com/tvintermedium?gl=BR&hl=pt#p/u/0/5TvKGGE4MRw


Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
 www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd

sábado, 16 de março de 2024

Abertura de Consciências e Horizontes


“O ser Humano não é capaz de imaginar o que não existe”-
Albert Einstein

        Esta frase do conceituado físico moderno descortina um parecer que deveria ser analisado pelos que buscam a Verdade com o sincero desejo de encontrá-la, e para tanto, despidos de todo e qualquer preconceito, juízo prévio. A afirmativa consagra a condição do ser atrasado, ainda em evolução, muito distante do Absoluto, falível, carente e semicego, que o são, em síntese os que vêm para a Terra no cumprimento de suas tarefas. Desta feita, uma análise desse intrigante - e desconfortável para muitos-, axioma, nos revela que, de alguma maneira, em algum lugar, de alguma forma, em tempos diversos, tudo aquilo que nosso pensamento, nossa imaginação, nossa intuição puder conceber, existe. Na oportunidade em que nos trazia essa conclusão, o cientista assustava à sociedade intelectual, ao afirmar que a imaginação era sempre melhor, maior e mais importante que o conhecimento.

          Não foi exposto, mas sub-apreendeu-se que as obras, os inventos, os feitos consagrados a seus autores, são cópias, lembranças ou frutos de revelações externas, misteriosas, místicas, enfim.

          A intuição foi citada como uma das geratrizes desse fenômeno, e justificando sua revolucionária “Teoria da Relatividade”, declina o cientista que obteve estas conclusões, com a frase: “I started to think about what I didn´t know!” - Comecei a pensar sobre o que eu não sabia!

          Afinal, estagnados diante das teses cartesianas (Cogito, ergo sum - Penso, logo existo)- “isso se torna Ilógico, inaceitável, incompreensível”, bradaram os adeptos da ortodoxia filosófica. No entanto, quem traz essa prédica não é um qualquer, do vulgo ou do “fanatic team” mas aquele a quem foi atribuído o mais elevado quociente de inteligência (QI) que a sociedade contemporânea pode mensurar. Declarando sua crença em Deus, Einstein também pontificou o seu lado místico. Corroborando uma lei consagrada por Antoine Laurent Lavoisier - (Dans la nature rien ne se perd, rien ne se crée, tout se transforme ...) e o ensinamento espiritualista completa...(et évolue), o cientista germano-judeu, que até hoje assombra por conclusões atômicas macro e microcósmicas, consolida para nossa civilização um entendimento novo. Compreensão que ao longo dos séculos vem sendo repetida por luminares, líderes espirituais, cientistas, filósofos, sábios, bíblicos profetas, místicos na essência, mas que encontra resistência na ignorância renitente e limitação reinantes, barreiras intransigentes de incredulidade empedernida, viciosa, dogmática.

          A insistência recrudescida em abominar e lançar anátemas contra todos os que se assanham em “perscrutar o insondável”, longe de identificar sabedoria, esconde fraqueza, medo, e entranhado egoísmo, pois os que assim agem se sentem abalados em suas convicções, estremecidos em seus pseudo-fundamentos. Revelam temor, pavor mesmo, aos berros de “Dies der Verdammnis Schreckgebot!” - Este é o mandamento terrível da condenação do diabo!”- no eco da wagneriana saga. E olham para o Céu, assumindo ares de paladinos bastoneados da divindade, como se a eles fosse dada tal autoridade!

          Com o advento das portentosas conclusões auferidas na doutrina dos espíritos, codificada e didaticamente encetada pelo professor de Lião, imaginou-se que pelo menos uma boa parcela da falange patrulhesca e inquisitorial fosse se debruçar sobre os PILARES DA REVELAÇÃO, e à luz da razão, consoante à Fé raciocinada, cuidasse dos chamados fenômenos e práticas herméticos, sem o casuístico e ultrapassado preconceito, sob um estrito crivo crítico, analítico e científico, filosófico e religioso. Desejava-se um térmo-choque de tolerância no mínimo e de real fraternidade, ao máximo.

          Entretanto não se viraram para a luz, para a decepção de uma espiritualidade Superior, que anseia pelas mentes e corações abertos de uma Humanidade coexistente e operosa no amor, no serviço e no saber. O que se vê é um despejar de velhas cantilenas, surradas acusações, revivescentes práticas dos índex, das heresias, da perseguição às bruxas, aos alquimistas, aos mágicos, aos oráculos, aos esotéricos (também com x) aos ciganos, aos iniciados, aos cultores das tradições africanas. Supõem assim conter, com suas imperecíveis fogueiras, torturas e castigos, um fluxo espiritual incessante, inerente à própria condição do inquieto espírito humano. São os mesmos que esparramaram o sangue e a dor, nos campos da maldade, em nome do Cristo, reprisando o ideal das Cruzadas -(Deus Vult!- Deus quer isso!), agora reencarnados e orgulhosamente albergados no códice kardeciano.

          Ao usar de argumentações bolorentas, pobres de essência, detratoras e falsas, tentam não apenas se contrapor, mas debochar de coisas profundas (às quais não conhecem) se utilizando de citações zombeteiras, com o propósito em criar uma pecha de “superstição pueril” sobre assuntos que seus níveis de entendimento ainda não alcançaram. Combatem às práticas dos umbandistas como se estas fossem dilapidárias da exaltação espiritualista, e mesmo cristã, sem reconhecer a excepcional fluência energética que delas se desprendem. Enxergam na simplicidade ingênua dos cultos oriundos das terras dos negros, o explorar de crendices, ao invés do admirável nascedouro de mediunidade genuína, a ser lapidado, orientado, nunca (como fazem) agredido com a fúria destruidora, desmesurada. Lembram na crueldade verbal as “divinais justezas” dos protestantes de Fox, no massacre da Escócia, elegendo de modo gratuito, uma legião de inimigos deles e de Deus!

          Vislumbram em estudos multimilenares, como os cabalísticos, ameaças à integridade espiritual e moral de seus profitentes, baseando-se em ilações superficiais, impróprias, rasteiras, medíocres.

          Esquecem-se de que este “Estudo do Incognoscível” é o berço-matriz de onde surgiram ciências notáveis, como a Astronomia, a Meteorologia, a Química, a Agronomia, alimentando outras como a psiquiatria, a psicologia, ocupando o interesse e a investigação de figuras de elevada estatura no conhecimento, como Platão, Sócrates, Hermes Thot, Pitágoras, Aristóteles, Arquimedes, Johannes Kepler, Galileu, Copérnico, CG Yung, Confúcio, dos oráculos, dos profetas, dos magos de todos os matizes e rincões (dentre os quais Baltazar, Melchior e Gaspar, anunciadores e testemunhas da vinda de Jesus), envolvendo todas as civilizações, dentre as mais desenvolvidas (Caldeus, assírios, mesopotâmios, babilônicos, vedas, coptas, multi-indos, chineses, suevos, escandinavos, orientais, judaicas, gregas, maias, astecas, e outras). Isso tudo, sem citar Kardec, que aí se enquadra, com a Doutrina dos Espíritos.

          Para o achincalhe se valem de figuras de retórica ensebadas pelo ranço de uma pseudo pureza doutrinária míope, que em sua intolerância se constitui num igrejístico arcabouço de preconceitos, discriminação, cercear ideológico, tentativa de aniquilamento da liberdade de pensar, de arguir, de vasculhar, de questionar, (processos insubstituíveis para a aquisição do conhecimento e evolução verdadeiros, plenos).

          Compete ao espírito buscar o saber em suas várias fontes. Como na ode esperantista “Simile al lá faleno ebria de libereco kaj lumo, flirtanta de floro al floro.”

          Tentam qualificar as ciências chamadas de ocultas, tais que a cabala, a numerologia, a astrologia, a tarologia, a quiromancia, a onírica, onomatomancia, e outras, por suas aparições casuais e manifestações mais vulgares, até mesmo mais infantís. Rotulam estudos sérios, superiores, profundos, multisseculares sob a ótica da ação deletéria de insensatos, amadores, curiosos, não poupando aí os qualificativos mais agressivos, mais contundentes, mesmo humilhantes. Isso é tão falso e tão injusto como seria falso e injusto definir o cristianismo pelos desvios dos desequilibrados sexuais que povoam os conventos, ou conceituar o espiritismo a partir das pancadas na parede de Hydesville, ou no amontoar dos códigos de Kardec como frutos das mesas girantes! Seria julgar a Doutrina pelos danos a ela causados por espertalhões que dela se valeram (e se valem) nas inumeráveis fraudes, nas mistificações e desvios (Abusus non tollit usum!)

          A evolução dos conhecimentos científicos em todos as épocas, e com predominância para a contemporaneidade, só tem confirmado as idéias defendidas e cultivadas pelos estudos herméticos. Em nosso cotidiano a presença e influência é indisfarçável, desde o calendário, aos dias da semana (lunedi, sábado, sunday, monday, etc.) com aos assuntos da ação da lua sobre o clima, a vegetação, os ventos, as marés, e por sua vez o sol, na fotossíntese, na energia vital e geral, na interferência da absorção das vitaminas, e daí por diante.

          Na divisão dodecadenal de casas zodiacais se detectam impressas nos indivíduos as qualidades e tendências elementares, essenciais, não generalidades. São assinaturas que distinguem os seres uns dos outros por qualidades intempestivas, definidoras. Parte-se daí para pesquisas mais profundas, sobre as gradativas mutações dos arcanos, dos momentos, das trilogias no fogo, terra, ar e água!. São assinalamentos que revelam aptidões, adequações, o talento, a vocação, a espécie, a estirpe. A aposição de nomenclatura simbólica não elimina a essência substancial. Como o magnésio, tem sua vida química, mesmo tendo sido antes, o fogo do bruxo.

          E o Destino? O que é o Destino? Um enquadramento compulsório da vida, tornando os indivíduos marionetes à mercê dos acontecimentos fatalistas? Claro que não! O Destino é um caminho no qual está determinada a trajetória da missão da existência. A forma, a maneira, a qualidade e a elaboração estão (aí sim!) condicionados ao Livre Arbítrio, à vontade de cada um. Mas, esse caminho tem limites e precondições, sendo consequência, em sua quase totalidade, dos acontecimentos pretéritos, confirmando o dístico cristão- “o plantio é livre, a colheita é obrigatória!”. É a Lei da Justiça e da Misericórdia Divina, na permissão da escolha (antecipada) dos carreiros a trilhar. Lembro aqui a frase zíngara- “Lia strada può variare, ma che è la strada.”- Pode-se variar na estrada, não mudá-la. O Livre Arbítrio estará condicionado àquela escolha. Cumpri-lo ou não depende da disposição, do interesse, do esforço, da boa vontade de cada um. Pode o ser humano conhecer esse caminho com antecedência, se ajudando, se orientando, definindo estratégias de enfrentamentos e evitando os riscos? Certo e justo que pode! É semelhante ao que hoje a ciência faz com o Deoxyribo-Nucleic-Acid -DNA- que determina de forma “ditatorial” os atributos genéticos, as qualidades e compleição física, como as fragilidades e predisposições. É impositiva, e carimba parâmetros, projetando o futuro. Mediante as informações e o conhecimento o indivíduo se cuida ou não, desenvolve-se ou não, dentro de sua liberdade de agir. Mas terá olhos castanhos ou azuis, predisponência ao diabetes ou aptidão ao atletismo, e isso pode ser lastreado mesmo antes que o espírito reencarne! No caso das ciências herméticas, vemos ser possível antever o futuro, ou seja, a estrada, num entendimento do “DNA” espiritual, mental, intelectual, com as tendências e talentos, fraquezas e inclinações.

          Estes comentários propedêuticos, ilustrativos, trazem em seu bojo o delinear inteligível do quanto é imperioso um cuidado maior dos que se aventuram a falar do assunto, condenando-o levianamente sem possuírem conhecimento para tanto. São os mesmos, certamente, a repetir o tribunal da igreja de Roma, sentenciando Galileu (“Eppur si muove”).

          Voltando ao Codificador, não nos esqueçamos de que ele se mostrou um observador profundo, místico em sua acepção mais acurada, de acentuado quilate e fulgor. Abandonando o ceticismo pragmático e refratário, absorvidos em sua vida secular de educador, com acentuação luterana, o prof. Denizard Rivail encarna (ou reincorpora) a figura do misterioso e oracular sacerdote druída, Allan Kardec, nome este que lhe foi revelado na mesa da quiromante Mme.Annelise Dorfand, sobrinha da famosa cartomante Mme. Lennormand*, de Alencon. E o próprio LHDR insiste na fixação de seu pseudônimo! Com clareza Kardec deixou gravadas suas impressões, como em “A Tiara Espiritual” - Obras Póstumas-, e outras, em nova consulta, desta vez com Mme.Du Cardonne, em Paris, pois ali enxergava ele uma manifestação da “dupla vista”, qualidade mediúnica própria de alguns sensitivos. Sem o histérico estardalhaço dos presunçosos “juízes desvairados”, adeptos do falar romeno “Nu vazut si nu a placut” - não vi e não gostei!- Kardec regista sua maneira de pensar, deixando entrever nesta, a salutar indagação, a hipótese construtiva, estímulo ao perquiridor. Do mesmo modo aceita e divulga, alardeia sem repulsas e estrebuchos, a proteção que lhe é oferecida pelo espírito que se identifica como Zéfiro (um ser mitológico, hermafrodita, chamado “o vento do Oeste”, que fecundava as éguas da Lusitânia). Mesmo que interpretações distorcidas posteriores possam substituir sua evidente valorização do que ele chamou de “ruptura do conceptual”, o mestre lionês não se entrincheirou em muros contentórios, mas construiu pontes e acessos, para o que ele não entendia, não conhecia, não tinha ainda uma explicação lógica. E como fundamento basilar, define como regra - Espíritas, Amai-vos e Instruí-vos! E aditamos o brado croata: ”Nema spasenja pojedinca” -

          Que os assacadores de opiniões condenatórias, eternas cassandras de plantão, se repliquem no lema da tese socrática, obtida no portal do Templo de Delphos, e conheçam-se a si mesmos, em sua rasa profundidade e parcos limites, antes de chacoalhar, de modo grosseiro, conceitos e pregações, que deixam os menos preparados, distantes das verdades maiores. A herança espiritual deixada por muitos luminares, inclusive por Kardec deve se pontuar, não pela posição excomuniatória que alguns tem adotado, mas pelo sistemático reinado do equilíbrio e verdade. O pseudenominado de Lião recebeu o merecido brasão de “O Bom Senso Encarnado” conferido por ocasião do enterro de seu corpo pelo amigo e confidente Camille Flammarion, que dentre outras virtudes intelectuais extraordinárias gostava sempre de ser identificado como um astrólogo e astrônomo que o era.

           Benata estu l’amo... Laüdata stu Dio!- O amor seja bendito, e Deus seja louvado!

Francisco Valdomiro Lorenz - espírito

Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus no Celest-Centro Espírita Luz na Estrada em 12 de Julho de 2009- Sabará-MG
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UMA PEQUENA HISTÓRIA-

Pela pertinência ao assunto que cerca o fato, revelo-o, não de modo inédito: Certa feita, em 1946, com alegria, tive o encantado prazer em conversar com o inadjetivável pela grandeza, Francisco C. Xavier, num encontro “casual” na porta de uma livraria, no centro da cidade paulistana. Estando de passagem pelo local e atraído como dezenas de outras pessoas, pelo anúncio da presença do já consagrado psicógrafo, estava ali quando ouvi com indizível surpresa, o chamamento do próprio, em meio a tantos ilustres acompanhantes: -Lorenz... Lorenz... Venha pra cá... - chamava-me ele pelo nome, em calorosa intimidade, estranhável a muitos, pois que nos conhecíamos através de algumas correspondências trocadas, que não passavam de meia dúzia. Mas, abraçando-me com carinho legítimo, pegou-me pelo braço, na porta do estabelecimento. Sob os olhares assustados de alguns dirigentes e outros imponentes representantes da mais acirrada ortodoxia kardecista, apresentou-me: ”-Este irmão aqui é meu xará... Francisco... Lorenz é o maior ocultista que esse país já conheceu...”, exagerava o “Anjo Amor”, para o escândalo e estupefação, e por que não dizer, indignação de muitos que o anfitrionavam. Confidenciou-me então: - Vou enviar a você, em breve, um material mediúnico acerca de informações trazidas por Swami Vivekananda, pois podem interessar ao Círculo Esotérico! ” - Como de fato ocorreu, recebi indicações preciosas vindas do monge, iogue e filósofo hindu, fundador da Missão Ramakrishna, cujo material extremamente útil foi (e é) divulgado, calcado exatamente na prática da Fraternidade, do espiritualismo universal, na compreensão dos seres, sem que haja necessidade de se servir do discurso religioso para estimular as facções ou as posturas vindas do fanatismo, orgulho, prepotência!

Francisco Valdomiro Lorenz - espírito-

Recebida pelo médium Arael Magnus em 12 de Julho de 2009 no Celest - Centro Espírita Luz na Estrada. -Sabará MG

Obs.do canal receptor - Antecipando o inevitável e esperado despejar de acusações feitas por vigilantes e fiscais do espiritismo, literalmente “encarnados” pela intolerância, donos do "SPC do Céu" manifesto meu total apoio sobre as informações trazidas pelo querido espírito do prof. Lorenz, fazendo desse manifesto um atestado necessário para esclarecimentos muito oportunos, sendo eles identificados com a maneira que eu penso. (Arael Magnus)

Nota- *Marie Anne Adelaide Lenormand nasceu em 1772, em Alencon, França. Pertencia a uma família gitane provinda da Catalunha (Espanha), de tribo Callin.Sinti, de cuja raiz na Ucrânia, nos arredores de Kiev, também fazia parte Myron Magnuvitch. Por sua vez, Myron, após ter sido expulso da Áustria pelo intolerante regime, que fez também vítima o autor FV. Lorenz e família, veio para o Brasil, desembarcando no litoral capixaba no início do Século XX, de onde rumou para o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, pelo Rio Mucuri. Myron Magnuvitch no Brasil virou João Lage. O canal Arael Magnus é cigano por etnia, neto de Myron, por parte de mãe, e por parte de pai, Lazzarotti Giulio, zíngaro proveniente da região de Padova na linhagem da tribo de Zatta, de gerúndio hindu.

(Nota de Lídia Luiza Passos- Presidente do Celest- Sabará MG- 2009)

Ouça músicas mediúnicas recebidas por Arael Magnus clicando no link
http://www.youtube.com/tvintermedium?gl=BR&hl=pt e leia mais mensagens de Arael Magnus em http://intermedium.spaceblog.com.br/

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

MARIMBONDOS NO POÇO


Há mais de 30 anos atuo numa região de recomposição e resgate, muito conhecida pelos espíritas como “umbral”. Seria como o simbólico “purgatório” dos católicos. Na última passagem fui padre, numa região do triângulo mineiro, onde tive, no início do Século recém findo, contato direto com o professor Eurypedes Barsanulfo, já que a cidade de Sacramento também pertencia à paróquia onde eu exercia o sacerdócio.

Por designação desse Apóstolo do Bem, sem méritos para isso, desde 1977 coordeno o trabalho de apoio e recuperação de irmãos que, encarnados, possuíam talentos artísticos, sobretudo musicais. Meu relato agora se refere a outro tipo.

Tenho observado, aqui no umbral, um expressivo aumento da população espírita, com pessoas de notável conhecimento doutrinário, principalmente nas regiões mais inferiores, onde os humores são muito pesados, com insuportável calor, alternado por frios inclementes, lama e substâncias gelatinosas, caldos de cheiro repelente e aparência repugnante. É o que chamamos aqui simplesmente de “poço”. Importante observar que a revolta do ser simples tem uma aparência e efeitos ruins a seu redor, mas a do culto, ilustrado, ornado com títulos e saberes, é um espetáculo tenebroso, na acepção mais perversa do termo. O espectro semelhante a lavas vulcânicas, que se forma em torno e sobre esses pobres irmãos, é arrepiante, tremendo, auto-gerados, com formações próprias, na insubordinação. Uma barrela de tons lúgubres, malcheirosos.

E nos informam os obreiros que trabalham no socorro a estes infelizes seres, da dificuldade em fazer com que eles se recomponham. Porque àquele que não conhece a Verdade, ou dela pouco sabe, quando a descobre, dissolve suas culpas no arrependimento, e se transforma, em pouco tempo. Mas, o que dizer ao que detém conhecimentos e informações que costumam estar até acima dos que os abordam? Com isso, geram uma forte energia negativa, sulfurosa, que remonta às visões de Alighieri sobre o inferno. A revolta provém das dores intensas produzidas nas quedas morais e mentais, que carregaram consigo. As reações ânimo-energéticas afetam as estruturas do perispírito retido, causando dor profunda, contínua. E os irmãos, evoluídos em teoria, mas falhos em algumas atitudes definidas como muito graves, não aceitam a prova, rebelando-se na maior parte das vezes. E clamam por Jesus, por Deus, pelos amigos que estejam em posição superior. A maioria passou na existência carnal grande tempo a pregar, sem vivenciar. Mas, devido à gravidade dos erros acumulados, precisam atravessar períodos de expiações, que agravados pela contumácia são ampliados, elastecidos.

É importante observar que, o maior sofrimento e a dose de mais intensa prova geralmente são conferidas aos religiosos de todos os segmentos, e sobretudo, ultimamente, aos espíritas. Isso nos faz lembrar Jesus, na advertência de que ao que muito for dado, muito será pedido.

E quais são essas faltas de tamanha gravidade? Muitas vezes as cometemos sem nos darmos conta de sua profundidade. Este é o fundamental objetivo dessa mensagem.
Exemplifico- Certo dirigente espírita das Minas Gerais, de grande vulto. conhecido pela erudição e liderança, ao se encaminhar, após o desencarne consciente, para o setor de triagem, se surpreendeu por ser designado às regiões umbralinas. Sob a acusação de discriminação, racismo e orgulho aviltado, foi-lhe mostrado, na tela da vida, os atos e os efeitos, que produziram feridas morais enormes nos atingidos e precipitaram discípulos e seguidores em erros também de grande monta. E tudo estava sintetizado em um pequeno folheto, um impresso, de dimensões pequenas, que trazia um trecho da chamada “Pureza Doutrinária”. Nesse informe alertava ao mundo sobre a Verdade da Doutrina espírita, da necessidade em seguir Kardec (O Codificador sempre reagiu a isso, pedindo, ao revés, que sigamos Jesus), e condenava veementemente aos cultos místicos, a que chamou de supersticiosos e inferiores, citando de modo condenatório, pessoas que usavam o termo “espírita” para trabalhos em terreiros, e em outros locais, numa inclemente censura aos praticantes dos atos de magia, esoterismo e de origem africana. Cerca de 800 mil desses folhetos já foram distribuídos, em diversas impressões, espalhados em muitos lugares, o que, infelizmente continua até hoje. Nessa miscelânea, e baseado na “bula” muitos julgaram poder agredir, ou mesmo desprezar os que, por razões diversas, decidem por práticas diferentes do culto a Deus. Aí, o “ não julgueis para não serdes julgados” era mera teoria. E o “amai-vos uns aos outros” se esquadrinhava apenas nos limites dos festivos salões de palestras. Acolher, ensinar, orientar, compreender não servia. Os méritos conseguidos em vida pelo esforçado dirigente eram grandes, mas, a quota de dívidas auferida pelos efeitos de tão desastrosa empreitada era muito maior.
Sofre muito ainda o nosso irmão. E isso prosseguirá até que compreenda e se arrependa, de verdade. O radicalismo de uma ortodoxia discriminatória é um grave e deletério descaminho.

Temos rogado em nossas orações para que a consciência venha rápida. Não tem vindo, pois ele insiste em ser socorrido por altas patentes celestes.
Jesus, e todas as doutrinas e religiões que dEle se derivam não precisam de defensores, menos de fiscais. O punho cerrado tem que ser trocado pela mão estendida. Acreditamos que o Mestre espere menos marimbondos e mais abelhas!

Propagar, difundir, espalhar, ensinar os preceitos firmados pelo Divino Mestre é indispensável. Porém, jamais devemos nos descuidar das frestas por onde entra o mal, ou por onde sai o ódio, que podem, como temos assistido, intoxicar e comprometer todo o bem que é feito, às vezes de uma vida inteira. “Amai-vos e instruí-vos”, na exortação do ínclito codificador aos espíritas não cria privilégios nem superioridade formal, mas aumenta a responsabilidade em servir, em praticar, indiscriminadamente, o amor de Cristo!

Muitos destes deteriorados irmãos, vigiaram os outros, o mundo, e se esqueceram de vigiarem-se a si próprios. Assim, assistimos a subida a planos luminosos de caridosos seres, que passaram pela vida sem grandes conhecimentos, mas auxiliaram na elevação e no Bem ao semelhante, mesmo porfiando em humildes e despojados terreiros, tendas, barracos e cafuas.

Enquanto isso, laureados e amedalhados “doutores de Deus” são conduzidos a regiões pantanosas e de sofrimento, para o acerto de contas, inevitável, com as próprias consciências. Enquanto descem, imploram o apoio de amigos e exigem, sem eco, a ajuda e intercessão do Papa, Lutero, Kardec, Chico Xavier e outros. Em vão.

- Pe Aldo -

Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus em sessão pública no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada, em 17 de Janeiro de 2009.
Fundoamor- Fundação Operatta de Amparo e Orientação- Sabará MG
- fundoamo@gmail.com
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domingo, 7 de janeiro de 2024

A POESIA DE CECÍLIA MEIRELES - Espírito




ALMAS IMPLUMES


  • Da volta (sem revolta) sinto roçar a brisa
  • Velejo na aurora,
  • Estendida mão amiga
  • No clamor de uma profunda contrição
  • O meu verso a areia morna, fofa, alisa
  • Ouvido ao rebento da cantiga,
  • Tão antiga
  • Do consolar desvelado, inundante emoção.
  • Ó lírios, por que agora pálidos se calam
  • Se de meu passado, dos tropeços tanto falam
  • Com feliz santo amor,
  • Demoníaca intimidade
  • Em veludosas disputas de especial afeição?


  • Talvez por serem filhos de uma estrela
  • Da penumbra que entorpece a quem vê-la
  • Que distante nem se sente tão amada.
  • Talvez por serem as mesmas frias cinzas
  • Voláteis,
  • Novos ares bravios singram
  • Da simulada ternura de fugaz felicidade.


  • Meus reviventes monstros estão contidos
  • Os medos vãos, todos, descomprimidos
  • Como pupilas abertas ao sol, drogadas,
  • No cantar teima perene a vida emergente

  • Da onda, espuma ofertante,
  • Ninho e abrigo
  • Brindando velhos sedentos céus ressentidos.
  • E bailando assim,
  • Num mar de luz, contente
  • A quem se aventurar em se alongar comigo
  • Nas pinças perfumando frases embriagadas...
  • Ao amor tudo avoca,
  • Por direção convergente.


  • Ó, como busco as tão queridas róseas congruências
  • Nas dobras incompletas de pueris inconsequências
  • Nos pavilhões permissos de barcos de lembranças
  • E encontro-me no porto dos poetas,
  • Arteira, cheirosa
  • Em etéreas combinadas surpresas, brincadeiras,
  • Pulando a festejar,
  • Nas nuvens, com as crianças.


  • Pulsa... Pulsa? Pulsa sôfrego dentro do peito
  • Um sentimento espremido,
  • De amor incorreto
  • De querer sem bons modos, de tudo e todos.
  • Egoísmo virginal, nascido ideal,
  • Mas inconcreto
  • Que nada possuiu, mas de si mesma se entrega
  • Inteira, total. Navegar solta, livre, alga passiva.
  • Inconsonante, intangível,
  • Doce possível vigília...
  • Da luz que brilha, alumiando a orla,
  • E não cega
  • Do que era e foi, sem isso negar, possessiva,
  • Ficou assim,
  • Sem nós,
  • Com dós,
  • Os pós, Cecília.


  • Cecília Meireles – (espírito)



  • Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG

  • A Morte da Morte


  • Era ela de mim a pajem, companhia
  • Desde o iniciar do dia
  • Até o fim, em minha noite escura.
  • Surgindo-me em sustos, de tantos jeitos
  • Em dolorosos momentos, abraços
  • Parecia, imperfeitos, um a um,
  • Acompanhar-me os passos.


  • Minha primeira boneca tinha flores
  • Do enterro de meu pai.
  • No berço de lantejoulas uma fitinha rosada
  • A ida de minha mãe,
  • Que minha vó disfarçava.
  • (Minha vó tinha nome de flor e era tronco).
  • Silenciosa, solitária,
  • A criança diferente.
  • Falava com suas sombras, e as ouvia, longamente
  • A boneca, a fita e as sombras, nada mais,
  • Nunca desapareceram.
  • Repetiram-se as visitas. Mais e mais.


  • Náufraga das dúvidas afundei-me em mim mesma
  • E tal sereia nativa, mergulhei em meus mistérios
  • Cantei o canto de réquiem, bradei “Consumatum est”
  • Espalhei flores bem vivas
  • Nas trilhas dos cemitérios.
  • Mas ó!
  • Que surpresa a vida (do que reste), reserva!
  • Prosseguinte altiva, explosiva, conserva
  • Latejante ilhós, do mesmo amor!
  • É semente.
  • A fagulha Divina, eterna, permanente.
  • E tu? Onde estás? Não mais te creio!
  • Que é de teu reinado inclemente,
  • Ceifando alegrias, derramando o pranto,
  • Em casebres, em palácios, em desalento?
  • Agora, velha amiga, não te receio.
  • És morta.
  • Guardando como jóias, pedaços da fantasia,
  • Recomponho da fragrância indizível alegria
  • Que comporta na redoma o cinzel de minha história.
  • E tal Paulo, revelante em toda a sua fortaleza,
  • Retomo o rumo,
  • O prumo,
  • Inexcedível certeza!
  • Morte... (De mim perdeste!...)
  • Onde está tua vitória?

  • Cecília Meireles (espírito)

  • Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG

  • JARDINEIRAS

  • Nas matas, nas jardineiras,
  • Nos caminhos e nos trilhos,
  • Quero ver aquelas flores
  • Com seus perfumes e brilhos.


  • Eis a mágica escondida
  • Nos jardins de todo mundo
  • Lapidar cofre da vida
  • Guardando saber profundo


  • Toda criança precisa
  • Encontrar felicidade
  • Viver na aura da flor,
  • Sentir do orvalho, o frescor,
  • Inocência,
  • Suavidade.
  • Do ovo que faz a larva,
  • Da larva que gera a ninfa
  • Da ninfa a virar falena,
  • Transformação. É a cena
  • É Verdade...
  • Eternidade.


  • No jardim do encantamento
  • Busquei efêmera,
  • O momento
  • Encontrei-o, assim, em cores,
  • Nas desventuras da sorte
  • monturei do esterco, a fonte
  • Pra alimentar minhas flores.

  • Cecília Meireles(espírito)




  • Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG

  • ANIVERSÁRIOS

  • Novos noves de novembro
  • Velhas folhas espalhadas
  • Ramagens de samambaia
  • Escorrendo nas sacadas,
  • Meus outubros, meus janeiros,
  • Meus maios, abris, setembro


  • Velhos setes de novembro
  • Junho, agosto, fevereiro
  • Quem chegar aqui primeiro
  • Ganha um pedaço de bolo.
  • De natal ou aniversário,
  • De março, julho ou dezembro,


  • Se não me engano, me lembro
  • Confirmarei, ora, pois!
  • Esse Oito de novembro
  • Fica no meio dos dois.

  • Cecília Meireles(espírito)


  • Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG


  • SENTIMENTOS EM CRISTAL

  • Quem é esse corsário lindo
  • Que sorridente está vindo
  • Em direção ao meu barco?
  • Deve ser o mensageiro
  • Do meu amor verdadeiro
  • Que há tanto tempo espero.

  • Quem é o marinheiro esguio
  • Que traz esse testamento
  • Qual sentimento vigio?
  • Lembranças dele não guardo.
  • É Cronos? Netuno? Eros?
  • Um príncipe, pirata, um poeta,
  • Talvez algum menestrel,
  • Quem sabe um gênio, um mago?
  • Dúvida... Dúvida... Dúvida,
  • um anjo?


  • E chegando, não pára, passa,
  • Deixando na espuma a graça
  • De adorável olhar desconhecido

  • Melhor que sua existência
  • Mesmo até que a permanência,
  • É, dele, um amor sincero,
  • Sólido e bom, ter sentido.

  • Cecília Meireles – (espírito)



































Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG



Psicofonia de Patativa do Assaré – Espírito –




Em reunião no dia 8 de novembro de 2009, após agradável visita da poetisa Cecília Meireles, que além destas acima, deixou mais 9 trabalhos lindos, em trovas, pensamentos, sonetos e poemas que serão disponibilizados em breve, na internet, via e-books, conforme orientações do coordenador do Projeto, Padre Aldo. Na mesma reunião manifestou-se também o espírito de Patativa do Assaré que deixou uma emocionada mensagem, através da psicofonia, gravada e editada pela TV Sabará, que pode ser ouvida/assistida no You Tube pelo endereço


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