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segunda-feira, 29 de abril de 2024
Grande Lição de Kardec
“E ele esteve entre vós, e não o reconhecestes” – Jesus-(Mt 17:12-13)
Estas palavras do Mestre sobre João Batista, mostram que é antiga a pouca atenção da Humanidade com quem está à sua volta. Muitos- milhares certamente- de seres extraordinários, cumprindo missões gigantescas, passam pelo mundo, não são percebidos, e somente depois, muito tempo depois, descobre-se a grandiosidade e a importância de suas presenças e de suas obras. Às vezes.
Um dos mais intrigantes, e que mais suscitam hipóteses, casos de possíveis voltas, se baseia na promessa feita em torno de Allan Kardec- nosso querido lionês- onde o codificador da Doutrina Espírita, em suas “Obras Póstumas”, revela que o Espírito da Verdade advertia sobre sua ida, em breve para o plano espiritual, com seu retorno à Terra -”Para dar continuidade ao trabalho de consolidação da Doutrina do Paráclito”- nos primeiros anos do Século XX.
Não é uma sugestão, uma proposição ou desejo. Não é uma figura de retórica. É uma promessa! Não é uma revelação de vontade pessoal, mas determinação firmada.
Partindo de quem partiu, seguramente se pode ter a certeza de que, findo o século XX, escoado o tempo razoável de tolerância, “ele esteve entre vós e não o reconhecestes”. Aliás, ele está. O Educador, organizado, metódico, sistêmico, enérgico, elevado, de ampla cultura, de profundidade, altura e autoridade que permitem conversar com o Mestre Jesus em amorável intimidade, esteve e está entre nós.
Sem que sejam necessários exercícios burlescos de transformação radical de personalidade, estilo e essência (que os espíritos sempre guardam entre si, como partículas desinentes de individualidade e de conquistas pretéritas), podemos identificá-lo, com todos as matizes e nuances, incorporadas e refletidas nas ações daquele que na opinião do ínclito Camille Flammarion, era o “Bom senso encarnado”.
Após sucessivas vidas de sacrifício e apostolado, permeando sempre os caminhos da busca da Evolução, não descansando e nem se rendendo às inclementes resistências que lhe opunham as forças comprometidas com o atraso, esteve presente em todas as fases importantes da Humanidade, nos últimos milênios, se constituindo em expoente farol, a revelar as verdades, indicando o roteiro, esclarecendo e ensinando. Sobretudo ensinando.
Por 75 anos ininterruptos teve ele contato direto e quase que diário com todos os profitentes e estudiosos da ciência, filosofia e religião espírita . Desde 27 de Julho de 1927.
Allan Kardec é Emmanuel!
Após passar por diversos períodos de sua própria ascensão, o superior espírito volta à Terra, numa permanência de mais de 70 anos, coordenando, orientando, em apoio e harmonia com o também imensurável Apóstolo Chico Xavier. Desde 1927, sob o clarim angélico de Carmen Perácio, Emmanuel assume ao lado de Chico, a coordenação dos trabalhos de crescimento da e pela Doutrina do Consolador. Ao lado porque é assim que trabalham, sob a regência una e majestosa de Nosso Amado Jesus!
Sim, Emmanuel também foi Manoel de Nóbrega (rígida semelhança, na autoridade, liderança, cultura e atitude!), como o foi Públio Lêntulus, Nestório e daí se enchem dois livros. Mas, é em Kardec que consolida sua posição firme de pioneiro, desbravador das trevas do mundo, com as verdades do Divino Mestre. Notícias de entidades muito iluminadas nos falam de seu papel importante no Mundo Antigo, na figura extraordinária do profeta Samuel. A propósito,lendo o Velho Testamento, no livro I de Samuel, em seu capitulo 28, em seus versículos 1 a 25, podemos participar de uma completa sessão espírita com manifestação mediúnica, de Samuel para Saul, através da intermediação de Neriah, a feiticeira (médium) de En Dor.
Cumprindo fielmente sua promessa, esteve por 71 anos, muito presente, dia a dia, com palavras diretas e insofismáveis, com didática irreprochável, expungindo as dúvidas, de modo claro, em lições de verdade irretorquível, a serviço da Terceira Revelação.
Como sempre soe, hão de surgir as questiúnculas e interrogações. Mas as dúvidas são o caminho da sabedoria, no conceito aristotélico, corroborado por Jesus, que só nos permite a excelsa libertação após conhecermos a Verdade!
E é o próprio Emmanuel/Kardec quem nos traz a elucidação daquela questão, que seria talvez, se não a mais importante, a mais freqüente: No Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu Capítulo XI, tomo 11, temos uma carta sobre o “Egoísmo” assinada pelo espírito “Emmanuel”. O signatário daquela mensagem, por razões próprias adotou esse codinome, não sendo entretanto, aquela, a mesma pena a do escritor de “Paulo e Estevão” e mais de 110 obras diretas. Mas, o pseudônimo era bom, e se adequava às proposições preliminares, como o do adotado de ancestrais druidas, pelo então professor-cientista Leon Hippolyte. Além do mais era uma homenagem a seu grande companheiro, elevado e sábio espírito de Swedenborg, que também era Emanuel.
Isso explica, de modo pleno, a razão de não ter Chico Xavier, ao longo de seu missionato tão longevo, recebido qualquer linha assinada por Allan Kardec. Que incoerência seria, admitir que o Codificador não se comunicava via mediúnica, e que um dos maiores interlocutores da espiritualidade, encarnado, não possuísse a sensibilidade de conectar-se ao Codificador da Doutrina que ele tanto difundiu! Óbvio que aí, aqueles que imaginaram ter sido Chico a volta de Kardec, afirmarão ser esta, uma prova inconteste, de que o doce e afável rapazote de Pedro Leopoldo voltasse à lide carnal, depois de abrigar a autoritária e retumbante personalidade do professor francês! É como se coligíssemos, à partir disso, a reencarnação, próxima e seqüente, de um arrebatado e belicoso gladiador, numa suave e sensível “prima donna” do ballet clássico. A função indispensável do perispírito estaria aí comprometida, em essência, contrariando aos próprios ensinamentos obtidos no “Pentateuco kardequiano”, a respeito da sucessão das existências e os resquícios remanescentes de personalidade impregnados de modo indelével.
“Mas-”, dirão, os obstantes, “o que importa isso para a Doutrina Espírita?”. Importa muito!. Trata-se além de um compromisso cumprido, mais uma extraordinária lição trazida até nós por Kardec/Emmanuel, na evidenciação de que “voltar” não é necessariamente estar no cárcere da carne, mas na plenitude do juízo, da razão e da coerência, com a Verdade trazida a nós por Jesus Cristo. Aliás, como Ele estará voltando, em Glória e Espírito até nós, sem precisar se submeter (de novo?) à estupidez e barbárie de criaturas tomaicas e atrasadas, o que aliás ainda caracteriza a maioria. Sabemos que muitos ainda ardem-se por dentro, no desejo de reviver os espetáculos dos martírios e calvários. Certas manias antigas são difíceis de ser abandonadas!
Porém, os tempos são chegados, e Ele está voltando, em Vitória e Luz! A lição, sobretudo aos espíritas, retentores da maior quota de Revelações que foram feitas à Humanidade, está sendo ministrada por Emmanuel/Kardec. Debrucemo-nos sobre ela. É a regência consagrada do espírito sobre a matéria!
Quando aceita, e vira certeza, a Verdade alimenta, e os males das imprecações errôneas são corrigidos. Assim, os empedernidos em suas opiniões deixarão as suposições vazias e estéreis para a confrontação da realidade, estuário seguro da fé raciocinada.
Francisco Valdomiro Lorenz
NB- Essa informação me foi dada pelo próprio Emmanuel, em 2 de Janeiro de 1976, quando este sábio mentor elaborava o prefácio do “Esperanto Kiel Revelatio”. A seu pedido autorizou-me divulgá-la 33 anos depois. Compromisso firmado, promessa cumprida. (FVL)
Mensagem recebida em sessão pública, em 23 de Dezembro de 2008, em Esperanto, pelo médium Arael Magnus, no CELEST- Centro Espírita Luz da Estrada- Fundoamor - Fundação Operatta de Amparo e Orientação- Estrada Velha de Nova Lima, 1275- Castanheiras- Sabará- MG em 23 de Dezembro de 2008- fundoamor@gmail.com;
Viva 2009- 150 anos do nascimento de LL Zamenhof-
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quinta-feira, 18 de janeiro de 2024
MARIMBONDOS NO POÇO
Há mais de 30 anos atuo numa região de recomposição e resgate, muito conhecida pelos espíritas como “umbral”. Seria como o simbólico “purgatório” dos católicos. Na última passagem fui padre, numa região do triângulo mineiro, onde tive, no início do Século recém findo, contato direto com o professor Eurypedes Barsanulfo, já que a cidade de Sacramento também pertencia à paróquia onde eu exercia o sacerdócio.
Por designação desse Apóstolo do Bem, sem méritos para isso, desde 1977 coordeno o trabalho de apoio e recuperação de irmãos que, encarnados, possuíam talentos artísticos, sobretudo musicais. Meu relato agora se refere a outro tipo.
Tenho observado, aqui no umbral, um expressivo aumento da população espírita, com pessoas de notável conhecimento doutrinário, principalmente nas regiões mais inferiores, onde os humores são muito pesados, com insuportável calor, alternado por frios inclementes, lama e substâncias gelatinosas, caldos de cheiro repelente e aparência repugnante. É o que chamamos aqui simplesmente de “poço”. Importante observar que a revolta do ser simples tem uma aparência e efeitos ruins a seu redor, mas a do culto, ilustrado, ornado com títulos e saberes, é um espetáculo tenebroso, na acepção mais perversa do termo. O espectro semelhante a lavas vulcânicas, que se forma em torno e sobre esses pobres irmãos, é arrepiante, tremendo, auto-gerados, com formações próprias, na insubordinação. Uma barrela de tons lúgubres, malcheirosos.
E nos informam os obreiros que trabalham no socorro a estes infelizes seres, da dificuldade em fazer com que eles se recomponham. Porque àquele que não conhece a Verdade, ou dela pouco sabe, quando a descobre, dissolve suas culpas no arrependimento, e se transforma, em pouco tempo. Mas, o que dizer ao que detém conhecimentos e informações que costumam estar até acima dos que os abordam? Com isso, geram uma forte energia negativa, sulfurosa, que remonta às visões de Alighieri sobre o inferno. A revolta provém das dores intensas produzidas nas quedas morais e mentais, que carregaram consigo. As reações ânimo-energéticas afetam as estruturas do perispírito retido, causando dor profunda, contínua. E os irmãos, evoluídos em teoria, mas falhos em algumas atitudes definidas como muito graves, não aceitam a prova, rebelando-se na maior parte das vezes. E clamam por Jesus, por Deus, pelos amigos que estejam em posição superior. A maioria passou na existência carnal grande tempo a pregar, sem vivenciar. Mas, devido à gravidade dos erros acumulados, precisam atravessar períodos de expiações, que agravados pela contumácia são ampliados, elastecidos.
É importante observar que, o maior sofrimento e a dose de mais intensa prova geralmente são conferidas aos religiosos de todos os segmentos, e sobretudo, ultimamente, aos espíritas. Isso nos faz lembrar Jesus, na advertência de que ao que muito for dado, muito será pedido.
E quais são essas faltas de tamanha gravidade? Muitas vezes as cometemos sem nos darmos conta de sua profundidade. Este é o fundamental objetivo dessa mensagem.
Exemplifico- Certo dirigente espírita das Minas Gerais, de grande vulto. conhecido pela erudição e liderança, ao se encaminhar, após o desencarne consciente, para o setor de triagem, se surpreendeu por ser designado às regiões umbralinas. Sob a acusação de discriminação, racismo e orgulho aviltado, foi-lhe mostrado, na tela da vida, os atos e os efeitos, que produziram feridas morais enormes nos atingidos e precipitaram discípulos e seguidores em erros também de grande monta. E tudo estava sintetizado em um pequeno folheto, um impresso, de dimensões pequenas, que trazia um trecho da chamada “Pureza Doutrinária”. Nesse informe alertava ao mundo sobre a Verdade da Doutrina espírita, da necessidade em seguir Kardec (O Codificador sempre reagiu a isso, pedindo, ao revés, que sigamos Jesus), e condenava veementemente aos cultos místicos, a que chamou de supersticiosos e inferiores, citando de modo condenatório, pessoas que usavam o termo “espírita” para trabalhos em terreiros, e em outros locais, numa inclemente censura aos praticantes dos atos de magia, esoterismo e de origem africana. Cerca de 800 mil desses folhetos já foram distribuídos, em diversas impressões, espalhados em muitos lugares, o que, infelizmente continua até hoje. Nessa miscelânea, e baseado na “bula” muitos julgaram poder agredir, ou mesmo desprezar os que, por razões diversas, decidem por práticas diferentes do culto a Deus. Aí, o “ não julgueis para não serdes julgados” era mera teoria. E o “amai-vos uns aos outros” se esquadrinhava apenas nos limites dos festivos salões de palestras. Acolher, ensinar, orientar, compreender não servia. Os méritos conseguidos em vida pelo esforçado dirigente eram grandes, mas, a quota de dívidas auferida pelos efeitos de tão desastrosa empreitada era muito maior.
Sofre muito ainda o nosso irmão. E isso prosseguirá até que compreenda e se arrependa, de verdade. O radicalismo de uma ortodoxia discriminatória é um grave e deletério descaminho.
Temos rogado em nossas orações para que a consciência venha rápida. Não tem vindo, pois ele insiste em ser socorrido por altas patentes celestes.
Jesus, e todas as doutrinas e religiões que dEle se derivam não precisam de defensores, menos de fiscais. O punho cerrado tem que ser trocado pela mão estendida. Acreditamos que o Mestre espere menos marimbondos e mais abelhas!
Propagar, difundir, espalhar, ensinar os preceitos firmados pelo Divino Mestre é indispensável. Porém, jamais devemos nos descuidar das frestas por onde entra o mal, ou por onde sai o ódio, que podem, como temos assistido, intoxicar e comprometer todo o bem que é feito, às vezes de uma vida inteira. “Amai-vos e instruí-vos”, na exortação do ínclito codificador aos espíritas não cria privilégios nem superioridade formal, mas aumenta a responsabilidade em servir, em praticar, indiscriminadamente, o amor de Cristo!
Muitos destes deteriorados irmãos, vigiaram os outros, o mundo, e se esqueceram de vigiarem-se a si próprios. Assim, assistimos a subida a planos luminosos de caridosos seres, que passaram pela vida sem grandes conhecimentos, mas auxiliaram na elevação e no Bem ao semelhante, mesmo porfiando em humildes e despojados terreiros, tendas, barracos e cafuas.
Enquanto isso, laureados e amedalhados “doutores de Deus” são conduzidos a regiões pantanosas e de sofrimento, para o acerto de contas, inevitável, com as próprias consciências. Enquanto descem, imploram o apoio de amigos e exigem, sem eco, a ajuda e intercessão do Papa, Lutero, Kardec, Chico Xavier e outros. Em vão.
- Pe Aldo -
Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus em sessão pública no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada, em 17 de Janeiro de 2009.
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