ALMAS IMPLUMES
- Da volta (sem revolta) sinto roçar a brisa
- Velejo na aurora,
- Estendida mão amiga
- No clamor de uma profunda contrição
- O meu verso a areia morna, fofa, alisa
- Ouvido ao rebento da cantiga,
- Tão antiga
- Do consolar desvelado, inundante emoção.
- Ó lírios, por que agora pálidos se calam
- Se de meu passado, dos tropeços tanto falam
- Com feliz santo amor,
- Demoníaca intimidade
- Em veludosas disputas de especial afeição?
- Talvez por serem filhos de uma estrela
- Da penumbra que entorpece a quem vê-la
- Que distante nem se sente tão amada.
- Talvez por serem as mesmas frias cinzas
- Voláteis,
- Novos ares bravios singram
- Da simulada ternura de fugaz felicidade.
- Meus reviventes monstros estão contidos
- Os medos vãos, todos, descomprimidos
- Como pupilas abertas ao sol, drogadas,
- No cantar teima perene a vida emergente
- Da onda, espuma ofertante,
- Ninho e abrigo
- Brindando velhos sedentos céus ressentidos.
- E bailando assim,
- Num mar de luz, contente
- A quem se aventurar em se alongar comigo
- Nas pinças perfumando frases embriagadas...
- Ao amor tudo avoca,
- Por direção convergente.
- Ó, como busco as tão queridas róseas congruências
- Nas dobras incompletas de pueris inconsequências
- Nos pavilhões permissos de barcos de lembranças
- E encontro-me no porto dos poetas,
- Arteira, cheirosa
- Em etéreas combinadas surpresas, brincadeiras,
- Pulando a festejar,
- Nas nuvens, com as crianças.
- Pulsa... Pulsa? Pulsa sôfrego dentro do peito
- Um sentimento espremido,
- De amor incorreto
- De querer sem bons modos, de tudo e todos.
- Egoísmo virginal, nascido ideal,
- Mas inconcreto
- Que nada possuiu, mas de si mesma se entrega
- Inteira, total. Navegar solta, livre, alga passiva.
- Inconsonante, intangível,
- Doce possível vigília...
- Da luz que brilha, alumiando a orla,
- E não cega
- Do que era e foi, sem isso negar, possessiva,
- Ficou assim,
- Sem nós,
- Com dós,
- Os pós, Cecília.
- Cecília Meireles – (espírito)
- Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG
- A Morte da Morte
- Era ela de mim a pajem, companhia
- Desde o iniciar do dia
- Até o fim, em minha noite escura.
- Surgindo-me em sustos, de tantos jeitos
- Em dolorosos momentos, abraços
- Parecia, imperfeitos, um a um,
- Acompanhar-me os passos.
- Minha primeira boneca tinha flores
- Do enterro de meu pai.
- No berço de lantejoulas uma fitinha rosada
- A ida de minha mãe,
- Que minha vó disfarçava.
- (Minha vó tinha nome de flor e era tronco).
- Silenciosa, solitária,
- A criança diferente.
- Falava com suas sombras, e as ouvia, longamente
- A boneca, a fita e as sombras, nada mais,
- Nunca desapareceram.
- Repetiram-se as visitas. Mais e mais.
- Náufraga das dúvidas afundei-me em mim mesma
- E tal sereia nativa, mergulhei em meus mistérios
- Cantei o canto de réquiem, bradei “Consumatum est”
- Espalhei flores bem vivas
- Nas trilhas dos cemitérios.
- Mas ó!
- Que surpresa a vida (do que reste), reserva!
- Prosseguinte altiva, explosiva, conserva
- Latejante ilhós, do mesmo amor!
- É semente.
- A fagulha Divina, eterna, permanente.
- E tu? Onde estás? Não mais te creio!
- Que é de teu reinado inclemente,
- Ceifando alegrias, derramando o pranto,
- Em casebres, em palácios, em desalento?
- Agora, velha amiga, não te receio.
- És morta.
- Guardando como jóias, pedaços da fantasia,
- Recomponho da fragrância indizível alegria
- Que comporta na redoma o cinzel de minha história.
- E tal Paulo, revelante em toda a sua fortaleza,
- Retomo o rumo,
- O prumo,
- Inexcedível certeza!
- Morte... (De mim perdeste!...)
- Onde está tua vitória?
- Cecília Meireles – (espírito)
- Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG
- JARDINEIRAS
- Nas matas, nas jardineiras,
- Nos caminhos e nos trilhos,
- Quero ver aquelas flores
- Com seus perfumes e brilhos.
- Eis a mágica escondida
- Nos jardins de todo mundo
- Lapidar cofre da vida
- Guardando saber profundo
- Toda criança precisa
- Encontrar felicidade
- Viver na aura da flor,
- Sentir do orvalho, o frescor,
- Inocência,
- Suavidade.
- Do ovo que faz a larva,
- Da larva que gera a ninfa
- Da ninfa a virar falena,
- Transformação. É a cena
- É Verdade...
- Eternidade.
- No jardim do encantamento
- Busquei efêmera,
- O momento
- Encontrei-o, assim, em cores,
- Nas desventuras da sorte
- monturei do esterco, a fonte
- Pra alimentar minhas flores.
- Cecília Meireles – (espírito)
- Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG
- ANIVERSÁRIOS
- Novos noves de novembro
- Velhas folhas espalhadas
- Ramagens de samambaia
- Escorrendo nas sacadas,
- Meus outubros, meus janeiros,
- Meus maios, abris, setembro
- Velhos setes de novembro
- Junho, agosto, fevereiro
- Quem chegar aqui primeiro
- Ganha um pedaço de bolo.
- De natal ou aniversário,
- De março, julho ou dezembro,
- Se não me engano, me lembro
- Confirmarei, ora, pois!
- Esse Oito de novembro
- Fica no meio dos dois.
- Cecília Meireles – (espírito)
- Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG
- SENTIMENTOS EM CRISTAL
- Quem é esse corsário lindo
- Que sorridente está vindo
- Em direção ao meu barco?
- Deve ser o mensageiro
- Do meu amor verdadeiro
- Que há tanto tempo espero.
- Quem é o marinheiro esguio
- Que traz esse testamento
- Qual sentimento vigio?
- Lembranças dele não guardo.
- É Cronos? Netuno? Eros?
- Um príncipe, pirata, um poeta,
- Talvez algum menestrel,
- Quem sabe um gênio, um mago?
- Dúvida... Dúvida... Dúvida,
- um anjo?
- E chegando, não pára, passa,
- Deixando na espuma a graça
- De adorável olhar desconhecido
- Melhor que sua existência
- Mesmo até que a permanência,
- É, dele, um amor sincero,
- Sólido e bom, ter sentido.
- Cecília Meireles – (espírito)
Recebida em sessão pública no dia 8 de Novembro de 2009 pelo médium Arael Magnus, no Celest- Castanheiras- Sabará – MG
Psicofonia de Patativa do Assaré – Espírito –
Em reunião no dia 8 de novembro de 2009, após agradável visita da poetisa Cecília Meireles, que além destas acima, deixou mais 9 trabalhos lindos, em trovas, pensamentos, sonetos e poemas que serão disponibilizados em breve, na internet, via e-books, conforme orientações do coordenador do Projeto, Padre Aldo. Na mesma reunião manifestou-se também o espírito de Patativa do Assaré que deixou uma emocionada mensagem, através da psicofonia, gravada e editada pela TV Sabará, que pode ser ouvida/assistida no You Tube pelo endereço
Leia mais mensagens de Arael Magnus em http://intermedium.spaceblog.com.br/
E em http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/
Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd