domingo, 25 de maio de 2014

Alcy Araújo e Isnard Lima


UMA LUZ INUNDOU NOSSO CÉU

(por isto haverá futuro)


    Estava ali, com meu amigo poeta. O sorriso que ele trazia era um sorriso de criança, feliz, dependurado na calma de quem já sabe o que é.
    De seus lábios semi-abertos como portas de um céu setembro, fugia uma brisa de noite. Vi que na chuva, uma estrela de prata gotejava emoção.
    Equilibrada na fachada da loja nova, a estrelinha era solidária àquele sorriso amigo, parceiro, companheiro de muitos erros e poucos acertos, mas sempre amigo. Ajudou outrora a enxaguar meus versos, tosquiar minhas ovelhas que saíam galopando, sem destino, no jornal.

    -A que deve o mundo esse semblante natalino, se ainda estamos na Semana Santa? - perguntei, ciente de que a resposta não viria, e se viesse, nunca ao ponto de transformar a interrogação em espanto. O sorriso continuava, a resposta não veio, e em seu diálogo com a estrela, vi um sentimento de gratidão que se espalhava, inteirinho, ao lado da faiscante propaganda.

    Depois de muchochos, arfadas sonoras, serenos suspiros, a pedra chamada poeta, falou:
    - Meu pai ensinou-me mágicas e também contou sobre esta. Ele sabia. Nós estamos úteis, somos habilitados, e posso até pedir de novo, o cargo de chato-mór. Acho que vou ao cartório, exigir “juris et de jure” meu reingresso na pauta. Vamos pensar nisso, sumano. Você é você mesmo, e penso que até melhor, um pouco melhor que antes.

    Aquelas palavras vesgas, sem direção definida, tinham o dom de acertar no alvo, na mosca. Minhas saudades chacoalharam como jaraqui no anzol, no intranqüilo lago, que dizem ser nossa alma. Trouxe à tona meu desejo de confirmar tudo isso.
    Ele atira- “Dubitum, ergo cogito”. Nocaute em minha perfunctória lógica dos sonhos.

    Estivemos em reunião, ouvindo belas mensagens, palavras ricas, diamantes cinzelados por ourives de bom saber. Nós dois,- junto a duzentos ou mais- ali estávamos para o retorno à nossa colônia-escola-hospital-hospício-lar.

    No encontro ouvimos o belga padre Júlio, a tucuju Irmã Celeste, os pastores Gunnar Vingren, Daniel e outros. Lindas palavras das professoras Predicanda Lopes (de fala braba e bonita), de Aracy de Mont’Alverne (que tem perfume na voz), Walkíria de Lima (com seu plangente piano), Maestro Altino, Mestre Oscar, Professor Thiago, Dr. Alberto, o farmacêutico Rubim (que me cobrou velha conta) e também a Mãe Luzia.

    Esta- Mãe Luzia- fez um extraordinário, maravilhoso, formidável discurso, sem dizer uma só palavra. Por minutos, à frente, no alto, seus olhos despejaram luz e bondade, encharcando os corações com grossas lágrimas de ternura e sabedoria.

    Muitos outros estavam ali. Poucos falaram, mas houve um acordo geral. Não se pediu o crachá de ninguém. Cada um carregava em si a própria graduação, identificando o estágio. Não havia católico, espírita, protestante, judeu, muçulmano, preto ou branco, hindu ou pagão, mestiço ou índio. Todos eram, ao mesmo tempo, tudo isso, uníssonos sobre o bem do Amapá. Melhor, sobre o Bem.

    Filosofava ainda meu amigo vate de sorriso irônico, quando desferiu novo e certeiro tiro de canhão:
    - “Os espíritos não são espíritas. Eu sou místico, continuo comunista e quisera permanecer consumista, (e suspirando quimeras)... mas veja que intimidade, os pastores com os padres ouvindo um preto velho. Isso é fraternidade. Esse é o desejo de Deus para o futuro da esquizofrênica Humanidade.“- E aduziu:-“Olhe aqui, meu jornalista. Nesse novo uniforme não trouxemos rótulos, os distintivos, as infantis divisões.”-
E poetou:

“-A Luz é sua, Mãe Luzia-

Mãe Luzia rezava quebrantos,
curava espinhela caída,
impingem, defluxo e tosse
tiriça, coqueluche e depressão
Ramo de arruda, fumo, água benta
Erva cidreira, manjericão.
Ninguém saiu com doença.
Benzia, de todos, mãe.
Benzia e abençoava.



Ia à missa de domingo
Tinha uma bíblia de crente,
Que carregava com fé,
Quando ia ao terreiro
De Sô Dito, macumbeiro
Lá na banda do Congós.
Muitas vezes vi voltando
das conversas com o pajé.
Sarava até cicatriz
Doença infeliz
de amor perdido.
Doído.
Mãe Luzia tem sinônimo:
Chamam-na Dona Bondade.
Ela masca, não aceita, ri curto
E abraça.
Seu abraço tem o cheiro
E o frescor de hortelã
Tem gosto de abiú,
Madurim caído mole
Tem cor azul de Maria.
Mão grande que pega vidas.
Dentre todos nós aqui
É a que traz a maior luz.
Parece um cargueiro vindo,
na madrugada escura.
E o porto assim fica lindo
Iluminado de amor.
Nem a pedra do guindaste
resiste mais do que ela.
Nem a fortaleza nobre
é mais forte, ou mais bela.
Mãe Luzia hoje pega
seus meninos
que não nascem
que não morrem, que não riem,
que só choram.
Esses são seus prediletos.
Carinhosa,
fá-los netos
os pobres, os desvalidos
os famintos, os perdidos.
Ah...Mãe Luzia,
se eu pudesse
faria que o mundo visse
sua luz, sua guirlanda.
que forma um arco de estrelas
de onde aves douradas
rumam para o infinito
para conversar com Deus
contando os filhos achados.
Quando aqui o tempo der
a esperança renascer
eu quero Mãe Luzia
por perto,
como parteira.
Ela masca, não aceita, ri curto
E volita,
como aos anjos
Impõe sempre
                              levitar.”- 
                                                                   (Isnard Lima- espírito)

    Chegou a hora do regresso. Enrolo algumas sobras da emoção, que se enroscavam em uma cestinha de flores. A estrela - ainda gotejando brincos, pontos de safira polida – fica ali brilhando sem nós. No reflexo da poça, vi que eu estava com o mesmo sorriso de criança, de pureza, e apenas repetia o que da multidão exalava.
    Só o padre holandês não conseguia sorrir. Sua caravana tinha que seguir de volta, e quem dirige, quase sempre, finge que não é normal.

                                                                                      Alcy Araújo Cavalcante- espírito

Mensagem psicografada em sessão pública no dia 22 de março de 2014 no CEFEC- Valparaíso de Goiás pelo canal Arael Magnus.
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terça-feira, 20 de maio de 2014

Padre Júlio Maria Lombaerde

PRIMEIRA CARTA AO AMAPÁ 

ADVERTÊNCIA
                                                                                                                                            Padre Julio Maria Lombaerde - S.D.N.

      Em 1913, a 27 de fevereiro, uma quinta feira, cheguei em Macapá. Depois de viagem assustadora de barco, aportamos debaixo de um intenso temporal que durou todo o final de semana. A primeira impressão era muito ruim. A lama, a pobreza, as crianças doentes, velhos caídos debaixo de árvores, índias com pequeninos nos colos, mendigando, algumas palafitas próximas ao atracadouro. Um quadro triste. Comigo estavam os padres Joseph Lauth e Hermann, irmãos de Congregação, que me acolheram, temerosos porém de que eu pegasse o primeiro barco de volta a Belém.
      Mas, ao contrário, desde que pus os pés nesta terra, uma emoção extraordinária tomou conta de mim e senti a convicção de que o Senhor tinha me incluído em seus projetos. Meu sentimento era de alegria, manifestava isso. Meus anfitriões pensavam que eu já estava com a febre... pois não compreenderam, de pronto, como eu poderia estar feliz com toda aquela situação.
      Era um povoado raso, com casinhas baixas, e poucas lojas de comércio, as vendas, as bancas de frutas e algumas hortaliças. A igreja era acolhedora, agradável, com bons paramentos, mas para que se chegasse lá era complicado. As pessoas tinham que andar pelo barro, pela água. O primeiro nascer do sol, mesmo sob chuva, foi minha unção e bênção.
     Gostei das pessoas e senti o amor à primeira vista, principalmente para os mais pobres, os mais sofridos. Logo perceberam isso. Meu objetivo era salvar almas, evangelizar, mas com as epidemias de febre, malária, úlceras, pneumonias, tive que me valer de alguns conhecimentos de medicina obtidos em minha estada na África, para também tentar salvar corpos, vidas. A notícia correu e na região souberam do padre que tratava da febre e isso tornou-me muito popular. Fiz uma viagem perigosa até uma aldeia de índios Tumuc Umac e de lá trouxe muito saber e conseguimos sarar muita gente com medicamentos das plantas.
      Poucos sabem, mas mesmo tendo nascido na Bélgica (Waregen- Kortrijk) me naturalizei brasileiro, por amor a Deus e a sua gente. Ao ver o crescimento da “precoce perda da inocência”, da prostituição em Macapá, de jovens e crianças à beira do porto, decidi lutar contra esse monstruoso mal. Mas pouco podia fazer, pois eram inúmeras minhas atividades pastorais e “médicas” e, com recursos de Deus, sob a intercessão de nossa Mãezinha Maria, decidimos criar uma congregação feminina, e assim nasceu a Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria. Essa foi a semente das Congregações Sacramentinas e outras instituições que se sucederam, das quais fui usado como instrumento para fundação, hoje espalhadas por aí, na prática do bem, intercedendo efetivamente no crescimento individual e coletivo.
      Foi nesse tempo que tive uma das maiores manifestações espirituais que vivi, por ter contraído a sezão, com muitas feridas, febre altíssima, frios destruidores. Quando as esperanças de todos se esvaíam, certa madrugada iluminou-se meu quarto como um farol e surgiu no meio da luz Irmã Celeste, uma das que participavam da nossa congregação e que havia morrido algum tempo antes. Falou algumas palavras, evocou Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e desapareceu. Todas as irmãs a viram e disseram que fiquei prostrado, desmaiado até o meio dia seguinte. Ao acordar estava são, forte, lúcido e as feridas desapareceram. Foi um milagre!
      Nos tempos seguintes a doença na região recrudesceu e isso fez com que fôssemos com o convento das irmãs para perto de Belém, mas o coração jamais se afastou de Macapá. De lá segui para o meu destino, principalmente na também muito amada Manhumirim, nas Minas Gerais, onde passei a maior parte do tempo que me foi dado, onde também exerci o amar o povo, sobremaneira os pequenos, os sofredores.
     Nesses quase 16 anos que vivi em Macapá procurei principalmente ser útil aos pobres, às crianças, à juventude, e jamais recusamos qualquer pessoa nos tratamentos, no acolhimento, na misericórdia e na caridade. “Sursum Corda!”
     Quando um numeroso e qualitativo número me procurou no início deste ano, sobre o movimento de restauração moral do estado do Amapá, não vacilei, pois amo essa terra e já bebi dessa água. Não há como refutar. Há radicado em meu coração aquele mesmo amor da chegada.
     Trouxeram-me um levantamento com informações e as conclusões são as mais alarmantes e lamentáveis, mostrando que há uma generalizada infecção em todos os pontos do organismo político/social. Assim, a corrupção grassa nos diversos níveis de governo, tanto estadual quanto municipais e nos órgãos federais aqui instalados. A deplorável falta de controle das verbas, dos gastos, as propinas, os desvios, a apropriação indevida de dinheiro que deve atender às necessidades da população se verifica em todos os pontos para onde são enviados os valores. Não consegui ainda ver exceções e isso causa estupefação! Essa intoxicação do mal é fatídica e levará ao colapso absoluto, em breve, se não for contida, controlada, se não extirpada pelo menos grandemente reduzida.
.     Executivo, Legislativo e Judiciário necessitam urgentemente de grande profilaxia, limpeza pesada, faxina geral. Isso inclui as estâncias maiores e as municipais. Como exemplo, o desnível e a ilegalidade de salários, proventos e subsídios que persistem em 16 municípios, com avultamento na capital. A situação do Parlamento estadual é vexatória, vergonhosa, e dos 24 ocupantes, 27 estão comprometidos por ação e/ou por omissão, simultaneamente. Aguardem os dados.
      As negociatas feitas entre os membros dos 3 poderes se processam quase às claras, numa vulgaridade da ação criminosa. Inaceitável quadro! O comprometimento moral está cada vez maior, e as forças que precisam, podem e devem se interpor a essa súcia, de corrupção desbragada, estão caladas, silentes, distantes, e muitas, infelizmente não apenas conscientes, mas também participantes das tramóias, dos desvios.
      Igreja, clubes de serviço, entidades religiosas, associações de têmpera e força moral precisam se levantar contra esse descalabro. A imprensa precisa responder com a lisura e honestidade que dela se espera, sem submissão, sem agachamento, sem usufruir de recursos escamoteados, apodrecidos pelos roubos.
      A indignação será coroada por Deus, mas a covardia terá um alto preço.  Não se pode conceber impunemente essa derrocada do caminho correto, digno, principalmente quando olhamos ao redor as carências, a pobreza, a miséria, a doença, o abandono dos simples, dos marginalizados. Podemos hoje considerar que os ¾ de milhão de pessoas de hoje no Amapá mais de 650 mil vivem na penúria, na miséria, em condições indignas, insalubres, desumanas.
    Perguntariam: Mas o que podem os espíritos, as almas, que não têm corpo físico, fazer? Assombrar?
    Creiam, (não duvidem!), o preço da descrença pode ser muito caro: Podemos mais que simplesmente assustar. Podemos (e já estamos fazendo isso!) interferir nos rumos, pensamentos, destinos, porque isso nos foi permitido por ordens de Mais Alto. Certa vez uma jovem de uma pequena província francesa conduziu o país à liberdade e à vitória, inspirada por enviados celestiais que lhe ditavam os passos. Existem novas “Joanas D’Arcs”. Os que puderem ouvir ouvirão. Os que puderem ver verão. Mas todos sentirão nossa presença e ação.
     Essa terra que tantos amam e que por ela deram o melhor de si, no esforço para a conquista de uma sociedade equilibrada, com probidade e caráter. Esses que se empenharam na educação, na preparação, ao assistir a esse derribar da decência, da honradez, agora se movimentam para reverter esse giro desgovernado do leme. Não pretendemos o ataque a pessoas, mas vigorosa e intimoratamente, com nossa senda iluminada pela tocha da verdade, com a Fé em Jesus e a confiança na Mãe desta terra, a Santíssima Mãe Maria, nos atiraremos contra o erro, contra os desvios, contra a corrupção, contra a saga imoral que impera e cresce nos níveis de comando desta região tão cara a nossos sentimentos. Os que se desviam que se arrependam antes que os escândalos ocorram, porque os faremos esguichar do chão como fontes termais, no espetar das pustulentas e mal cheirosas mazelas. A comunidade de bem precisa se voltar para as orações, para a reflexão diante da incúria, e não se omitir, sem cumplicidade com o mal. Não há luta por lados ou esquadrões, mas sim pela virtude, pela honestidade, pela dignidade humana.
      Eu e todos os mais de 12 mil que estão empenhados nessa ressurreição do Amapá vamos nos comunicar mais vezes, de diversas formas. Não dependemos de pessoas ou grupos, e ninguém é indispensável, pois nossos rumos e objetivos contemplam causas, não indivíduos ou facções. Terão, daqui a pouco, a certeza de que “Sementem ut feceris, ita metes”- Cada um colhe o que planta.
     Estaremos presentes nos cultos sérios, nas missas comprometidas com o Amor de Cristo, nas reuniões de pessoas de valor, no encontro daqueles que se postaram diante do perigoso desfiladeiro, independente de rótulos ou preferências. Não apenas como assistentes, mas como inspiradores e até mesmo instigando uma postura mais enérgica, mais crítica e atuante, já que o quadro deletério que se apresenta exige Força e Fé. Isso urge, pelo tamanho da fenda moral que se abriu em rio de lama, putrefata, asquerosa, inadmissível.
      Pelo ardor missionário que evoca minha Fé e congregação, conclamamos a toda a sociedade com bons propósitos a esse soerguimento. Conversar sobre isso, falar disso é uma oportunidade que temos de mostrar nosso amor a Deus, no cumprimento de suas lições para a evolução de cada um, para o bem geral.
Que Jesus e nossa Mãe Adorada Maria de Nazaré possam abençoar a todos.

                                                                          Pe. Julio Maria De Lombaerde – S.D.N. – espírito-

“Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam -"Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a glória”
-------------------------------

         NOTA ANEXA- Conheci o Padre Julio Maria primeiro pelas notícias. Sua coragem e determinação percorreram não só o mundo eclesiástico, mas ultrapassaram fronteiras. Estóico, corajoso, caridoso, obstinado a melhorar o mundo, esse brasileiro nascido na Bélgica, mas que se dizia francês, sempre recebeu de todos nós os mais fervorosos elogios, pelo espírito empreendedor, pela fulgurante Fé, pela entrega da vida ao semelhante, minorando dores, curando feridas do corpo e da alma. A santificada missão desse bem aventurado discípulo de São Luis, servo intransigente da Santíssima Maria, trouxe à Humanidade frutos que até hoje vigoram e se multiplicaram. Vim saber que uma de suas avós era aparentada com minha querida mãe, também nederlanda, da região em que nasci, Leiden. Em sua passagem por Macapá, o bom Padre Júlio deixou indeléveis sinais, como as pioneiras obras, da criação da Banda São José, o Cine Olímpia, o colégio, o convento, a primeira escola de teatro, além de projetar e coordenar obras importantes do município que até hoje auxiliam à comunidade. Indo para Minas ali também edificou pela Fé e para a Glória de Deus a importantíssima Congregação Sacramentina, colégios, hospitais e muitas outras de interferência benéfica na vida comunitária, além da criação de um jornal “ O Lutador”, autêntico, destemido e sábio bastião da Fé.
Deus nos premia com essa iniciativa e com essa abençoada presença e atuação, tenhamos certeza disso.
Esta é, concretamente, a intercessão do Espírito Santo.
Que Jesus nos conduza, sempre.
Padre Aldo- espírito*

-Padre Aldo (Baldwin Van Pettersen) é o coordenador do Projeto Alfa- Almas libertas Francisco de Assis.


Mensagens recebidas em sessão reservada no CEFEC- Valparaíso de Goiás, pelo canal Arael Magnus em 29 de março de 2014.
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Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
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sábado, 17 de maio de 2014

Grande Lição de Kardec



Blog de intermedium :INTERMÉDIUM, Grande Lição de Kardec
   
          GRANDE LIÇÃO DE KARDEC              


          “E ele esteve entre vós, e não o reconhecestes” –
                                     Jesus-(Mt 17:12-13)
       Estas palavras do Mestre sobre João Batista, mostram que é antiga a pouca atenção da Humanidade com quem está à sua volta. Muitos- milhares certamente- de seres extraordinários, cumprindo missões gigantescas, passam pelo mundo, não são percebidos, e somente depois, muito tempo depois, descobre-se a grandiosidade e a importância de suas presenças e de suas obras. Às vezes.
          Um dos mais intrigantes, e que mais suscitam hipóteses, casos de possíveis voltas, se baseia na promessa feita em torno de Allan Kardec- nosso querido lionês- onde o codificador da Doutrina Espírita, em suas “Obras Póstumas”, revela que o Espírito da Verdade advertia sobre sua ida, em breve para o plano espiritual, com seu retorno à Terra -”Para dar continuidade ao trabalho de consolidação da Doutrina do Paráclito”- nos primeiros anos do Século XX.
           Não é uma sugestão, uma proposição ou desejo. Não é uma figura de retórica. É uma promessa! Não é uma revelação de vontade pessoal, mas determinação firmada.
          Partindo de quem partiu, seguramente se pode ter a certeza de que, findo o século XX, escoado o tempo razoável de tolerância, “ele esteve entre vós e não o reconhecestes”. Aliás, ele está. O Educador, organizado, metódico, sistêmico, enérgico, elevado, de ampla cultura, de profundidade, altura e autoridade que permitem conversar com o Mestre Jesus em amorável intimidade, esteve e está entre nós.
      Sem que sejam necessários exercícios burlescos de transformação radical de personalidade, estilo e essência (que os espíritos sempre guardam entre si, como partículas desinentes de individualidade e de conquistas pretéritas), podemos identificá-lo, com todos as matizes e nuances, incorporadas e refletidas nas ações daquele que na opinião do ínclito Camille Flammarion, era o “Bom senso encarnado”.
          Após sucessivas vidas de sacrifício e apostolado, permeando sempre os caminhos da busca da Evolução, não descansando e nem se rendendo às inclementes resistências que lhe opunham as forças comprometidas com o atraso, esteve presente em todas as fases importantes da Humanidade, nos últimos milênios, se constituindo em expoente farol, a revelar as verdades, indicando o roteiro, esclarecendo e ensinando. Sobretudo ensinando.
            Por 75 anos ininterruptos teve ele contato direto e quase que diário com todos os profitentes e estudiosos da ciência, filosofia e religião espírita. Desde 27 de Julho de 1927.
          Allan Kardec é Emmanuel!
        Após passar por diversos períodos de sua própria ascensão, o superior espírito volta à Terra, numa permanência de mais de 70 anos, coordenando, orientando, em apoio e harmonia com o também imensurável Apóstolo Chico Xavier. Desde 1927, sob o clarim angélico de Carmen Perácio, Emmanuel assume ao lado de Chico, a coordenação dos trabalhos de crescimento da e pela Doutrina do Consolador. Ao lado porque é assim que trabalham, sob a regência una e majestosa de Nosso Amado Jesus!
         Sim, Emmanuel também foi Manoel de Nóbrega (rígida semelhança, na autoridade, liderança, cultura e atitude!), como o foi Públio Lêntulus, Nestório e daí se enchem dois livros. Mas, é em Kardec que consolida sua posição firme de pioneiro, desbravador das trevas do mundo, com as verdades do Divino Mestre. Notícias de entidades muito iluminadas nos falam de seu papel importante no Mundo Antigo, na figura extraordinária do profeta Samuel. A propósito,lendo o Velho Testamento, no livro I de Samuel, em seu capitulo 28, em seus versículos 1 a 25, podemos participar de uma completa sessão espírita com manifestação mediúnica, de Samuel para Saul, através da intermediação de Neriah, a feiticeira (médium) de En Dor.
           Cumprindo fielmente sua promessa, esteve por 71 anos, muito presente, dia a dia, com palavras diretas e insofismáveis, com didática irreprochável, expungindo as dúvidas, de modo claro, em lições de verdade irretorquível,  a serviço da Terceira Revelação.
         Como sempre soe, hão de surgir as questiúnculas e interrogações. Mas as dúvidas são o caminho da sabedoria, no conceito aristotélico, corroborado por Jesus, que só nos permite a excelsa libertação após conhecermos a Verdade!
          E é o próprio Emmanuel/Kardec quem nos traz a elucidação daquela questão, que seria talvez, se não a mais importante, a mais freqüente: No Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu Capítulo XI, tomo 11, temos uma carta sobre o “Egoísmo” assinada pelo espírito “Emmanuel”. O signatário daquela mensagem, por razões próprias adotou esse codinome, não sendo entretanto, aquela, a mesma pena a do escritor de “Paulo e Estevão” e mais de 110 obras diretas. Mas, o pseudônimo era bom, e se adequava às proposições preliminares, como o do adotado de ancestrais druidas, pelo então professor-cientista Leon Hippolyte. Além do mais, era uma homenagem a seu grande companheiro, elevado e sábio espírito de Swedenborg, que também era Emanuel.  
        Isso explica, com amplidão, a razão de não ter Chico Xavier, ao longo de seu missionato tão longevo, recebido qualquer linha assinada por Allan Kardec. Que incoerência seria, admitir que o Codificador não se comunicava via mediúnica, e que um dos maiores interlocutores da espiritualidade, encarnado, não possuísse a sensibilidade de conectar-se ao Codificador da Doutrina que ele tanto difundiu! Óbvio que aí, aqueles que imaginaram ter sido Chico a volta de Kardec, afirmarão ser esta, uma prova inconteste, de que o doce e afável rapazote de Pedro Leopoldo voltasse à lide carnal, depois de abrigar a autoritária e retumbante personalidade do professor francês! É como se coligíssemos, à partir disso, a reencarnação, próxima e seqüente, de um arrebatado e belicoso gladiador, numa suave e sensível “prima donna” do ballet clássico. A função indispensável do perispírito estaria aí comprometida, em essência, contrariando aos próprios ensinamentos obtidos no “Pentateuco kardequiano”, a respeito da sucessão das existências e os resquícios remanescentes de personalidade impregnados de modo indelével.
      “Mas-”, dirão, os obstantes, “o que importa isso para a Doutrina Espírita?”. Importa muito!. Trata-se além  de um compromisso cumprido, mais uma extraordinária lição trazida até nós por Kardec/Emmanuel, na evidenciação de que “voltar” não é necessariamente estar no cárcere da carne, mas na plenitude do juízo, da razão e da coerência, com a Verdade trazida a nós por Jesus Cristo. Aliás, como Ele estará voltando, em Glória e Espírito até nós, sem precisar se submeter (de novo?) à estupidez e barbárie de criaturas tomaicas e atrasadas, o que aliás ainda caracteriza a maioria. Sabemos que muitos ainda ardem-se por dentro, no desejo de reviver os espetáculos dos martírios e calvários. Certas manias antigas são difíceis de ser abandonadas!
      Mas os tempos são chegados, e Ele está voltando, em Vitória e Luz! A lição, sobretudo aos espíritas, retentores da maior quota de Revelações que foram feitas à Humanidade, está sendo ministrada por Emmanuel/Kardec. Debrucemo-nos sobre ela. É a regência consagrada do espírito sobre a matéria!
       Quando aceita, e vira certeza, a Verdade alimenta, e os males das imprecações errôneas são corrigidos. Assim, os empedernidos em suas opiniões deixarão as suposições vazias e estéreis, para a confrontação da realidade, estuário seguro da fé raciocinada.  
                                                              Francisco Valdomiro Lorenz - espírito 
          
          NB- Essa informação me foi dada pelo próprio Emmanuel, em 2 de Janeiro de 1976, quando este sábio mentor elaborava o prefácio do “Esperanto Kiel Revelatio” sob a mediação interespiritual do luminoso Francisco Cândido Xavier. A seu pedido autorizou-me divulgá-la a tempo oportuno. 33 anos depois, compromisso firmado, promessa cumprida. (FVL)
               Viva 2009- 150 anos do nascimento de LL Zamenhof-
               Mensagem recebida em sessão pública, em Esperanto, pelo canal Arael Magnus,  no  CELEST- Centro Espírita Luz da Estrada- Fundoamor - Fundação Operatta de Amparo e Orientação- Castanheiras- Sabará- MG em 23 de Dezembro de 2008. 
 -Você conhece o projeto Alfa? São músicas mediúnicas, de fundo doutrinário, espiritualista, recebidas por Arael Magnus desde 1964. Atualmente estão catalogadas mais de 1640 melodias, com as respectivas letras, arranjos e orquestrações sendo que destas ,400 estão gravadas. Veja um pouco sobre isso na TV inTermedium. Clique no link
 assista e ajude a divulgar lindas melodias, de compositores desencarnados.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

A POESIA DE ISNARD LIMA



MALABARISMOS DA PENA

Escalo essa ladeira
Da desconfiança
Sem medo de escorregar.
O raciocínio se sustenta
Na expressão de lembrança
Insistindo em se prender
como carrapicho branco
encontradiço na fortaleza
onde estive preso ou brinquei
Ainda criança
de esconde-esconde.
Nunca me acharam...
Sempre me achei.

Há uma uniformidade
De tudo muito igual.
Na morte
Do ilusório paraíso perdido.
Na Parca todos os cacos são fardos
Na noite todos os fatos são tardos
Na alma todos os atos são dardos
Ausência de pensamentos lerdos
Cloto, Láquesis e Átropos-
Deusas que agora conheço
A tecer fios da mentira
Que eu chamava de vida.

Escalo essa ladeira
Da liberdade - utopia
Voar para uma gaiola morna
Cujas grades e ferrolho
Construídas uma a uma
Tem a minha assinatura
Marca legível, escolho
Como pichação intacta
Do estertor de poeta
Oração sem dor, completa.

Na alma todos os atos são dardos
Tardos, fardos bastardos

Acertam no alvo, altivo
Tal como grito de gol
Gritam ao mundo que vivo.


                                           Isnard Brandão Lima Filho- espírito



NO BICO DO BEIJA FLOR

É minha essa consciência e dela faço partilha
Na escola a encontrar amigos, rever deveres
Reler os pontos, os hifens e pleonasmos
Recitar antigos versos, cantar de cor os hinos.
Tropeço noutra verdade
(Que estilhaça sentimentos.)
Chamam-na realidade.
Ali o lixo, o monturo,
Os vermes,
O abandono
Ambiente sôfrego,
Escuro.
A indiferença crua, o sarcasmo e o cuspe
De um bêbedo que se assenta na esquina
E chora
De um coração partido na decepção aflita.
Escola- beleza longa de feliz memória
Agora envergonhada se esconde do mundo
No mato, no lixo, as larvas, os fantasmas.
Na lateral saída da I. Carvão ainda mora
Uma encantadora fada que costura e borda
E silenciosamente,
Na angústia,
Chora
Seu Destino está envolto pela conta vermelha
Teletransportada na descrença infantil.
Pintada com rubro forte que nem mais existe.
Mas a obstinação, essa sim, resiste.
Onde estão meus fiéis guardiães de antes?
Fugiram junto com a responsabilidade
Levando a decência de quem deveria erguê-la.
Ficaram as lanças azuis,
Inertes, inermes
Sozinhas,
inúteis,
desprezadas
Diante da entrada escancarada onde velam
O féretro da vocação de jovens e crianças
Na praça em frente a morrer de droga e tédio.
Meu grito não é um berro,
É apenas um sussurro
Um aviso,
Um apelo
Radicado na promessa
De estratégias polidas, políticas
De enganadores repletos de contas e guizos.
Impatriótica felonia
De quem se vende
Por menos.
Poucas quadras dali agoniza, junto
Não menos triste, não menos podre
Pedindo o mesmo socorro, clamando vida
O berço do talento
Nossa escola dos dois cândidos
Imersa em lodo, em sujeira
Copiado desrespeito de repetido mau trato
Ainda não respondi
Onde encontro mais podridão
Se na água do anfiteatro ou
Nos palácios
Dos sanguessugas
De frente.
É minha essa consciência
E dela faço partilha
Distribuindo a cobrança.
Esperançoso ainda de ouvir o piano santo
De nau enfunada que volta
Para seu mar.
Em canto
Encantos

                                      Isnard Brandão de Lima Filho- espírito




       SEGREDOS

Preciso deixar um beijo às estrelas mais belas
Do Céu de minha vida, que tem poucas estrelas
Posso Ir na serena luz do sereno fim de tarde
Nesta maravilha de saudade que no peito arde
Eu posso abraçar agora do céu minhas quimeras.
Trilhas
Posso Ir na doçura das cores primaveras,
Desta maratona pesada de lembranças felizes
Na corrida da vida que prossegue. Raízes.
Filhas.

  Isnard Brandão de Lima Filho-espírito


TOQUE DE CLARIM EM NOVA ALVORADA

Meu torrão tucuju, tomes jeito, dê-te a ti mesmo,
De ti mesmo o respeito!
Égua...oxxiiii...faças valer a consciência!
Não insistas nessa vil insolvência.
Lamaçal asqueroso.
Chega! Limites foram rompidos
caracteres estuprados, destruídos
Não espere muito de ações, da justiça
A realidade agora é de ti muito estranha
Perdeste, pelo jeito, até mesmo a vergonha...
Nem no antigo matadouro vi
Tanta carniça.
Jamais imaginei que a rua do canal
Se estendesse por tantas outras
Esgoto moral,
Raposas meretrizes
Implacáveis ladrões
Na relação sintagmática da corrupção
Contínua revoada de urubus famintos
Aceita e louvada.
Que a vala da Mendonça não seja teu espelho
Virtudes proclamai, trabalho sério, puro
Expulsai da coxia os bibelôs da escória
Não sustentes ratos, 
não renomeies Incitatus
Buscai no próprio seio cidadãos distintos
Fugindo da inércia dos que, de joelhos
Alimentam feras, com o sangue de ouro.
Retomando os filhos
A uma nova História.
Meu torrão tucuju, te alevantes
Na fortaleza mires tua resistência
E os anjos que te amam irão sempre prontos.
Para a boa consciência que te faça renascer
Para seguires a senda
De teu caminho de glória.
A hora é hoje,
O tempo agora.
Não há como demorar-te mais,
Se tu queres mesmo
emergir
se reconstituir
Sobreviver.

                                          Isnard Brandão de Lima Filho- espírito

LEGIÃO DE AMOR

“Há uma nuvem de testemunhas auscultando os espaços
Fantasmas nefelibatas  que esperam os chamados
Das trombetas que soarão,
E envolverão em abraços
Pra retomada da vida, pra retomada da lida
Em atitude
Na reconstrução moral,
No Império divinal
da Virtude.”-

                                                    Isnard Brandão de Lima Filho- espírito 

Mensagens recolhidas em reunião pública em  15 de março de 2014, no CEFET- Valparaíso de Goiás, pelo canal Arael Magnus. Entre contato pelo fundoamor@gmail.com


Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
 www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd