MALABARISMOS DA PENA
Escalo essa ladeira
Da desconfiança
Sem medo de escorregar.
O raciocínio se sustenta
Na expressão de lembrança
Insistindo em se prender
como carrapicho branco
encontradiço na fortaleza
onde estive preso ou
brinquei
Ainda criança
de esconde-esconde.
Nunca me acharam...
Sempre me achei.
Há uma uniformidade
De tudo muito igual.
Na morte
Do ilusório paraíso perdido.
Na Parca todos os cacos são
fardos
Na noite todos os fatos são
tardos
Na alma todos os atos são
dardos
Ausência de pensamentos lerdos
Cloto, Láquesis e Átropos-
Deusas que agora conheço
A tecer fios da mentira
Que eu chamava de vida.
Escalo essa ladeira
Da liberdade - utopia
Voar para uma gaiola morna
Cujas grades e ferrolho
Construídas uma a uma
Tem a minha assinatura
Marca legível, escolho
Como pichação intacta
Do estertor de poeta
Oração sem dor, completa.
Na alma todos os atos são dardos
Tardos, fardos bastardos
Acertam no alvo, altivo
Tal como grito de gol
Gritam ao mundo que vivo.
Isnard Brandão Lima Filho- espírito
NO BICO DO BEIJA FLOR
É minha essa consciência e dela faço partilha
Na escola a encontrar amigos, rever deveres
Reler os pontos, os hifens e pleonasmos
Recitar antigos versos, cantar de cor os hinos.
Tropeço noutra verdade
(Que estilhaça sentimentos.)
Chamam-na realidade.
Ali o lixo, o monturo,
Os vermes,
O abandono
Ambiente sôfrego,
Escuro.
A indiferença crua, o sarcasmo e o cuspe
De um bêbedo que se assenta na esquina
E chora
De um coração partido na decepção aflita.
Escola- beleza longa de feliz memória
Agora envergonhada se esconde do mundo
No mato, no lixo, as larvas, os fantasmas.
Na lateral saída da I. Carvão ainda mora
Uma encantadora fada que costura e borda
E silenciosamente,
Na angústia,
Chora
Seu Destino está envolto pela conta vermelha
Teletransportada na descrença infantil.
Pintada com rubro forte que nem mais existe.
Mas a obstinação, essa sim, resiste.
Onde estão meus fiéis guardiães de antes?
Fugiram junto com a responsabilidade
Levando a decência de quem deveria erguê-la.
Ficaram as lanças azuis,
Inertes, inermes
Sozinhas,
inúteis,
desprezadas
Diante da entrada escancarada onde velam
O féretro da vocação de jovens e crianças
Na praça em frente a morrer de droga e tédio.
Meu grito não é um berro,
É apenas um sussurro
Um aviso,
Um apelo
Radicado na promessa
De estratégias polidas, políticas
De enganadores repletos de contas e guizos.
Impatriótica felonia
De quem se vende
Por menos.
Poucas quadras dali agoniza, junto
Não menos triste, não menos podre
Pedindo o mesmo socorro, clamando vida
O berço do talento
Nossa escola dos dois cândidos
Imersa em lodo, em sujeira
Copiado desrespeito de repetido mau trato
Ainda não respondi
Onde encontro mais podridão
Se na água do anfiteatro ou
Nos palácios
Dos sanguessugas
De frente.
É minha essa consciência
E dela faço partilha
Distribuindo a cobrança.
Esperançoso ainda de ouvir o piano santo
De nau enfunada que volta
Para seu mar.
Em canto
Encantos
Isnard Brandão de Lima Filho- espírito
SEGREDOS
Do Céu de minha vida, que tem poucas estrelas
Posso Ir na serena luz do sereno fim de tarde
Nesta maravilha de saudade que no peito arde
Eu posso abraçar agora do céu minhas quimeras.
Trilhas
Posso Ir na doçura das cores primaveras,
Desta maratona pesada de lembranças felizes
Na corrida da vida que prossegue. Raízes.
Filhas.
TOQUE DE CLARIM EM NOVA ALVORADA
Meu torrão tucuju, tomes jeito, dê-te a ti mesmo,
De ti mesmo o respeito!
Égua...oxxiiii...faças valer a consciência!
Não insistas nessa vil insolvência.
Lamaçal asqueroso.
Chega! Limites foram rompidos
caracteres estuprados, destruídos
Não espere muito de ações, da justiça
A realidade agora é de ti muito estranha
Perdeste, pelo jeito, até mesmo a vergonha...
Nem no antigo matadouro vi
Tanta carniça.
Jamais imaginei que a rua do canal
Se estendesse por tantas outras
Esgoto moral,
Raposas meretrizes
Implacáveis ladrões
Na relação sintagmática da corrupção
Contínua revoada de urubus famintos
Aceita e louvada.
Que a vala da Mendonça não seja teu espelho
Virtudes proclamai, trabalho sério, puro
Expulsai da coxia os bibelôs da escória
Não sustentes ratos,
não renomeies Incitatus
Buscai no próprio seio cidadãos distintos
Fugindo da inércia dos que, de joelhos
Alimentam feras, com o sangue de ouro.
Retomando os filhos
A uma nova História.
Meu torrão tucuju, te alevantes
Na fortaleza mires tua resistência
E os anjos que te amam irão sempre prontos.
Para a boa consciência que te faça renascer
Para seguires a senda
De teu caminho de glória.
A hora é hoje,
O tempo agora.
Não há como demorar-te mais,
Se tu queres mesmo
emergir
se reconstituir
Sobreviver.
Isnard Brandão de Lima Filho- espírito
LEGIÃO DE AMOR
“Há uma nuvem de testemunhas auscultando os espaços
Fantasmas nefelibatas que esperam
os chamados
Das trombetas que soarão,
E envolverão em abraços
Pra retomada da vida, pra retomada da lida
Em atitude
Na reconstrução moral,
No Império divinal
da Virtude.”-
Isnard Brandão de Lima Filho- espírito
Mensagens recolhidas em reunião pública em 15 de março de 2014, no CEFET- Valparaíso de
Goiás, pelo canal Arael Magnus. Entre contato pelo fundoamor@gmail.com
Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd