A POESIA DE ARACY de MONT'ALVERNE
AURORA DE GRATIDÃO
Naquela úmida manhã,
Segunda feira, da Conceição
Uma semente de amor
pousou em meu coração.
Dali, germinada, louçã
Vidas e vidas cantou.
Como é bela a história
àquele que vê em glória
o colher do que plantou.
Minha menina do mato
Cinderela com recato
Que vi crescer, flores...cer
Em poder e sabedoria.
A Gratidão,o meu preito.
Mostra amor e respeito
e a seu povo reverencia.
Oh! como é bela a saudade
da minha feliz...cidade
Ainda sonho nas tardes
Do sol se pondo no rio
Luminosas madrugadas
Ainda sinto o bom frio.
Meus meninos tão traquinas
Hoje os vejo doutores
Gente de bem, de valores
Enfeitando as esquinas.
Ainda são meus amores.
Mulheres inteligentes
Jóias belas, preciosas
Lutando por Nova era.
Dedicadas, virtuosas.
Não só aos filhos- os mimos
Pois todos são meus meninos.
Amada terra querida
Que gera a chuva do mundo
Não te deixo um segundo
Pois a mim remetes vida.
Nos labirintos da mente
Concebida na segunda
Aquela sagrada semente
No dia da Conceição
Cravou raízes profundas
E de modo permanente,
Conquistou meu coração.
Obrigada, terra linda
Siga a jornada altaneira
Minha doce cinderela.
Se posso te peço ainda
Não deixes que as mazelas
Transformem dama tão bela
numa gata borralheira
Abraço a todos, saudosa
Ao mesmo tempo feliz
Pois meu sentir ainda diz
Combati o bom combate!
Sem fadiga, sem remorso
Que bom, voltar ainda posso
Nos versos de uma canção.
Nas asas da gratidão.
Aracy Miranda de Mont’Alverne- espírito
HOMENAGENS
Sinceras,
Vindas de mentes abertas
Homenagens a mim feitas
Calam fundo em meu peito.
Não cogito perguntar
se são corretas,
mesmo Justas,
ou se as mereço
Sei que um vibrar interior
Mostra que são o louvor
a um trabalho bem feito.
Divido estas honrarias
com muitos
Que perfilaram
nos trabalhos incessantes
na realização de sonhos.
Os enormes obstáculos
Adversários medonhos,
O mal com seus tentáculos
A indiferença dos grandes
O mutismo de aliados
Tudo foi sempre enfrentado
Com a galhardia de quem
Acreditava na ação e
Na força da educação.
Divido estas comendas
Com todos que marcharam
juntos
Não são poucos... creia
São muitos,
Heróis anônimos, heróis!
E espero que as promessas
Feitas em belas campanhas
Não se convertam em
desculpas
Camufladas artimanhas
Pra ocupação do poder.
Aquele monte de lixo,
Do antigo conservatório
Da necessária escola
Que tanta gente ajudou
Contrasta com o Setentrião
E mostra que em aluguel
Vive a instituição, fugindo
De seus motivos,
Dos ideais os mais vivos
Precisa ser reerguida!
E que às crianças mais
pobres
Ajude... dos pais nada cobre.
O investimento –sagrado-
Deve ser multiplicado
Por ser símbolo da Redenção
De escolas que preparam
Nossos jovens para a vida
(Que sejam felizes viagens)
E acreditem os que possam
Que estas serão, de verdade
As melhores homenagens.
Aracy M. de Mont’Alverne- espírito
ANTES DO INCÊNDIO
Necessito rogar a muitos
Uma consideração maior
Com nossas reservas morais.
Não adianta apenas lutar
Pela conservação do ambiente
Se o caráter for doente
A destruição virá,
se a Virtude ali jaz.
Pessoas e entidades
Devem se movimentar
Para promover o Bem,
Espalhar cultura sadia
Fazendo
com alegria
Um
viver com substância.
Que
voltem a assistir
Os
recitais, os saraus
A banda
a tocar na praça
Orquestra
mostrando a graça
Da
música clássica boa.
Façam
feiras de pintura
De
festivais, de leitura
Poesia,
canto, dança
Isso
constrói o futuro
Em
forte base, seguro
É
o aviso da Bonança
Forma
o Homem na criança.
e
afirmo com eloqüência
não
existe melhor que este,
combate
à violência.
Que
não sejam temporãs
Essas
manifestações
E
que primem de verdade
Pela
cor da qualidade
Do
arco íris das manhãs.
Que
sejam bem mais freqüentes
Que
aconteçam sempre mais
Que
sons/cores apareçam
Em
todos os vesperais.
...........
Outro
dia numa escola
Aí
de nossa cidade
(os
que têm ouvidos, ouvem)
Perguntaram
a um aluno
Arrepiado,
cabelo a prumo
Quem
para ele é Beethoven?
Empertigado
o fedelho,
Diz,
balançando o joelho,
a
resposta não é “pobrema”
-Esse aí,
fessora, eu digo,
Eita-
É aquele cachorro amigo
Que
apareceu no cinema.
E
batendo clap clap
Saiu
cantando seu rap.
Aracy de Mont’Alverne- espírito
CANTO DA JURITI
Murmúrios
Passo
a noite nos tugúrios
Ouvindo
gemidos, ais
De
crianças adoecidas
Esfomeadas,
mal nutridas
Em
mim isso dói, demais.
Na
quarta feira da Murta
A
estrela que minha luz furta
Deitada
num catre sujo
Enroscada,
caramujo
Pedindo
um pouco de amor.
Queria
um pouco de leite
De
bolo, biscoito, enfeite
Pra
esse anjo alimentar
E
a cabocla esquelética
Com
a pele roxa, morfética
Tenta
o filhinho salvar.
curumi doente em estertor
Tem
no seu colo murcho,
suado, sem sumo, horror,
O
único cobertor.
............
Caminho
um pouco mais
Vejo
luxo,
comensais
Fartura,
extensa gastança
Insensíveis,
inservíveis
Horríveis,
poderosos vermes
Mentirosos
párias
Que
das verbas sugam
O
leite que faltou àquele anjo.
Canalhas!
(Perdoe,
Jesus, minha enorme ignorância
Mas, esses que roubam essas crianças
Fazem
renascer em mim instintos fera
Que
expulsam resquícios
De
necessária tolerância.)
....
E
na manhã seguinte, ao som do marabaixo
Um
caixãozinho branco sai no corredor.
A mulher sem forças nem acompanha, de dor
não há lágrima, nem revolta, no enterro de seu bebê.
A mulher sem forças nem acompanha, de dor
não há lágrima, nem revolta, no enterro de seu bebê.
É um
féretro macabro,
pago por vereador.
Aracy Mont’Alverne- espírito
PRIORIDADE
Quando a cabeça vacila,
O corpo padece, sofre.
Se nós não soubermos dar o exemplo
Veremos em desilusão, destruído o templo
Um espelho açulado de nossa derrocada.
O Grão Pará se formou primeiro
A gerar o solo brasileiro,
E o Amapá é o gerúndio,
Origem fecunda dessa Nação.
Adelantado de Nueva Andaluzia
Que o Criador permitiu com zelo
Ornar a cabeça desse torrão.
Com carinho, educação, desvelo
Temos que mostrar (com humildade)
Qual é o caminho de
Verdade
A conduzir este país ao seu melhor destino
De liderança de Amor à Humanidade.
Humildade, porém firme determinação
Como nosso Amazonas
a alimentar o mar
E ele mostra que só pode
Ser o maior do mundo e isso confirmar
Se continuar ponteando os dotes potentes
Colocando-se sempre abaixo
Do menor dos menores afluentes.
Amapá (meu Amapá querido),
cabeça do país
Não permita que o corpo se embriague
E com cadernos, lápis e giz
Ensine, forme, antes que naufrague.
Eduque esse povo que quer ser feliz!
Aracy de Mont’Alverne- espírito
AMA A PAZ
Poema de Aracy M. de
Mont’Alverne- espírito
Melodia- de Altino Rosauro Salazar Pimenta- espírito
(recebido em psicofonia)
Aqui brota a chuva do mundo
Mas também faz nascer
A noção do dever
Na ajuda ao pequeno que
chora
Que apoio implora
Melhorar seu viver
Aqui nasce o canto guerreiro
Também fez florescer
A Canção de ninar
Que ampara curumi jururu
Ou puêra ferido
Perdeu akangatu
Aqui há rastro de bondade
Solidariedade
Berço de aracê
Do mundo a maldade desfaz
Alumia o caminho
Aracê, ama a paz.
minha flecha certeira
transformada em flauta
meu tacape agora
toca na caixa alta
minha zarabatana
de veneno ambûá
hoje leva a bandeira
de meu Amapá...
Ama a paz...Amapá
Ama
a paz...
o.o.o.o.o.o.o.o.o.o
Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd