sexta-feira, 20 de junho de 2014

Gilberto Freyre - espírito- A Quotização Educacional Brasileira

Pré-ensaio Sobre A Quotização Educacional Brasileira à Luz da Insipiência Social na Implementação da Negritude.

De onde estou, e tanto quanto me é permitido me informar, sobre os caminhos adoptados pelos que definem as estratégias de valorização da raça negra no Brasil, tenho a considerar alguns pontos, que, se não evidenciam uma oposição, pelo menos intenta aguçar questionamentos que identifico como oportunos e necessários, mesmo não sendo inéditos. Nem incenso nem apupos, peço apenas reflexões sistêmicas e fundamentadas.
Corre, sob luzes de uma propaganda arquitetada, no meu entender, por movimentos que não se assinalam por prerrogativas socioculturais, mas principalmente por mutáveis identificações de matizes ideológicas, - portanto, moldáveis e movediças-, proposição de quotas destinadas a garantir vagas para negros nas universidades brasileiras.
Os autores desse intento, em sua acepção mais lógica, como força capaz de mudar e redirecionar a realidade, repetido expediente de um "new-black-study" ou um "sudeto à brasileira", caboclo-indo-branco-mestiço-negro, não deixam à mostra, os artifícios e expedientes que deverão utilizar como mensores destas opções imprecisas, quando da definição e preenchimento das matrículas disponibilizadas. Pois, à luz de uma definição científica, a questão se deteriora quando a percebemos enclausurada na impossibilidade de se definir com justiça, ou razoável balizamento e precisão, o que é e como é o "negro brasileiro".
Nessa terra de incontáveis influências multirraciais, -onde num gigantesco e generoso liquidificador etno-socio-cultural, movimentando-se incessantemente há mais de 500 anos, pelo menos - se processam todas as raças e se criam, de modo singular, novas protoformas e incríveis emulações da miscigenação humana, de modo permanente, crescente, suplementar.

(... Como é bela e fagueira, a morena jambo,
de cabelo crespo, com seus dedos longos e
olhar azul...)

E esse complexo estereótipo físico esconde, ocultas em metamorfoses eletivas, individualidades adquiridas de cada região, de classes, e núcleos, diferenças imperceptíveis, inidentificaveis, originadas pelo turbilhão multigenético absorvido pelo ambiente tropical, nas variações incontáveis de influências de todos os pontos do planeta. Diria que aqui no Brasil, no povo, encontramos assinalamentos episódicos de todos os tipos do mundo, mas que, por sua vez, não vamos detectar desse modelo em qualquer parte, alhures.
Reproduzindo-se em amplitude geométrica, essas mutações se encaixam, se acomodam e completam-se, pelas bordas comuns que possuem todas e cada uma das peças, desse continental mosaico, da já rotulada inimaginável e maravilhosa "metarraça brasiliensis".
Assim, a proposição da reserva de vaga nas universidades para os da dita raça negra no Brasil, para ser justa, esbarrará sempre em dois pilares inamovíveis: Ou não se beneficia a ninguém, ou se contempla a todos.
Porquê, ao contrário de outras nações, aqui o negro é ingrediente do bolo, não deslocado como base, recheio ou cobertura. Está implícito, incluso, agregado, impregnante e impregnado. Obviamente essa assertiva se aplica à formulação cromossômica, genética, numa visão bio-social, antropológica, pois não é segredo a existência no país as deformações latentes, a distância entre ricos e pobres, a miséria de milhões e a pujança de uns poucos, que saltam aos olhos, se agigantam, independente da tonalidade da pele.
Já o fizemos, mas para relembrar, sugerimos aos norteadores das premissas políticas, que assestem seus calibres para focos mais importantes, mais incidentes e muito mais carentes de implementos, em nossa realidade, como o são o ensino fundamental e a o saneamento "in lato sensu".
Não adianta, de modo a parecer "urbi et orbi" moderno e inovador, impingir adoção de qualquer critério, não alicerçando a preparação do indivíduo em moldes sólidos, de conhecimentos e substância, que o permitam se livrar do apedeutismo e ignorância primitiva.
Em decurso da desestruturação e desvios, o ensino público fundamental no país, padece de qualidade e consistência e atenção oficial, não oferecendo aos degraus superiores do saber, um ser moldável e útil. Assim, a iniciativa que se nos apresenta afro-ufanística, redundaria na automatização do "despreparo diplomado", pois o ocupante das cadeiras universitárias reservadas estará ali como um privilegiado, graduado, não tendo, porém, a ampará-lo, um embasamento que o torne e o faça se sentir capaz, "in efectivus modo". É a enganosa suposição de que um pico dourado da pirâmide garanta a sustentação do edifício!
Visitem as escolas das periferias, das regiões mais pobres e lá serão encontrados muitos "arianos", amarelos, indo-europeus, ao passo que em institutos particulares, com elevada mensalidade, também se matriculam, já em franco crescimento, os negros, mestiços, caboclos, dourados, morenos enfim. Estes últimos estarão em grande vantagem com aqueles considerados "da sua cor" quando disputarem as vagas do nível superior. Pelos critérios propostos, deverão estar em melhor preparo quanto aos provindos das áreas pobres. Ou seja, o problema não só continuará, mas se consolidará, com a exclusão impiedosa, exatamente dos que pretendem agora proteger. Isso nada tem a ver com justiça sociológica ou reparo de punições étnicas históricas, pretendidas no cabeçalho da proposta.
Sendo o Brasil a mais multirracial e multicultural das nações do mundo, se impermeabiliza, tornando-se infértil para as vocações discricionárias, "apartheidistas", seletivas ou fracionantes, venham de onde vierem. Aqui, sem que se defina por isso no caminho político ou social, somos síntese evolutiva, longe da análise desagregadora. Forçar a mudança por caminhos indevidos é arriscado.
A "raça brasileira", distinguindo-se de todas as outras, se diferencia não pelas minudências da quantidade melanínica em seus perfunctórios revestimentos cutâneos, mas pela inconfundível característica de seu jeito de ser. Nas outras partes não se conhece pela aparência quem vem deste país, mas identifica-os pela espontaneidade, pela alegria, pela postura extrovertida, ambientada em si mesmo. Na Amazônia, a pele índia bronze-vermelha, no centro-oeste a arredondada expressão do aboio pantaneiro, no nordeste a vertente sino-eslava-saxônica, no sul a alvura indo-européia, e no centro e sudeste a reunião de tudo, de todos os pontos, quadrantes e lugares. Mas há em comum, um "animus", o registo qualificador, que não aparece nos microscópios dos laboratórios, mas se multiplica em cada olhar, no sorriso, na palavra, no "modus". Porque este povo é, fundamentalmente multirracial também, na consciência e na índole!
Que estes apologistas da valorização racial diferenciem entre reintegração e dissociação, na vigilância imperiosa e permanente do crivo científico, sócio, cultural, antropológico, e porque não, dinâmico-espiritual do gênio étnico-vivencial que aqui vigora e reina.
Debruçar-se sobre questões de inclusão verdadeira, de correição integral das flagrantes gradações entre as classes, deve ir muito além dos efeitos que podem ser obtidos com uma diminuta exposição de bronzeamento, sob nosso imponente sol tropical, ou a de perder a condição primacial no vulgar acometimento patológico de um vitiligo.
Como no sínolo aristotélico, a harmonia entre a forma e a matéria aqui se desenha na essência e na aparência, sendo a segunda suplantada pela primeira. Que não se apartem esses meios, sob o risco perigoso e inútil de se comprometer o todo e os fins.
-----------------------------Gilberto Freyre - espírito-
(Mensagem recebida no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada- Castanheiras- Sabará-MG, pelo canal Arael Magnus em 5 de Julho de 2009)

                         18 de Julho- Gratidão  

Aqui, sobre as pedras do ilusório caminho findo, 
     Livro-me das jaças e dos percalços.
Nas lembranças, os desejos,
Em ideais luminosos
compreendidos "per turbas".
"Cor Iesu, salus in te sperantium, miserere nobis."
Habitando lindo plano dos estranhos,
Vigorosos seguem sendo etéreos,
Mistérios Imortais, (e)ternos.
Não vasculho quintessências.
Nos varais, idéias. Resoo, rumino o entulho.
No morno leito, calcinado, branco,
Do brumado da Holanda "Gratias ago vobis"
como (e)terno trovador.
Gilberto M Freyre - Espírito-
(Página recebida em 5 de Julho de 2009 no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada, Sabará-MG, pelo canal Arael Magnus.
fundoamor@gmail.com )


terça-feira, 17 de junho de 2014

O SEBO DO EGOÍSMO- Martins Peralva- espírito

     O espírito de Martins Peralva traz, nessa mensagem, uma alentada sugestão que visa à difusão dos ideais da Doutrina que traz respostas e consolação, mas que experimenta desvios pelo mercado livreiro. Ainda em vida, segundo o próprio espírito comunicante, tentou colocar em prática sua sugestão, sendo no entanto impedido por dirigentes da entidade na qual participava.




O SEBO DO EGOÍSMO


                    “Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama. Ele a coloca no candeeiro, a fim de que todos os que entram, vejam a luz.” 
 Lc, 8:16

     O egoísmo está na origem, no miolo, de quase todos os males do mundo. Entretanto nem sempre é detectado, percebido, pela sutileza com que se apresenta, residindo aí um de seus grandes e tenebrosos perigos.
     E esse monstro feroz que habita nosso interior, se manifesta e se insinua de maneiras mais diversas, mais complexas, sendo refolhado- para ser confundido- com virtudes como o zelo, a proteção, o amor. É o egoísmo um destruidor voraz de valores e princípios, e que merece de cada um, acurada atenção, por seu permanente efeito em nossas instâncias mais íntimas. E no espírita, certificado de sua enorme responsabilidade em poder carregar esse distintivo, avulta-se a vigilância ainda mais profunda, para que, perdidas as chances, não sobrevenham à consciência, as sombras do remorso, do arrependimento.
    Narro-lhes o fato que se passou comigo, ainda recentemente.
    Após concluir empreitada de visita a hospital em Belo Horizonte, onde, junto a dois luminares de elevada compleição moral, realizou-se o apoio ao retorno ao mundo etéreo de determinado amigo em Belo Horizonte, decidi, para matar a saudade, andar pelas ruas e avenidas de particular afeição, na capital mineira. Dispunha ainda de algum tempo, enquanto meus dois acompanhantes cumpriam outros afazeres, onde minha presença não era necessária. Desci, com a alegria do reencontro, a avenida do hospital, em direção ao centro, parando um pouco no grande cenário verde, do parque onde andei tantas vezes, com alegria. Observei pessoas e lojas, marcas do progresso, e estendi olhar carinhoso ao prédio da antiga redação, ainda ali, renovando-lhe no sentimento, as luzes da gratidão e da alegria por serem capítulo especial na romagem carnal recém completada.
    Na esquina da Escola de Direito, ainda absorvendo os ares de uma saudade singela e agradável, meus sentidos se voltaram para um carrinho, rangente de pesado, puxado por um rapaz forte, moreno, suado, a subir em direção ao sindicato. O rude veículo estava atulhado de livros. Algumas abas de papelão em tiras mal postas faziam a carroça balançar, contrariando as leis do equilíbrio, permitindo aos transeuntes uma interior torcida para que não caíssem.
    O sinal fechou, e a contragosto, o rapaz, fincando os suportes traseiros do carrinho no asfalto, resfolegante, parou. Com o impacto, parte da carga se espalhou pelo chão. Solidários, alguns passantes se apressaram em ajudar o moço. Foi aí que distingui no chão, um dos livros e consegui identificá-lo. Tratava-se de “O Verbo e a Carne”, escrito brilhante de Júlio Abreu e Herculano Pires. Aproximei-me mais e constatei que toda aquela pilha era de livros espíritas. Antigos, porém bem conservados, alguns com capas de papel de presente, dando a perceber o carinho de seu ex-dono. Caminhei na leitura de títulos imponentes, obras doutrinárias, opúsculos valorosos, esparramados ali no asfalto e amontoados no improvisado transporte. Meus olhos perpassaram por autênticas jóias da literatura espírita, com obras conhecidas, algumas raras, provavelmente a maioria já fora de catálogo, não mais encontradiços, suplantados hoje pelo modismo dos romances ocos e das obras de perquirições fracionárias, seccionistas. Ali, jogados ao léu, senti-os humilhados, a caminho de algum sebo, dos lixões, na reciclagem da celulose. Tesouro perdido, agora sem valor pelo não uso.
     E, não podem imaginar quanto, isso se repete de modo contumaz, intermitente, recidivante. Um amigo já me dissera: “as traças brasileiras são as mais espiritualizadas do planeta!”.
     É uma mania comum entre os espíritas esse apego, essa veneração aos livros, sendo muito constantes autênticas disputas domésticas pelo espaço reservado a eles, mesmo com o mofo e bolor, além dos cupins e as reclamações pertinazes e imperativas de esposas e filhos, quanto ao que normalmente rotulam de amontoado.
     Posso, de cadeira, afiançar que esta é uma perversa forma de escravidão a um dos pelourinhos do egoísmo, cujos agentes, ágeis, se apresentam como inclementes credores logo após nosso desligamento. O destino dos livros que lemos e temos deve ser as mãos e consciências de outros. E nesse universo devem estar, exatamente, aqueles que mais nos são agradáveis, úteis e caros. Tenho falado com amigos espíritas, agora e antes, de um propósito antigo, de se fazer uma grande feira, para que se esvaziem as prateleiras, os armários, e assim, muitos se livrem desses futuros dolorosos pesos, que se tornarão dívidas amargas, através de doações, trocas, intercâmbios, com preocupação doutrinária, não comercial. Não apologizo mais a formação das úteis, mas solitárias bibliotecas de empréstimos, visto que têm trazido, às casas, mais preocupação que benefícios. Exorto e conclamo sim, à cessão, à distribuição, a entrega fraterna, como a transferência de um bem precioso, como o são, para que possamos dessedentar nossos irmãos ávidos do saber elevado, colocando-os em contato com aquilo que nos ajudou a ser melhores, procedendo às corrigendas, evoluir.
    De certa feita em meu querido “Célia” fui presenteado por um querido irmão, de um exemplar de uma das mais recentes, à época, obras de Emmanuel, colhida por nosso amado Chico Xavier, -Palavras de Vida Eterna-. A dedicatória era efusiva e carinhosa.
   Após a reunião, abordado por um assistente vindo de área suburbana, foi-me solicitada uma ajuda a um núcleo espírita, que engatinhava em sua formação. Juntei mensagens, velhas publicações do Reformador, quatro das principais obras da Codificação de Kardec, e num impulso, retirando a amável mensagem do ofertante, coloquei o livro, presenteado pouco antes. A alegria do que recebia foi pronta, vivaz. Seu entusiasmo e gratidão só não foram superiores à grande surpresa que tive ao voltar de minha jornada terrena, quando, apresentados a mim os resultados de minha longeva permanência, pude constatar, na limitada faixa do saldo positivo, uma seqüência volumosa de créditos e comendas espirituais, vindos de pessoas desconhecidas, com quem, de memória, jamais contatei. Fui informado de que eram, na maioria, seres que tiveram a vida transformada, substancialmente mudada, numa casa espírita de uma comunidade de tugúrios, nascida sob a semente de livros que eu doei, dentre os quais aquele “livro novo”.
     O bom livro é uma lâmpada, e tê-lo, um compromisso. Retê-lo, uma falha. Compromissos têm duas conseqüências: dívidas ou créditos. 
     Tenho assistido pesaroso, a muitos irmãos queridos, mesmo pródigos em conquistas, experimentando sofrimentos atrozes, por não terem compartilhado a contento, seus conhecimentos e aprendizado. Muitos ainda percorrem os úmidos e escuros corredores e estantes, em busca de livros, lições não apreendidas. Não os encontram nas mãos dos que lendo-os, doutrinam (-se), mas nos monturos dos inservíveis, no lixo, nos sebos. São os que não entenderam que o melhor destino do livro é o de se dissolver de tanto ser compulsado, como o da vela, que se consome, iluminando.

José Martins Peralva – espírito-

(Mensagem recebida, em sessão pública no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada- Castanheiras- Sabará, pelo canal Arael Magnus, em 27 de Setembro de 2009)
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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Dr. Amílcar Pereira- Caridade no voto

A  PRÁTICA DA CARIDADE CURATIVA 
NA HORA DO VOTO



     Muitos entregam sua alma, comprometem seu destino, destroem belos vínculos de amizade, pelo vício do poder.
     Isso mesmo!
     Como qualquer outro, a sede compulsiva do poder é um insidioso vício que se instala, entranhado, difícil de curar. Supera até mesmo a ambição materialista, as paixões, os mais ardentes apegos, os males químicos e obsessivos. É de todas as doenças psíquicas onde mais se sucumbem as qualidades, o caráter, os princípios morais, a honra.

     Após a despedida provisória da vida na carne experimentam, porém, atrozes conseqüências de seus delitos, de suas mentiras, da concupiscência a que se entregaram para atingir os postos, pagando altíssimo e doloroso preço pelo pódio do temporal domínio.

    Dessa forma, infernais e repugnantes paisagens são geradas pelo processo ideoplástico- dentro das definições neurológicas-, que a todos acomete após o desenlace. Espíritos caminham por fétidos lamaçais criados por eles, fazendo discursos, chamando auxiliares, atacando adversários, prospectando (na imaginação) correligionários, com promessas, propostas de emprego, coisas do tipo. Um ambiente de gemidos e uivos,  insuportável. Trágico, e produtor de sentimento de piedade cortante. Nenhum manicômio terrestre consegue se aproximar em repelência e tetricidade.

    O olhar esgazeado da demência, os gestos bruscos, a expressão apavorante, a postura ensaiada de nobreza, tudo isso, faz parte da encenação da infeliz presa desse infeccioso mal. Empertigados, acenam com sorrisos desconfiados aos que passam, a perscrutar-lhes as preferências, mantendo, porém, inexcedível postura de mando.

   Como antes, apresentam soluções, propõem mudanças, reformas, naturalmente antevendo benesses aos adeptos, a quem chamam “meus assessores”. O câncer
do poder é maior até que o poder do câncer aos ainda encarnados. Infelizmente começa a se tornar também epidêmico.

    Um dos piores danos que produz esse vício aos personagens que escraviza, é a eliminação quase que total do senso crítico, da noção de ridículo.
    Assim, se enxergam essenciais, plenipotentes, insubstituíveis, e totalmente capazes de resolver, conhecer, dominar tudo! Frangalhos envoltos em molduras de semideuses. Não se prestam a apoiar, orientar, ensinar aos que chegam, pois isso a eles representa perigo de golpe. A não ser que se agachem, reconhecendo-lhes a superioridade da “boca de forno” ...o que o chefe mandar, faremos todos!
    De preferência escolhem (quando não se podem nomear a si próprios) aos mais próximos, parentes, a aqueles que lhes rendem, submissos, por razões umbilicais, a reverência da autoridade, no servilismo imposto.

    A defesa de suas posições implica em ajuizar os piores conceitos a todos os que lhes negam adesão. E quem os acusam são qualificados como escórias, ainda que não sejam. Esquecem-se de antigos compromissos, traem juramentos, renovando proposições estapafúrdias, velhas lorotas recondicionadas em embalagens brilhantes.

    A intenção às vezes é boa, os propósitos, muitos, até altruísticos, mas esses planos são sufocados pela incapacidade, pelo atraso, pelo anacronismo de suas visões. Para se manterem, ou conseguirem o poder, se esquecem de se reciclar, estagnando em antigas mediocridades.

    Os cargos, as funções, trazem competência, mas não fabricam, de “per si”, a capacidade para cumprir as promessas. E se há risco de derrota, os escrúpulos são ignorados, os limites da verdade estilhaçados, o enovelamento moral libera e avaliza estapafúrdios comprometimentos e acordos.

     Esse é o preço cobrado pelo vício do poder, minando, no âmago, no cerne, os resquícios de possível recuperação, cada vez mais distante. O pior: contagia em volta aos que assistem efêmeras vitórias do desvario.

     Este mal ataca, indiscriminadamente, a jovens e velhos, homens e mulheres, pleiteantes de cargos elevados ou simples cadeira de gabinete. Como facultativo e como atuante na cena política pude encontrá-los com freqüência. É fácil identificá-los. Os danos à personalidade se assemelham a muitas neuroses e paranóias elencadas nos anais da psiquiatria. Seus efeitos são destruidores, pois tornam seus acometidos, impermeáveis às críticas, refratários às reflexões, cegos renitentes diante dos próprios desvios.

   No caso da vida política pública- onde esse monstruoso e destruidor vírus se instala e cresce- cabe à sociedade, sobretudo aos bons e caridosos, dissuadirem os reconhecidamente infectados por esse mal, de prosseguirem em suas sanhas. Mas, se estes insistem, compete-lhes, pelo mesmo princípio de caridade, negar-lhes o voto e o apoio. Os que tergiversam, por quaisquer razões, responderão também pelo sofrimento e pelas dores impostas a esses doentes psico-morais, cujo vício ajudarem a alimentar.

    Sejamos, pois atentos a isso, e exerçamos o Mandato do Amor, impedindo maiores males a irmãos que estejam acorrentados ao vício do poder. Isso também curará muitas chagas materiais e do caráter da própria sociedade, num todo.

Amílcar da Silva Pereira- espírito

Mensagem psicografada pelo canal Arael Magnus, em reunião pública no CEFEC- Valparaíso de Goiás, em 26 de abril de 2014

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terça-feira, 27 de maio de 2014

Aracy de Mont'Alverne - em campanha

CAMPANHA POLÍTICA


Atentem-se, pois agora vou subir ao palanque.
Não adianta a oposição, não vai valer a crítica
Não duvidem, creiam, é tão somente por amor,
Que vou fazer agora esta campanha política.
Minha bandeira tem um nome. Você já a viu?
O partido é o P.B, o meu Partido do Brasil!

Preste atenção você que vai votar: Reflita!
Veja lá quem vai escolher pra dirigir o povo
Os erros cometidos, por favor, não repita!
Pense, pese e meça pra não falhar de novo.
As promessas vazias do que nada fez, rejeite.
E à gente que carece de tanta coisa, respeite!

Não caia em tentação de o seu voto vender
Podre corrupção começa no eleitor primeiro
Precisamos transformar a sociedade e ver
Ordem e Progresso nesse torrão brasileiro.
Temos sofrido muito com enganos, desvios
Mostremos desta vez que ainda temos brios.

A todos que traíram nossa confiança, ignore
Veja antes as qualidades de seu candidato
Vamos votar de forma que tudo aqui melhore
Se vir qualquer sujeira, denuncie, vigie de fato
Do voto do indivíduo é que se faz o montante
Que elege o probo útil ou escolhe o assaltante.

Não fie na conversa dos que antes mostraram
que mudam até de cara se a vitória lhes cabe
Vasculhe toda a ficha dos que se candidataram
Seu voto é secreto, mas sua consciência sabe.
O destino de muitos, o conforto ou miséria serão
A natural conseqüência de sua escolha na eleição.

Conheça os pleiteantes, os princípios e projetos
Olhe fundo nos olhos, escute, analise as atitudes
O que o mundo precisa é de seres bons, corretos
Que primem suas ações com base nas virtudes!
Entenda que a opção terá sempre um resultado
Se a participação é errada o seu voto é culpado.

Quando chegar a hora, faça antes uma oração
Sinta-se no momento sagrado, do grave decidir
Para que os anjos bons lhe tragam a inspiração
Que a mão da Verdade possa sua mão conduzir.
Eu sei que ninguém traz uma estrela na testa
Mas com cuidado e zelo, ante o mal se protesta

Votem, com a razão, com responsabilidade séria
Dêem chances ao idealista, ao generoso, ao do Bem
Pra reduzir ou acabar com as mazelas, co’a miséria
Se os ricos podem viver, os pobrezinhos também.
E encerro o meu discurso. Disse o que o coração diz
O voto pode fazer desta terra, agora, um povo feliz!


Aracy de Mont’Alverne- espírito


AMOR INFINITO

Volto feliz ao mundo de meus sonhos
A descobrir o mesmo tom de outrora
Torno a sentir os semblantes risonhos
Eis o meu lar, onde a esperança mora

Vejo jardins que ainda estão floridos
Escuto sons que me são muito caros
Mando mil beijos a seres tão queridos
Abraços fortes, de amores tão raros.

Meus pés navegam rente pétalas de rosas
Esparramadas por um vento mensageiro
Na varanda me vejo em animadas prosas
Contando histórias de um tempo faceiro

E reconheço naquelas faces as bonanças
Os elos antigos de seres muito especiais
Que bom meu Deus, ver hoje em crianças
Os que, um dia destes, eram meus pais.

Esta fogueira que em mim se incendeia
É de emoção, me rejubilo, grata e feliz
Estendo a oração ao Céu, de Fé, cheia!
No prosseguir da vida, mantida a raiz!

Lindos rebentos que a todos só orgulham
Amados anjos, de bondade tão repletos
Os pensamentos que no ontem mergulham
Dica e Neco hoje, na figura de bisnetos.

É assim nossa vida, que prossegue, infinita
E nos ensina que o laço de amor permanece
A oportunidade de viver, chance bendita!..
Abençoado é aquele que a Ele isso agradece.

O bem-te-vi acorda-me dos bons momentos
Recompondo a estrada onde a saudade brilha
Sou toda festa, e a Fé coroa os pensamentos
Exortação divinal de uma Universal Família.


Aracy de Mont’Alverne – espírito



EM UM BERÇO DE PALHA


Seus olhinhos pequeninos
tem a cor do céu,
miosótis.
Sua face vermelhinha
parece um maduro jambo.
Que belos dotes!
Bebê numa casa bonita,
Limpinha,
Na palafita.
A avó quem cuida,
dulcorosa
É toda mimos, carinho
Abraçando o troféu
a quem chama de
“fiinho”.
Ele olha para cima e vê
na negra figura
pele de graúna
envernizada
da avó toda amor
uma deusa
corporificada.
Gerado de uma aventura
No porto,
lá em Belém.
A mãe, menina travessa
com minhocas na cabeça
Foi seduzida, então...
pelos marcos reluzentes
do marinheiro alemão.
Nasceu no jogo da balsa
em noite de lua cheia
Com a bênção
da natureza
antes de belo arrebol.
Uma extensa fila de anjos
se fez
Para abraçar
outra vez
aquele nobre de escol.
Hoje vive no Araxá
na orla, em Macapá
com a vozinha,
querida, dando
O restinho de vida
a cuidar, de sol a sol
do antigo rei espanhol.

Aracy de Mont’Alverne – espírito


Mensagens recolhidas pelo canal Arael Magnus em reunião pública no CEFEC- Valparaíso de Goiás, no dia 30 de abril de 2014.
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domingo, 25 de maio de 2014

Alcy Araújo e Isnard Lima


UMA LUZ INUNDOU NOSSO CÉU

(por isto haverá futuro)


    Estava ali, com meu amigo poeta. O sorriso que ele trazia era um sorriso de criança, feliz, dependurado na calma de quem já sabe o que é.
    De seus lábios semi-abertos como portas de um céu setembro, fugia uma brisa de noite. Vi que na chuva, uma estrela de prata gotejava emoção.
    Equilibrada na fachada da loja nova, a estrelinha era solidária àquele sorriso amigo, parceiro, companheiro de muitos erros e poucos acertos, mas sempre amigo. Ajudou outrora a enxaguar meus versos, tosquiar minhas ovelhas que saíam galopando, sem destino, no jornal.

    -A que deve o mundo esse semblante natalino, se ainda estamos na Semana Santa? - perguntei, ciente de que a resposta não viria, e se viesse, nunca ao ponto de transformar a interrogação em espanto. O sorriso continuava, a resposta não veio, e em seu diálogo com a estrela, vi um sentimento de gratidão que se espalhava, inteirinho, ao lado da faiscante propaganda.

    Depois de muchochos, arfadas sonoras, serenos suspiros, a pedra chamada poeta, falou:
    - Meu pai ensinou-me mágicas e também contou sobre esta. Ele sabia. Nós estamos úteis, somos habilitados, e posso até pedir de novo, o cargo de chato-mór. Acho que vou ao cartório, exigir “juris et de jure” meu reingresso na pauta. Vamos pensar nisso, sumano. Você é você mesmo, e penso que até melhor, um pouco melhor que antes.

    Aquelas palavras vesgas, sem direção definida, tinham o dom de acertar no alvo, na mosca. Minhas saudades chacoalharam como jaraqui no anzol, no intranqüilo lago, que dizem ser nossa alma. Trouxe à tona meu desejo de confirmar tudo isso.
    Ele atira- “Dubitum, ergo cogito”. Nocaute em minha perfunctória lógica dos sonhos.

    Estivemos em reunião, ouvindo belas mensagens, palavras ricas, diamantes cinzelados por ourives de bom saber. Nós dois,- junto a duzentos ou mais- ali estávamos para o retorno à nossa colônia-escola-hospital-hospício-lar.

    No encontro ouvimos o belga padre Júlio, a tucuju Irmã Celeste, os pastores Gunnar Vingren, Daniel e outros. Lindas palavras das professoras Predicanda Lopes (de fala braba e bonita), de Aracy de Mont’Alverne (que tem perfume na voz), Walkíria de Lima (com seu plangente piano), Maestro Altino, Mestre Oscar, Professor Thiago, Dr. Alberto, o farmacêutico Rubim (que me cobrou velha conta) e também a Mãe Luzia.

    Esta- Mãe Luzia- fez um extraordinário, maravilhoso, formidável discurso, sem dizer uma só palavra. Por minutos, à frente, no alto, seus olhos despejaram luz e bondade, encharcando os corações com grossas lágrimas de ternura e sabedoria.

    Muitos outros estavam ali. Poucos falaram, mas houve um acordo geral. Não se pediu o crachá de ninguém. Cada um carregava em si a própria graduação, identificando o estágio. Não havia católico, espírita, protestante, judeu, muçulmano, preto ou branco, hindu ou pagão, mestiço ou índio. Todos eram, ao mesmo tempo, tudo isso, uníssonos sobre o bem do Amapá. Melhor, sobre o Bem.

    Filosofava ainda meu amigo vate de sorriso irônico, quando desferiu novo e certeiro tiro de canhão:
    - “Os espíritos não são espíritas. Eu sou místico, continuo comunista e quisera permanecer consumista, (e suspirando quimeras)... mas veja que intimidade, os pastores com os padres ouvindo um preto velho. Isso é fraternidade. Esse é o desejo de Deus para o futuro da esquizofrênica Humanidade.“- E aduziu:-“Olhe aqui, meu jornalista. Nesse novo uniforme não trouxemos rótulos, os distintivos, as infantis divisões.”-
E poetou:

“-A Luz é sua, Mãe Luzia-

Mãe Luzia rezava quebrantos,
curava espinhela caída,
impingem, defluxo e tosse
tiriça, coqueluche e depressão
Ramo de arruda, fumo, água benta
Erva cidreira, manjericão.
Ninguém saiu com doença.
Benzia, de todos, mãe.
Benzia e abençoava.



Ia à missa de domingo
Tinha uma bíblia de crente,
Que carregava com fé,
Quando ia ao terreiro
De Sô Dito, macumbeiro
Lá na banda do Congós.
Muitas vezes vi voltando
das conversas com o pajé.
Sarava até cicatriz
Doença infeliz
de amor perdido.
Doído.
Mãe Luzia tem sinônimo:
Chamam-na Dona Bondade.
Ela masca, não aceita, ri curto
E abraça.
Seu abraço tem o cheiro
E o frescor de hortelã
Tem gosto de abiú,
Madurim caído mole
Tem cor azul de Maria.
Mão grande que pega vidas.
Dentre todos nós aqui
É a que traz a maior luz.
Parece um cargueiro vindo,
na madrugada escura.
E o porto assim fica lindo
Iluminado de amor.
Nem a pedra do guindaste
resiste mais do que ela.
Nem a fortaleza nobre
é mais forte, ou mais bela.
Mãe Luzia hoje pega
seus meninos
que não nascem
que não morrem, que não riem,
que só choram.
Esses são seus prediletos.
Carinhosa,
fá-los netos
os pobres, os desvalidos
os famintos, os perdidos.
Ah...Mãe Luzia,
se eu pudesse
faria que o mundo visse
sua luz, sua guirlanda.
que forma um arco de estrelas
de onde aves douradas
rumam para o infinito
para conversar com Deus
contando os filhos achados.
Quando aqui o tempo der
a esperança renascer
eu quero Mãe Luzia
por perto,
como parteira.
Ela masca, não aceita, ri curto
E volita,
como aos anjos
Impõe sempre
                              levitar.”- 
                                                                   (Isnard Lima- espírito)

    Chegou a hora do regresso. Enrolo algumas sobras da emoção, que se enroscavam em uma cestinha de flores. A estrela - ainda gotejando brincos, pontos de safira polida – fica ali brilhando sem nós. No reflexo da poça, vi que eu estava com o mesmo sorriso de criança, de pureza, e apenas repetia o que da multidão exalava.
    Só o padre holandês não conseguia sorrir. Sua caravana tinha que seguir de volta, e quem dirige, quase sempre, finge que não é normal.

                                                                                      Alcy Araújo Cavalcante- espírito

Mensagem psicografada em sessão pública no dia 22 de março de 2014 no CEFEC- Valparaíso de Goiás pelo canal Arael Magnus.
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