terça-feira, 17 de setembro de 2019

JOEL SILVEIRA- espírito

SUBVERSIVO? SIM! 

DESERTOR? JAMAIS!




         Olha...  meus versos iniciais são para protestar, por estar aqui. Sinto-me como um pleno idiota, uma sardinha frita colocada no aquário. Ali é lugar de peixe, mas não frito. E estou frito...ou fritado. 
        Mas mesmo assim, me esforçarei para flutuar e espalhar o azedo óleo de minha frigideira, ainda que espiritual.

         A primeira vez que tentei montar a cavalo, -era um jegue- foi em Aracaju, no meu Sergipe. Nasci em Lagarto, apesar de ter sido parido em Aracaju. Tinha 8 pra 9 anos, e o mal-educado, logo que montei, zurrou, rodopiou e nisso, caí na poeira, em cima do joá. 
         Espero que desta vez não caia, e se cair, que não o seja no espinhento.

         Questionam-me os amigos da colônia onde estou, "por quê?" não acredito, ainda, em Deus. Mudei um pouco. Porque não via, mesmo antes de ficar cego, a função real da encarnação terrena. Hoje compreendo um "tiquinho mais", como processo de reestruturação, de lanternagem necessária. E ainda me refaço de uma catarata moral, que como bafo de ignorância, embaça o vítreo e o cristalino, obscurecendo o parco entendimento.

          A falta de informação correta não me trazia elementos para crer. Disso não há pronta entrega, o "delivery" aqui é precário. Pode ser porque aqui não tem motoboy... (Rachel diz que moto não vai pro céu). 
          Mas... ainda acho que Ele não é, de todo, eficiente. Não acredito muito, ainda...só que também espero que Ele não acredite muito, nas inúmeras bobagens que sempre falo. Segundo a estatística, mais de 60 por cento... mas a PM estima em 90. Perseguição!
         Afinal foi Ele quem mo deu o dom da incredulidade...logo...vou constituir uma "comissão de protesto", que ao contrário daí, aqui é paga "por cada" um - com direito ao proposital cacófato.

          Eu costumava dizer que a política, -ou a prática política- no Brasil, era precária, medíocre, atrasada. Continuo pensando assim, e acresço: hoje, além disto, passou a ser ridícula. Não há, desde uns 25 anos pra cá, nem mesmo a preocupação em disfarçar. 
          A idiotice, resvalando para o burlesco, ganhou cadeira cativa no bordel quadricolor. 
          Como torneiro mecânico e datilógrafo, a "profissão esperança" do brasileiro,  está quase extinta, e ele, moralmente abatido, desempregado, engrossa as fileiras do desencanto crescente.  

          Quando o barco, (alvíssaras!), se inclinou para a esquerda, brilharam os olhos dos que tanto desejaram isso. Mas, agora, estes mesmos- esbugalhados!-, brilham de vergonha, com as lágrimas da decepção, na comprovação da ladroagem, safadeza descomunal, com os famintos ratos e abutres devorando sonhos e ideais. 

           Lembro-me certa feita, ao encontrar-me no aeroporto com o governador Ademar de Barros - que não gostava de mim- mas que respondeu -gentilmente- à minha pergunta, porque era candidato: 
            -Governador... o que o senhor acha quando dizem que "políticos no Brasil que agradam ao povo, são os que roubam, mas fazem?"- 
            E ele, com aquele vozeirão sotaqueado de paulistês, rebateu:
            - Acho que exageram muito, mentem, quanto ao volume de realizações..." 

            ...Nunca publiquei isso, nem comentei com ninguém, porque estaria eu criando uma aura de sinceridade, a quem eu também não gostava. Nem o Francis pegou essa.

            Na tentativa de trazer o barco Brasil, a prumo, adernaram-no para a direita, mas erraram a mão. E pouco depois da manobra - primeiro com o vice, depois com o eleito-, já há início do novo desespero, pois o naufrágio se antecipa. Marinheiro de primeira viagem, mesmo com patente de capitão de bravata, faz buraco no convés e festa na proa. Eu sempre desconfiei que Vidal Negreiros era sergipano...
           Claro que -se a canoa afundar- não esquentam a cachola os políticos, pois, em quaisquer cenários, boiarão, como boia o cocô na baía da Guanabara.

             Mas, já começa a dar água na frágil e apodrecida barcaça gigante. 
            
             Recordo-me, intumescido pelo sombrio abandono, de tantas decepções, como a chance de 45, a derrocada de 61, o desperdício de 85, a destramelada de 89, e a palhaçada "hebdoanuária" de 02 a 17.  

             Caminhamos pra outra, pela mediocridade, agora mais ridícula, e gritam em mim fantasmas de monstros medusianos, com muitas cabeças, todas perfeitamente esvaziáveis... por óleo de rícino. 

            É incendiário em meu íntimo, o chamamento de 52, com Raul Pilla (que não vejo por aqui...talvez esteja no Céu...ou já voltou), em sua sábia epopeia pelo parlamentarismo. Asseguro: precisamos dele, e devemos isso perseguir, como o olhar esgazeado de Sancho Pança para a rechonchuda Dulcinéa, tentando tornar corno o seu chefe cavaleiro.

            Simples... Não temos estadistas, temos capatazes, de todas as vertentes, ávidos pelo poder, inebriados pela vaidade, entorpecidos pela burrice, embriagados por cabumba programática, que dá a todo instante choque nos infelizes, os que nela se afundam..

            Estadista é geral. Se é camarote, não serve. 
            Não tem time, religião, partido, não discrimina, não exclui, não cinge, não divide, e sabe alimentar o apoio, cultivar a união, buscar simpatias, não provocar  dissensões, brigas e confrontos -como fazem as torcidas ignaras organizadas-, no idem ignaro futebol. 
             Ou melhor... o ideal é que tenha todas as religiões, torça pra todos os times,  todos os partidos. É tal qual a mãe de muitos filhos que ama a todos, e aí pode até ser amada por eles. Vejam Churchill, conservador de carteirinha, que na calada de Kansington, mandava entregar marmitas aos estudantes raivosos, que protestavam contra sua inflexibilidade. Depois deleitava-se na gargalhada galopante, o que lhe fazia cair o inevitável charuto, a esta altura, já apagado.

             Também não temos um quadro dominante a quem poderíamos chamar de imprensa. Prevalece um monte de fofoqueiras, sussurrantes regateiras, mentirosos (descaradamente), com falsidades e invenções dignas de roda de lavadeiras (que são dignas, mas fofoqueiras), gritando estultícias, imbecilidades, forjando pastosas...e malcheirosas "bombas". Papo de pensão.

              Se preocupam com "qual é a cor da cueca do mandatário?"...repetem lorotas, se arvoram em sábios, indicam roteiros, tocando desafinados trombones, sem bochechas. E sujam as pernas ao limpar as únicas obras que conseguem produzir.

              Como diz Lazarotti, -esse vergado, quixotesco atrevido, meu Rocinante de agora:- "antes era Adão e Eva, hoje, Eva e Adão..."... com as grandes e mamadoras corporações, descarregando suas reservas de esgoto sobre o país, sem critérios, sem vergonha, porque o que importa é o caixa. Há "falha" no globostar (sem r)

              Aliar-se à Rússia não é pior que ao EUA, que só tem olhos para seus empanturrados umbigos. Ambos sagazes, famintos e desonestamente devoradores.  

              Lembro-me na guerra, quando americanos emprestaram fuzis à tropa brasileira, já que a heroica FEB partiu varonil, com os cabras da peste vestindo morim, na neve, armados com cartucheira e bacamarte do Caramuru. E tinha bodoque!
              Gesto nobre - diriam- que se diluiu na cobrança posterior, com 180 cargueiros de hematita "doados" aos ianques. Minério que daria para fabricar armas para toda a força armada, e mais a do Canadá. 

             Os vermelhos, por sua vez, têm grande apreço pelas reservas minerais do Brasil...pelo café da Colômbia, pela cocaína da Bolívia....pela carbonada Amazônia- cujo propósito dominador começou pelo condão do finado venezuelano... (temos notícia de que o capeta já recorreu à instância superior...)-  e prossegue no aparelhamento das guerrilhas e exércitos mercenários, destinados a "proteger" ao adestrado povo da atraente América, -que Mendes chama de "Latrina"-.

              A imprensa hodierna -com raras e desequilibradas exceções-, no Brasil, abriga tudo, muito pouco a verdade, e assim, bagunça a desejável harmonia da banda, que dela não deveria participar, mas informar que ela - a furiosa- está passando. E, por isso, fica a fanfarra desajustada. Barulhenta, ensurdecedora! Stanislau é sacristão nessa igreja de besteirol.

             Virão novos tempos? Ou soçobrará essa jangada enjambrada?                                       Consertaremos os rombos? 
             Torcemos para que sim, para que a Nação se recomponha, feche as pernas, ou no mínimo, ponha calças. 

             A esperança resiste. Afinal, toda porteira que se preza tem um mourão para firmar-se.
             Aqui, cheio de boletos e carnets, continuo a "suportar" amigos, como Villas, Lourival, Cony, minha doce e adorável (pimenta!) Rachel... e há pouco chegou o Geneton... 
            (imagina o quanto de veneno por cá se destila. Um só dia dá pra abastecer o Butantã por 10 anos). 
             Estou nesse ninho de serpentes...e presto, com tantos chocalhos e guizos, sou mera cobra de vidro.   

             Mas... agradam-me o lugar e as companhias. Não gosto do luar, como o de hoje, de lua cheia... me faz lembrar o de Verona, onde ele era cúmplice dos bombardeiros alemães. 
            Contudo, -apesar da grande saudade de meus amores- sinto-me bem. Estaria no Céu, se aqui tivesse uma cachacinha, e aquela loura da praia nudista de Ramatelle, de bicos empinados... Se assim fosse, cortesmente e com cara de santo, ia lhe pedir um abraço... 
             
            Não sei "por quê?" ainda não acreditam que eu ficava ali, só admirando o céu azul de Saint Tropez?! 

             Agradeço a oportunidade, aceitem meu abraço, e agora vou preparar meus cartazes para a campanha de Raul Pilla...  PARLAMENTARISMO JÁ!


                                                                 JOEL Magno Ribeiro da SILVEIRA - espírito

                             Mensagem psicofônica recebida pelo canal Arael Magnus Lazarotti 

                                        em 28 de agosto de 2019 no CEULD em Coroa Vermelha- Bahia