sábado, 16 de março de 2024

Abertura de Consciências e Horizontes


“O ser Humano não é capaz de imaginar o que não existe”-
Albert Einstein

        Esta frase do conceituado físico moderno descortina um parecer que deveria ser analisado pelos que buscam a Verdade com o sincero desejo de encontrá-la, e para tanto, despidos de todo e qualquer preconceito, juízo prévio. A afirmativa consagra a condição do ser atrasado, ainda em evolução, muito distante do Absoluto, falível, carente e semicego, que o são, em síntese os que vêm para a Terra no cumprimento de suas tarefas. Desta feita, uma análise desse intrigante - e desconfortável para muitos-, axioma, nos revela que, de alguma maneira, em algum lugar, de alguma forma, em tempos diversos, tudo aquilo que nosso pensamento, nossa imaginação, nossa intuição puder conceber, existe. Na oportunidade em que nos trazia essa conclusão, o cientista assustava à sociedade intelectual, ao afirmar que a imaginação era sempre melhor, maior e mais importante que o conhecimento.

          Não foi exposto, mas sub-apreendeu-se que as obras, os inventos, os feitos consagrados a seus autores, são cópias, lembranças ou frutos de revelações externas, misteriosas, místicas, enfim.

          A intuição foi citada como uma das geratrizes desse fenômeno, e justificando sua revolucionária “Teoria da Relatividade”, declina o cientista que obteve estas conclusões, com a frase: “I started to think about what I didn´t know!” - Comecei a pensar sobre o que eu não sabia!

          Afinal, estagnados diante das teses cartesianas (Cogito, ergo sum - Penso, logo existo)- “isso se torna Ilógico, inaceitável, incompreensível”, bradaram os adeptos da ortodoxia filosófica. No entanto, quem traz essa prédica não é um qualquer, do vulgo ou do “fanatic team” mas aquele a quem foi atribuído o mais elevado quociente de inteligência (QI) que a sociedade contemporânea pode mensurar. Declarando sua crença em Deus, Einstein também pontificou o seu lado místico. Corroborando uma lei consagrada por Antoine Laurent Lavoisier - (Dans la nature rien ne se perd, rien ne se crée, tout se transforme ...) e o ensinamento espiritualista completa...(et évolue), o cientista germano-judeu, que até hoje assombra por conclusões atômicas macro e microcósmicas, consolida para nossa civilização um entendimento novo. Compreensão que ao longo dos séculos vem sendo repetida por luminares, líderes espirituais, cientistas, filósofos, sábios, bíblicos profetas, místicos na essência, mas que encontra resistência na ignorância renitente e limitação reinantes, barreiras intransigentes de incredulidade empedernida, viciosa, dogmática.

          A insistência recrudescida em abominar e lançar anátemas contra todos os que se assanham em “perscrutar o insondável”, longe de identificar sabedoria, esconde fraqueza, medo, e entranhado egoísmo, pois os que assim agem se sentem abalados em suas convicções, estremecidos em seus pseudo-fundamentos. Revelam temor, pavor mesmo, aos berros de “Dies der Verdammnis Schreckgebot!” - Este é o mandamento terrível da condenação do diabo!”- no eco da wagneriana saga. E olham para o Céu, assumindo ares de paladinos bastoneados da divindade, como se a eles fosse dada tal autoridade!

          Com o advento das portentosas conclusões auferidas na doutrina dos espíritos, codificada e didaticamente encetada pelo professor de Lião, imaginou-se que pelo menos uma boa parcela da falange patrulhesca e inquisitorial fosse se debruçar sobre os PILARES DA REVELAÇÃO, e à luz da razão, consoante à Fé raciocinada, cuidasse dos chamados fenômenos e práticas herméticos, sem o casuístico e ultrapassado preconceito, sob um estrito crivo crítico, analítico e científico, filosófico e religioso. Desejava-se um térmo-choque de tolerância no mínimo e de real fraternidade, ao máximo.

          Entretanto não se viraram para a luz, para a decepção de uma espiritualidade Superior, que anseia pelas mentes e corações abertos de uma Humanidade coexistente e operosa no amor, no serviço e no saber. O que se vê é um despejar de velhas cantilenas, surradas acusações, revivescentes práticas dos índex, das heresias, da perseguição às bruxas, aos alquimistas, aos mágicos, aos oráculos, aos esotéricos (também com x) aos ciganos, aos iniciados, aos cultores das tradições africanas. Supõem assim conter, com suas imperecíveis fogueiras, torturas e castigos, um fluxo espiritual incessante, inerente à própria condição do inquieto espírito humano. São os mesmos que esparramaram o sangue e a dor, nos campos da maldade, em nome do Cristo, reprisando o ideal das Cruzadas -(Deus Vult!- Deus quer isso!), agora reencarnados e orgulhosamente albergados no códice kardeciano.

          Ao usar de argumentações bolorentas, pobres de essência, detratoras e falsas, tentam não apenas se contrapor, mas debochar de coisas profundas (às quais não conhecem) se utilizando de citações zombeteiras, com o propósito em criar uma pecha de “superstição pueril” sobre assuntos que seus níveis de entendimento ainda não alcançaram. Combatem às práticas dos umbandistas como se estas fossem dilapidárias da exaltação espiritualista, e mesmo cristã, sem reconhecer a excepcional fluência energética que delas se desprendem. Enxergam na simplicidade ingênua dos cultos oriundos das terras dos negros, o explorar de crendices, ao invés do admirável nascedouro de mediunidade genuína, a ser lapidado, orientado, nunca (como fazem) agredido com a fúria destruidora, desmesurada. Lembram na crueldade verbal as “divinais justezas” dos protestantes de Fox, no massacre da Escócia, elegendo de modo gratuito, uma legião de inimigos deles e de Deus!

          Vislumbram em estudos multimilenares, como os cabalísticos, ameaças à integridade espiritual e moral de seus profitentes, baseando-se em ilações superficiais, impróprias, rasteiras, medíocres.

          Esquecem-se de que este “Estudo do Incognoscível” é o berço-matriz de onde surgiram ciências notáveis, como a Astronomia, a Meteorologia, a Química, a Agronomia, alimentando outras como a psiquiatria, a psicologia, ocupando o interesse e a investigação de figuras de elevada estatura no conhecimento, como Platão, Sócrates, Hermes Thot, Pitágoras, Aristóteles, Arquimedes, Johannes Kepler, Galileu, Copérnico, CG Yung, Confúcio, dos oráculos, dos profetas, dos magos de todos os matizes e rincões (dentre os quais Baltazar, Melchior e Gaspar, anunciadores e testemunhas da vinda de Jesus), envolvendo todas as civilizações, dentre as mais desenvolvidas (Caldeus, assírios, mesopotâmios, babilônicos, vedas, coptas, multi-indos, chineses, suevos, escandinavos, orientais, judaicas, gregas, maias, astecas, e outras). Isso tudo, sem citar Kardec, que aí se enquadra, com a Doutrina dos Espíritos.

          Para o achincalhe se valem de figuras de retórica ensebadas pelo ranço de uma pseudo pureza doutrinária míope, que em sua intolerância se constitui num igrejístico arcabouço de preconceitos, discriminação, cercear ideológico, tentativa de aniquilamento da liberdade de pensar, de arguir, de vasculhar, de questionar, (processos insubstituíveis para a aquisição do conhecimento e evolução verdadeiros, plenos).

          Compete ao espírito buscar o saber em suas várias fontes. Como na ode esperantista “Simile al lá faleno ebria de libereco kaj lumo, flirtanta de floro al floro.”

          Tentam qualificar as ciências chamadas de ocultas, tais que a cabala, a numerologia, a astrologia, a tarologia, a quiromancia, a onírica, onomatomancia, e outras, por suas aparições casuais e manifestações mais vulgares, até mesmo mais infantís. Rotulam estudos sérios, superiores, profundos, multisseculares sob a ótica da ação deletéria de insensatos, amadores, curiosos, não poupando aí os qualificativos mais agressivos, mais contundentes, mesmo humilhantes. Isso é tão falso e tão injusto como seria falso e injusto definir o cristianismo pelos desvios dos desequilibrados sexuais que povoam os conventos, ou conceituar o espiritismo a partir das pancadas na parede de Hydesville, ou no amontoar dos códigos de Kardec como frutos das mesas girantes! Seria julgar a Doutrina pelos danos a ela causados por espertalhões que dela se valeram (e se valem) nas inumeráveis fraudes, nas mistificações e desvios (Abusus non tollit usum!)

          A evolução dos conhecimentos científicos em todos as épocas, e com predominância para a contemporaneidade, só tem confirmado as idéias defendidas e cultivadas pelos estudos herméticos. Em nosso cotidiano a presença e influência é indisfarçável, desde o calendário, aos dias da semana (lunedi, sábado, sunday, monday, etc.) com aos assuntos da ação da lua sobre o clima, a vegetação, os ventos, as marés, e por sua vez o sol, na fotossíntese, na energia vital e geral, na interferência da absorção das vitaminas, e daí por diante.

          Na divisão dodecadenal de casas zodiacais se detectam impressas nos indivíduos as qualidades e tendências elementares, essenciais, não generalidades. São assinaturas que distinguem os seres uns dos outros por qualidades intempestivas, definidoras. Parte-se daí para pesquisas mais profundas, sobre as gradativas mutações dos arcanos, dos momentos, das trilogias no fogo, terra, ar e água!. São assinalamentos que revelam aptidões, adequações, o talento, a vocação, a espécie, a estirpe. A aposição de nomenclatura simbólica não elimina a essência substancial. Como o magnésio, tem sua vida química, mesmo tendo sido antes, o fogo do bruxo.

          E o Destino? O que é o Destino? Um enquadramento compulsório da vida, tornando os indivíduos marionetes à mercê dos acontecimentos fatalistas? Claro que não! O Destino é um caminho no qual está determinada a trajetória da missão da existência. A forma, a maneira, a qualidade e a elaboração estão (aí sim!) condicionados ao Livre Arbítrio, à vontade de cada um. Mas, esse caminho tem limites e precondições, sendo consequência, em sua quase totalidade, dos acontecimentos pretéritos, confirmando o dístico cristão- “o plantio é livre, a colheita é obrigatória!”. É a Lei da Justiça e da Misericórdia Divina, na permissão da escolha (antecipada) dos carreiros a trilhar. Lembro aqui a frase zíngara- “Lia strada può variare, ma che è la strada.”- Pode-se variar na estrada, não mudá-la. O Livre Arbítrio estará condicionado àquela escolha. Cumpri-lo ou não depende da disposição, do interesse, do esforço, da boa vontade de cada um. Pode o ser humano conhecer esse caminho com antecedência, se ajudando, se orientando, definindo estratégias de enfrentamentos e evitando os riscos? Certo e justo que pode! É semelhante ao que hoje a ciência faz com o Deoxyribo-Nucleic-Acid -DNA- que determina de forma “ditatorial” os atributos genéticos, as qualidades e compleição física, como as fragilidades e predisposições. É impositiva, e carimba parâmetros, projetando o futuro. Mediante as informações e o conhecimento o indivíduo se cuida ou não, desenvolve-se ou não, dentro de sua liberdade de agir. Mas terá olhos castanhos ou azuis, predisponência ao diabetes ou aptidão ao atletismo, e isso pode ser lastreado mesmo antes que o espírito reencarne! No caso das ciências herméticas, vemos ser possível antever o futuro, ou seja, a estrada, num entendimento do “DNA” espiritual, mental, intelectual, com as tendências e talentos, fraquezas e inclinações.

          Estes comentários propedêuticos, ilustrativos, trazem em seu bojo o delinear inteligível do quanto é imperioso um cuidado maior dos que se aventuram a falar do assunto, condenando-o levianamente sem possuírem conhecimento para tanto. São os mesmos, certamente, a repetir o tribunal da igreja de Roma, sentenciando Galileu (“Eppur si muove”).

          Voltando ao Codificador, não nos esqueçamos de que ele se mostrou um observador profundo, místico em sua acepção mais acurada, de acentuado quilate e fulgor. Abandonando o ceticismo pragmático e refratário, absorvidos em sua vida secular de educador, com acentuação luterana, o prof. Denizard Rivail encarna (ou reincorpora) a figura do misterioso e oracular sacerdote druída, Allan Kardec, nome este que lhe foi revelado na mesa da quiromante Mme.Annelise Dorfand, sobrinha da famosa cartomante Mme. Lennormand*, de Alencon. E o próprio LHDR insiste na fixação de seu pseudônimo! Com clareza Kardec deixou gravadas suas impressões, como em “A Tiara Espiritual” - Obras Póstumas-, e outras, em nova consulta, desta vez com Mme.Du Cardonne, em Paris, pois ali enxergava ele uma manifestação da “dupla vista”, qualidade mediúnica própria de alguns sensitivos. Sem o histérico estardalhaço dos presunçosos “juízes desvairados”, adeptos do falar romeno “Nu vazut si nu a placut” - não vi e não gostei!- Kardec regista sua maneira de pensar, deixando entrever nesta, a salutar indagação, a hipótese construtiva, estímulo ao perquiridor. Do mesmo modo aceita e divulga, alardeia sem repulsas e estrebuchos, a proteção que lhe é oferecida pelo espírito que se identifica como Zéfiro (um ser mitológico, hermafrodita, chamado “o vento do Oeste”, que fecundava as éguas da Lusitânia). Mesmo que interpretações distorcidas posteriores possam substituir sua evidente valorização do que ele chamou de “ruptura do conceptual”, o mestre lionês não se entrincheirou em muros contentórios, mas construiu pontes e acessos, para o que ele não entendia, não conhecia, não tinha ainda uma explicação lógica. E como fundamento basilar, define como regra - Espíritas, Amai-vos e Instruí-vos! E aditamos o brado croata: ”Nema spasenja pojedinca” -

          Que os assacadores de opiniões condenatórias, eternas cassandras de plantão, se repliquem no lema da tese socrática, obtida no portal do Templo de Delphos, e conheçam-se a si mesmos, em sua rasa profundidade e parcos limites, antes de chacoalhar, de modo grosseiro, conceitos e pregações, que deixam os menos preparados, distantes das verdades maiores. A herança espiritual deixada por muitos luminares, inclusive por Kardec deve se pontuar, não pela posição excomuniatória que alguns tem adotado, mas pelo sistemático reinado do equilíbrio e verdade. O pseudenominado de Lião recebeu o merecido brasão de “O Bom Senso Encarnado” conferido por ocasião do enterro de seu corpo pelo amigo e confidente Camille Flammarion, que dentre outras virtudes intelectuais extraordinárias gostava sempre de ser identificado como um astrólogo e astrônomo que o era.

           Benata estu l’amo... Laüdata stu Dio!- O amor seja bendito, e Deus seja louvado!

Francisco Valdomiro Lorenz - espírito

Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus no Celest-Centro Espírita Luz na Estrada em 12 de Julho de 2009- Sabará-MG
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UMA PEQUENA HISTÓRIA-

Pela pertinência ao assunto que cerca o fato, revelo-o, não de modo inédito: Certa feita, em 1946, com alegria, tive o encantado prazer em conversar com o inadjetivável pela grandeza, Francisco C. Xavier, num encontro “casual” na porta de uma livraria, no centro da cidade paulistana. Estando de passagem pelo local e atraído como dezenas de outras pessoas, pelo anúncio da presença do já consagrado psicógrafo, estava ali quando ouvi com indizível surpresa, o chamamento do próprio, em meio a tantos ilustres acompanhantes: -Lorenz... Lorenz... Venha pra cá... - chamava-me ele pelo nome, em calorosa intimidade, estranhável a muitos, pois que nos conhecíamos através de algumas correspondências trocadas, que não passavam de meia dúzia. Mas, abraçando-me com carinho legítimo, pegou-me pelo braço, na porta do estabelecimento. Sob os olhares assustados de alguns dirigentes e outros imponentes representantes da mais acirrada ortodoxia kardecista, apresentou-me: ”-Este irmão aqui é meu xará... Francisco... Lorenz é o maior ocultista que esse país já conheceu...”, exagerava o “Anjo Amor”, para o escândalo e estupefação, e por que não dizer, indignação de muitos que o anfitrionavam. Confidenciou-me então: - Vou enviar a você, em breve, um material mediúnico acerca de informações trazidas por Swami Vivekananda, pois podem interessar ao Círculo Esotérico! ” - Como de fato ocorreu, recebi indicações preciosas vindas do monge, iogue e filósofo hindu, fundador da Missão Ramakrishna, cujo material extremamente útil foi (e é) divulgado, calcado exatamente na prática da Fraternidade, do espiritualismo universal, na compreensão dos seres, sem que haja necessidade de se servir do discurso religioso para estimular as facções ou as posturas vindas do fanatismo, orgulho, prepotência!

Francisco Valdomiro Lorenz - espírito-

Recebida pelo médium Arael Magnus em 12 de Julho de 2009 no Celest - Centro Espírita Luz na Estrada. -Sabará MG

Obs.do canal receptor - Antecipando o inevitável e esperado despejar de acusações feitas por vigilantes e fiscais do espiritismo, literalmente “encarnados” pela intolerância, donos do "SPC do Céu" manifesto meu total apoio sobre as informações trazidas pelo querido espírito do prof. Lorenz, fazendo desse manifesto um atestado necessário para esclarecimentos muito oportunos, sendo eles identificados com a maneira que eu penso. (Arael Magnus)

Nota- *Marie Anne Adelaide Lenormand nasceu em 1772, em Alencon, França. Pertencia a uma família gitane provinda da Catalunha (Espanha), de tribo Callin.Sinti, de cuja raiz na Ucrânia, nos arredores de Kiev, também fazia parte Myron Magnuvitch. Por sua vez, Myron, após ter sido expulso da Áustria pelo intolerante regime, que fez também vítima o autor FV. Lorenz e família, veio para o Brasil, desembarcando no litoral capixaba no início do Século XX, de onde rumou para o Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, pelo Rio Mucuri. Myron Magnuvitch no Brasil virou João Lage. O canal Arael Magnus é cigano por etnia, neto de Myron, por parte de mãe, e por parte de pai, Lazzarotti Giulio, zíngaro proveniente da região de Padova na linhagem da tribo de Zatta, de gerúndio hindu.

(Nota de Lídia Luiza Passos- Presidente do Celest- Sabará MG- 2009)

Ouça músicas mediúnicas recebidas por Arael Magnus clicando no link
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