TEMPO DE REVISÃO- 2 de 5
LIVRO ESPÍRITA: -MISSÃO E COMISSÃO-
Há em toda atividade humana a presença da Virtude e do vício, que representam, em essência, as companhias espirituais e as influências próprias de uma condição evolutiva. Para que tenha méritos, é indispensável que o indivíduo se esforce para a consecução destes, com empenho e determinação, e consiga superar as investidas negativas, as tentações.
Assim, ninguém é honesto apenas por não roubar, mas o será, reconhecidamente, quando tiver essa oportunidade e não o fizer. Nenhum indivíduo está isento, neste plano, de sofrer o ataque das sombras, como ninguém está impedido em receber as luzes do esclarecimento e amparo.
Isso ocorre tanto com os seres humanos, quanto com as corporações, sociedades. grupos que se formam. Na maior parte das vezes o ser humano e as instituições estão situadas no meio termo, apresentando de um lado, os aspectos positivos, e de outro, o domínio de erros, a presença de desvios, as manchas, a parte podre. Como estamos num plano de imperfeições há-se se esperar essa dualidade, mas almeja-se que a virtude prevaleça, domine, e cresça.
Grande parte dos propósitos dos idealistas, na pureza de seus objetivos, é afetada, sorrateiramente, pelas forças trevosas, que incutem, através da vaidade, do egoísmo, da sede de poder, do orgulho enquistado, posições e atitudes, que aos poucos se assomam e, sem vigilância e contenção, ganham força e não raro tiranizam o todo, os indivíduos e os empreendimentos.
Com frequência, destroem os ideais, superam escrúpulos, suplantam limites de bom senso, naturalmente ciceronizados por argumentações que se revestem de legítimas, mas escondem em si o "ovo da serpente". E é isso que acontece hoje, nos grandes movimentos espíritas do Brasil, com o gigantesco comércio de livros relacionados à Doutrina codificada por Kardec.
Todos sabemos da violenta e contumaz perseguição que sofre a estrutura espiritista, e verdadeiros exércitos e legiões são mobilizados com o fito em desestabilizar o pavilhão kardequiano, com as sombras se projetando bem próximas, adredes, de onde há luz. O trabalho de divulgação dos ensinamentos da Terceira Revelação se deu, até hoje, sobretudo através da publicação dos livros. Com destaque e acentuação para a enorme parcela oferecida por Chico Xavier, que popularizou de modo inquestionável, a relação entre o mundo material e o espiritual,- na magnífica e qualitativa feição das obras enviadas, romances, páginas de estudo, relatos, que reportam a vida no além túmulo- o livro espírita clareou mentes, conquistou adeptos e obreiros, se infiltrou, beneficamente, em todos os quadrantes das comunidades mais diversas. Através da abençoada mediunidade do missionário mineiro, centenas de milhões de pessoas ganharam consciência da vida espiritual, deslindando o que ainda eram, para a grande maioria, meras conjecturas e suposições. Para a surpresa (inclusive minha) abaixo de Chico, também com a conquista de milhões de adeptos à causa espiritista, aparece a escritora paulista Zíbia Gasparetto, proscrita nas livrarias dos centros, relacionada em nossa (equivocada) lista de "não doutrinárias".
No entanto, logo em seu alvorecer, nos meados do século passado, com o crescimento do interesse e da popularidade das publicações espíritas, surgiram forças que conspurcaram, envenenando, vagarosamente, as estruturas e as bases desse tráfego. Bafejados por insinuações de poder, de domínio, de superioridade existencial, dirigentes e mercadores perceberam que ali estava um filão altamente lucrativo, verdadeira varinha de condão da conquista do reino.
E o primeiro a ser atacado e posto à cabresto, foi exatamente o arauto pioneiro das grandes verdades kardecianas no Brasil, "O Reformador". Por esse tempo, esse indispensável e elucidativo veículo se converteu em mera tabela de ofertas, semelhantes àqueles compêndios que encontramos nas farmácias, com intermináveis relações de obras e preços.
Um mercadinho indisfarçado, lidando com verdades divinas como se fossem sabonetes ou legumes. Apelos, campanhas, promoções, pedidos de ajuda e espórtulas, grandes descontos, transformaram o sonho concretizado por Elias Barbosa, em um boletim comercial, quase mercenário. Na garupa de orações e mensagens edificantes crescia a oferta materialista. Nem se deram ao capricho de fazer encartes, o que seria até compreensível.
E os resultados- naturalmente estimulados pelas forças desestabilizadoras- apareceram num crescente impressionante. Os apelos, inicialmente voltados para o atendimento às despesas com as obras de caridade, ganharam outros voos, outros projetos, e rapidamente se viu um esforço de equipe, para que se ampliassem as oficinas, que se melhorasse o volume e a qualidade, que se importassem máquinas poderosas, modernas, e isso transformou a Casa de Bezerra num grande polo de distribuição comercial de publicações.
Obras de grande qualidade e de altíssimo valor doutrinário, mas também alguns calhaus, coisas sem muito sentido, bibelots com o objetivo de agradar e a satisfazer vaidades e mimos, entupiram estantes de norte a sul. Aos poucos o empreendimento editorial foi assumindo espaços e dominando o movimento espiritista, norteando-lhe o rumo.
A ERVA DANINHA DO EGOÍSMO
Como insidiosa parasita, cresceu rapidamente nos meios dirigentes a "necessidade em se implementar o comércio e distribuição dos livros e obras espíritas". Para isso se modernizaram as oficinas gráficas da Souza Valente, com máquinas importadas e de grande produtividade.
Claro, o objetivo fundamental era a louvável divulgação da Doutrina através da difusão das obras em todos os pontos. Mas a erva daninha do egoísmo, do orgulho, da sede de poder, alimentada pela seiva da ganância e ambição, crescia vigorosamente no meio, exigindo "melhor qualidade, melhor apresentação, melhor material, sistemas de ajustes para a competição no exigente mercado livreiro".
Muitos perceberam esse dissimulado avanço, como presença da ação das trevas sobre o movimento espírita. Mas, a essa altura os investimentos já eram gigantescos, os compromissos financeiros eram inadiáveis, e o resultado (sobretudo econômico e mercadológico) muito acima do esperado.
Atraídos como moscas ao monturo, espíritos de índole venal (encarnados e não) avultaram-se, inclusive assumindo postos de comando em unidades importantes. As contas bancárias das instituições cresceram, de maneira surpreendente.
Quando assumi a presidência, tive uma preocupação imediata em tentar controlar e conter o alto preço dos livros. A essa altura, o índice de ofertas do "Reformador" já ocupava fatias enormes da publicação, e contavam-se, aos milhares, as promoções e propagandas das obras espíritas.
Declarei, à época, que melhoraria a encadernação (a brochura se esfacelava) mas teria uma precípua preocupação em não aumentar o custo final dos livros, pois entendia a dificuldade dos menos aquinhoados para adquirir o "alimento da alma", apesar de entender que precisávamos "meter a mão no bolso" para atender a essa importante despesa.
Minha tibieza diante do rolo avassalador do mercado, entretanto, se revelou rapidamente, e fui, como antecessores e subsequentes, engolido pelas engrenagens, de um mercado que atraía uma horda de modernos e famintos fariseus e publicanos.
O SONHO COM DR. BEZERRA-
Certa tarde, nos anos findos da década de 80, após o almoço, estava na sede em Brasília, sozinho em minha sala, e adormeci, como num período de sesta. De repente, sonhei (hoje sei que foi uma visão) com o Dr. Bezerra, que trazia uma expressão carregada, e seus olhos profundos, fixados em mim, compunham um quadro de advertência.
Ele estava defronte à gráfica no Rio, e trazia na mão uma planta, - por mim conhecida dos jardins de minha Yola, como "fio de ovos"-. É uma erva daninha, parasita, vampiresca, que domina as plantas hospedeiras, fragilizando-as, submetendo-as, aos poucos destruindo a que a recebe. A planta estava assentada sobre um livro, recém editado, de um conhecido publicador.
Sobressaltei-me ao ser bruscamente acordado por batidas na porta. Era Nestor*, que ali chegava, pois naquela tarde estaríamos preparando o programa de uma reunião do CFN. Ao entrar ele se assustou, pois viu-me banhado em intenso suor, que empapava minha camisa, e que eu apresentava uma pavorosa expressão de pânico.
Providenciou imediatamente um copo dágua e ajudou-me a enxugar o rosto. Expliquei-lhe então o fato, e a sugestão imediata foi a de que nos recolhêssemos em oração. Para minha surpresa, ao final de sentida e fervorosa rogativa, olho para meu dileto amigo paulista, e também me surpreendo, pois ele trazia, também, a expressão de espanto, informando que, durante a prece tivera a mesma visão!
Entendemos a situação, e prometemos buscar caminhos e saídas, que por minha iniciativa nunca consegui implementar. Masotti, por sua vez, (sei-o daqui) se esforçou, e vencendo grandes obstáculos e poderosas forças contrárias, conseguiu um bom progresso, na desativação da gráfica e posterior terceirização das publicações.
Hoje na minha planilha de "contas a pagar" minha omissão se apresenta como um dos débitos mais altos.
A certa altura, no movimento espírita, era grande a euforia, pois este gravitava em torno da formação das livrarias. Milhares foram instaladas em pouco tempo, em mais de 4 mil casas espíritas por todos os cantos do país.
Criou-se um sistema de fornecimento de exemplares diversos, com facilidades de pagamento, com descontos, consignações, e com uma atraente e sedutora margem de lucro para a as casas e distribuidoras.
Dizia eu, contemporizando, "que devíamos ter a consciência de que vivemos num mundo material, em que a prevalência e necessidade do dinheiro estava à vista de todos!" Ali - de modo desastroso- consagrava minha direção a Mamon, explicitamente. A doutrinação e a difusão da Verdade Espírita estava pois, sufocada pela visão e atitude empresarial, mercantil. Já não era tão importante "qual", mas "quantos". Prioridade não com a Missão, mas com a comissão!
Centros de grande porte, federações, sociedades bem estruturadas separaram grandes espaços para o "comércio", e mesmo nas casas mais humildes, mais simplórias, ainda que não houvesse (ou haja) bancos para se assentar, certamente ali estaria a livraria, com os chamativos e brilhantes exemplares e as caras e descartáveis (?) apostilas.
Como consequência vieram as festivas feiras, com as "promoções" hoje questionáveis, pois os descontos nos preços suplantam os limites do bom senso. Ou estavam altos demais antes, ou se desencalhavam as "rolhas". As duas hipóteses são verdadeiras.
Entidades não federadas ou de pensamento diferenciado (algumas deliberadamente excluídas antes, por nós) vendo o sucesso comercial de nosso empreendimento, também abriram suas editoras, espalhando material, muitas vezes, conflitante com os preceitos da Doutrina. Mas, se tivemos a iniciativa de virar-lhes as costas, não possuíamos a prerrogativa de considerá-las "desertoras". E, também em decorrência disso, pela lei do mercado, tivemos que melhorar as aparências, a paginação, a qualidade material de nossas publicações, e isso ensejou outros patamares.
A concorrência se mostrou cada vez mais feérica, com lances vergonhosos, tornando-se um caminho ínvio, com agressões, medidas judiciais, espertezas mil, calotes, abafamento de escândalos e desvios, e o envolvimento inevitável com atravessadores, intermediários, bancos e instituições financeiras,- enfim- um quadro de materialismo por excelência, degradante e em conflito diante dos postulados da Doutrina.
O volume de dinheiro que começou a circular nesse mercado, tanto da federação quanto de outras livrarias afiliadas era (é) gigantesco, inimaginável, impressionante. Com a "ameaça" da concorrência, e também devido à baixa qualidade doutrinária de publicações, elaboramos a lista dos proscritos, das obras proibidas em livrarias de casas espíritas. Instalamos o nosso "Index".
Era o nosso "Auto de fé", e hoje sei que ali, os sequazes torquemadianos comemoram mais uma grande vitória. As "orientações" mostravam a impropriedade em comprar, vender e ler o que chamamos de "entulhos pseudo-espíritas".
Ao contrário do episódio de 9 de outubro de 1861 com Lachátre, em Barcelona, - onde a queima de 300 exemplares de livros de Kardec representou um grande impulso para a nascente Doutrina do Consolador- essa nossa atitude trouxe como consequência o fortalecimento da triste realidade:
Ao invés de centros com livraria, o movimento passou a ser de livrarias que possuíam (possuem) centros e casas espíritas, colocados aí em secundário ou insignificante plano. Constatamos isso em grotescos exemplos em muitas sedes federativas, como em São Paulo, no Rio, em Minas (onde o episódio de ocupação da rua Guarani só é superado pela espúria transação do terreno do ginásio do "Precursor"), bem como em Goiânia, em Porto Alegre, enfim, centenas de lugares.
A ELITIZAÇÃO DA DOUTRINA É UMA CONSEQUÊNCIA DO "FIO DE OVOS"-
Junto às feiras, congressos, encontros, simpósios, campanhas, estabelecidos com a função em vender mais e mais livros, vieram as apostilas, e as decisões voltadas para " o controle e domínio de todas as casas por meio de sistemas de rede, de consórcios", onde todos os pontos estariam vinculados à máquina central, e nosso "Vaticano" estava pronto, formado, equipado e ricamente montado. Nem faltou quem me chamasse de "papa".
Como nos tempos eclesiásticos, o papado, as dioceses, os bispados, as paróquias estavam, enfim, constituídos, sob pleno controle. As dissensões e arestas eram resolvidas através da instituição de conselhos, locais, municipais, zonais, estaduais, nacionais e até mundiais.
Tudo em torno do comércio livreiro. O principal era (é) o estatuto, inquestionável, talmudesco, dogmático! Assim surgiram documentos gradeadores como "orientação ao centro espírita", onde se colocava, em meio a conselhos extremamente cristãos, pinceladas ditatoriais e excludentes da prática mediúnica nas casas, e de discriminações a outras comunidades,- como frisamos no tópico anterior-, culminadas com grandes erros , encimados pela infausta "Declaração Oficial" de fevereiro de 1978.
Claro, tudo agregado à recomendação da adoção de apostilas e obras de nossa edição! Isso continua nos compêndios e cartilhas, nos ortodoxos e direcionados "planos de trabalho" do CFN e órgãos assemelhados, que visam, através de "recomendações de postura e ação" manter também o fluxo comercial. Kardec é o biombo, não autorizado, claro!
Naturalmente, em consequência da "disputa de mercado" houve necessidade em incrementar as publicações, com policromia, papel de alta qualidade, encadernações bordadas a ouro, edições comemorativas, enfim, expedientes que, inevitavelmente, interferiram de modo violento no preço dos livros.
Isso afastou ainda mais os humildes, os que não tinham recursos, e o acesso passou a ser permitido somente a uma elite mais aquinhoada, que, por sua vez, formou suas "igrejinhas", verdadeiras panelinhas inacessíveis, famosas "meireladas", constituídas em sua maioria pelos administradores da livraria, " novos donos" dos centros.
Os gigantescos e luxuosos congressos e simpósios, como "concílios" coroam essa realidade infeliz. Reitero a importância e indispensável utilidade da organização do Movimento Espírita em órgãos distintos. Mas, reafirmo o envenenamento destes, através da interferência perniciosa do mercado livreiro, hoje, certamente, o principal libelo de desvio dos objetivos da Doutrina do Consolador e implantação e domínio materialista no âmago da instituição espírita.
Recordo-me ter encontrado aqui no pavilhão onde me encontro, um antigo e querido companheiro, Pedro Ziviani, envolvido em diversas empreitadas de socorro aos que aqui se refazem, que confessou-me sua decepção e imensa tristeza, pois no centro em que porfiou por mais de 50 anos, na capital mineira, fizeram a separação física, sendo que os pobres, os meninos da periferia, os que recebem as cestas, são direcionados para um local distante da casa principal, a fim de que não atrapalhem e não emporcalhem as reuniões normais da casa! E a justificativa foi a de que "precisaram ampliar o espaço da livraria".
A maioria das "fraternidades" cria locais diferenciados, colocando postos avançados nas favelas e bairros miseráveis, e se reúnem em seus templos centrais, com mais liberdade para "administrar os negócios". Para disfarçar, na tentativa em mascarar esse quadro que agride os princípios do Divino Mestre- base fundamental da Doutrina Espírita- promovem as "sopas de sábado", a venda de camisetas para a feijoada, cujo propósito é comprar cestas básicas, que são cedidas para entidades (geralmente católicas) a fim de que estes tenham "uma boa impressão da gente kardecista!". Hipocrisia farisaica em superlativa aplicação!
É vezo humano, muito comum, divergir, criticar, apontar erros, mostrar equívocos. Mas se o faço é para advertir aos que ainda não se postaram à frente de seus relatórios de dívidas e alertá-los, pois haverá sempre tempo de antecipar a retomada do caminho da manjedoura, na simplicidade e na humildade e fugir dos enganosos encantamentos do poder, do egoísmo, do orgulho, do materialismo, já que aqui, na realidade espiritual não há como tergiversar, camuflar, tentar persuadir (e persuadir-se) para tentar justificar nossas fraquezas, nossos deslizes.
Perdoem-me o excesso de azedume, mas o quadro é tão infeccionado que exige-se o uso de desinfetante eficiente, ainda que, de pronto, seja entendido como agressivo.
VENDER LIVRO ESPÍRITA IMPRESSO, HOJE,
É PRÁTICA CONDENÁVEL, IMORAL!-
Com o advento e massificação da comunicação via redes de computador houve a adequação (à partir de 2005) do sistema, e criando sítios, domínios e páginas, passamos a usar esse extraordinário meio de comunicação mundial como ferramenta para se vender obras espíritas.
É preciso agora, eliminar a influência pernóstica e destruidora dos "vendilhões do templo", essa erva daninha, vampirizadora das sublimes energias trazidas pelo "Consolador", que se aninham sob as prateleiras, na "venda de livros espíritas impressos"! Afirmo, sem qualquer receio, que qualquer obra, maior ou menor, de qualquer autor, que hoje for vendida acima de 5 reais (Cinco reais!) representa abuso, contravenção, roubo! Sabem por que? Porque, com o avanço e facilidade trazidos pela internet, é menos que este o preço de um cd gravado, que pode conter em si, qualquer livro, com cores, fotografia, disposição, diagramação, estrutura, forma e conteúdo, podendo ser editado por qualquer casa que detenha os direitos autorais, como o são os livros espíritas principais (tais quais os de Chico) e de outros médiuns e autores que agem com honestidade. E qualquer rapazola imberbe ou menina adolescente, hoje tem capacidade de fazer essa gravação, espalhando-a por todos os cantos do mundo, praticamente sem custo.
À partir dessa realidade, o médium e/ou a instituição que negociar o resultado de suas recepções, usurpa, apropriando-se, indebitamente, de obra ou autoria alheia. A tentativa em dourar a pílula, argumentando, falaciosamente, que "parte dos resultados é destinada à beneficência", ou que dessa forma se ocupa mão de obra e oferece postos de trabalho, ou que é preciso edificar a Doutrina de modo sólido, todas estas são meras desculpas a esconder, na realidade hodierna, um comércio sórdido, devido ás facilidades oferecidas.
Com o advento da tecnologia cibernética pode-se publicar e colocar à disposição do mundo, tudo de bom, praticamente sem custo, extirpando do ambiente espírita esse tumor destrutivo. Voluntários para elaboração com certeza não vão faltar. Lembro-me agora de uma campanha tentada pelo querido irmão Peralva, que, à época foi comunicada a mim, e prontamente repelida. Essa está repetida numa crônica recente, ditada por ele, "O Sebo do Egoísmo"**, e Deus é testemunha de quanto me arrependo por não ter refletido, à época, e adotado o caminho sugerido por este que agora ostenta merecida auréola de evolução.
Meus espinhos e dívidas seriam bem menos numerosos do que o são agora. Por falar no meu amigo, este confidenciou-me sua enorme decepção e tristeza, ao visitar o centro Luiz Gonzaga em Pedro Leopoldo, e assistir uma dirigente da casa, na livraria, vociferar ameaçadora contra uma jovem que havia "alugado" uma obra do Chico (...E A Vida Continua- André Luiz) por esta ainda não ter pago o valor do aluguel cobrado! Isso, na terra do grande medianeiro, no centro fundado por ele, com obra que ele ofereceu para a editora, sem quaisquer retornos financeiros!
Martins Peralva (que naquela manhã de sábado levava alguns companheiros indianos a visitarem a instituição), para aliviar a tensão criada, foi para o interior do centro, no auditório, onde um senhor, indisfarçadamente homossexual, fazia palestra para jovens, acerca da normalidade das relações eróticas entre pessoas do mesmo sexo, usando como base de reflexão, ilações e raciocínios falsamente atribuídos ao ilustre médico baiano Manoel Philomeno. Aliás, esse assunto, atinente à moral espírita atual, é tema de um dos futuros tópicos desta minha acre manifestação.
Se por um lado, com estes posicionamentos, admito atingir susceptibilidades, até mesmo magoar antigos e queridos irmãos e companheiros de convicção, causando constrangimento e ferindo sentimentos, repousa em mim a consciência tranquila, de que, somente o faço, com o propósito em despertar nestes mesmos, -a quem devo respeito, gratidão e amor cristão-, a certeza da necessidade da recomposição e da adoção de medidas que anulem esses desfalques, que tanto prejudicam a marcha da Doutrina do Paráclito, na recondução às sendas do Consolador, para a evolução da Humanidade.
Extirpar o vil comércio de mensagens e obras espíritas no seio das casas e instituições, espalhando as verdades da Doutrina que tem todas as respostas, - a todos- indistinta e incondicionalmente, é obrigação de cada um que traz na consciência essa bandeira Divina.
Que todos façamos por merecer e desfrutar de muita Paz, em Jesus.
Juvanir Borges de Souza - espírito
Veja o restante das mensagens desse espírito, partes 1, 2, 4 e 5 no
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no Celac- Formosa- Goiás
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* Nestor João Masotti
** "O Sebo do Egoísmo"- Martins Peralva (espírito)- Arael Magnus- médium - http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com.br/2009/10/o-sebo-do-egoismo.html