SAÚDE NO BRASIL. TEM SOLUÇÃO?
No início da década de 90, já ministro, fui com o Dr. Carlini aos Estados Unidos, para conheceremos juntos o FDA, órgão que controla os medicamentos, laboratórios, e coisas do gênero por lá. Isso decorreu da constatação de que no Brasil a gente tinha muita dificuldade em verificar a procedência, qualidade, eficácia e composição dos remédios e equipamentos distribuídos no país. E ele, com conhecimento e dedicação, resolveu criar a Anvisa. Foi ótimo, porque logo de cara nós conseguimos fechar e criminalizar 240 laboratórios, irregulares, sem quaisquer bases para funcionar, que colocavam em risco a segurança da população e entregavam ao poder público, placebos, farinhas sem função, materiais condenáveis, produzidos em fundos de quintal, em porões, sem as mínimas condições. Houve aí um salto de qualidade na produção medicamentosa do Brasil. Em nós repousava a sensação de cumprimento do dever, de benefício real prestado à Pátria. No entanto, já em 2002, as coisas começaram a se deteriorar. O órgão, sentinela do Bem, se transformou em plataforma de interesses dos grandes laboratórios, das corporações financeiras, de falcatruas e desvios. A partir de 2012 aconteceram mudanças e melhorou um pouco, mas ainda está longe daquilo que projetamos, daquilo que deve ser a função verdadeira da agência de controle.
Com suspeitissimas atitudes de suspensão de alguns medicamentos homeopáticos, fitoterápicos, de uso tradicional e com penalização baseada em laudos pagos, desonestos e claramente mercenários, como o foi o que tornou 'ilegal' a autohemoterapia no Brasil, em 2006, dado pelo CFM, a agência mostrou, a partir dali, diversas vezes , a que se propunha: proteger as corporações farmacêuticas e laboratórios. A condenação de procedimentos simples, com uso de plantas, chás, hábitos tradicionais supera os limites do mais tacanho entendimento. Vejam bem: suspenderam o uso de certos medicamentos com base na "Aloes Vera"- a Babosa- sob a alegação de que ela representa risco para a liberação intestinal, através da aloína! Besteira. A ameixa preta contém dezenas de vezes mais essa substância (ou similar) e nunca fez mal a ninguém, pelo contrário. A mesma agência liberou o registro de um produto que é feito a base de bastonetes intestinais, retirados de fezes humanas, que está aí, liberado, em todas as prateleiras de farmácias e supermercados, activamente! As propagandas de remédios estão em todas as emissoras. Numa televisão contei, recentemente, mais de 300 propagandas em um só dia, e nenhum dos "medicamentos" anunciados presta! Tudo picaretagem, com o rótulo autorizado, uma enganação legalizada!
SAÚDE ALTERNATIVA]
O Brasil precisa pensar seriamente acerca do aproveitamento da fitoterapia, das pesquisas sobre os princípios ativos das plantas, pois possuímos a maior variedade de flora do planeta, e isso interessa à população, mas não interessa aos poderosos laboratórios e corporações farmacêuticas. O uso de técnicas alternativas, a adoção de critérios e a expansão das "hortas medicinais", tudo isso é muito importante, e contribuirá, de modo expressivo, para a melhoria e eficiência da saúde em geral. O uso da quina, do cravo-da-índia, da casca de romã, da própria babosa, do alho, da citronella, da cidreira, e milhares de outros, é extremamente benéfico no tratamento e prevenção de centenas de doenças, como das viroses, inclusive da dengue e variações. Vejam a maravilha trazida pela Dra. Zilda, o sorinho caseiro. Milhões de vidas foram salvas por isso. Mas foi na marra, porque na época agentes do governo queriam proibir essa prática, naturalmente motivados pelos interesses dos que produzem e vendem os caríssimos (e às vezes contaminados) soros industrializados. A utilização dos cloretos e sulfatos (baratos e eficientes) como os de Magnésio, é outro caminho que deve ser utilizado.
Muita gente do governo, da área médica sabe disso, mas se rende à pressão e gulodice dos gananciosos, vampiros da economia popular. Quando adotarem (como já deveriam ter feito), por exemplo, a autohemoterapia nos postos de saúde, reduziremos mais de 80 por cento do consumo de remédios e drogas! O trabalho abraçado com tanto ardor pelo Dr. Luiz Moura, em mais de 50 anos é digno de um Nobel. É eficaz, de custo quase zero e sem contraindicações, sem efeitos colaterais, já curou e salvou milhões de pessoas! A explicação científica dada pela equipe do Dr. Heliuzê, mostrando a dinâmica da AHT com base na apoptose é extremamente esclarecedora. Não se trata de uma panaceia, mas é infinitamente superior em eficiência do que a grande maioria dos tratamentos e praticamente nada custa, dispensando inclusive a presença do médico, bastando alguém com habilitação a aplicar injeção simples. Quem é contra é ignorante ou desonesto!
É claro que a par disso deseja-se uma regulamentação científica, que não é difícil. Mas tem que começar. Continuo afirmando que nada começa pronto. E enquanto regulam, estimulem o uso pela população. Outro ponto é o retorno da comunidade aos banhos de sol. O Feldman tem um trabalho excelente nessa área. De 30 anos pra cá, as indústrias demonizaram a luz solar, que é na verdade, a maior fonte de vida conhecida. A absorção da vitamina D, pelo organismo é de importância gigantesca, para praticamente toda a defesa necessária. As pessoas precisam do sol, todos os dias, por pelo menos 20 minutos, e no horário que eles chamam crítico, entre 11 e 15 horas, e com partes do corpo expostas, braços, pernas, abdômen, sem os ditos "protetores solares". Isso é saúde pública, limpa, positiva. É a economia do Bem, ajudando às pessoas. Os mercenários da saúde, certamente espernearão, pois perderão mercado, mercado muitas vezes promíscuo, por sinal. Para implementar isso precisa peito e não ter "rabo preso", porque se tiver compromissos assumidos com estas corporações vampirescas, como os que estão aí, empoleirados têm, ...fica difícil.
DO BOTECO À BOTICA
Um número assustador precisa ser amplamente divulgado: no Brasil, atualmente existem mais de 150 mil farmácias funcionando, abrangendo todos os cantos e rincões, e são colocados à disposição mais de meio milhão de drogas, remédios, excessiva variedade repetida, misturada, a grande maioria sem qualquer função efetiva. Há pouco tempo atrás as cidades eram invadidas por botequins, mas hoje estes deram lugar às farmácias. E a ótica e a ética da industria farmacêutica, que congrega os laboratórios, as distribuidoras, os importadores até chegar ao dono da farmácia são muito diferentes das do médico. A empurroterapia faz parte desse mercado e isso precisa ser autuado como uma infração, uma ilegalidade. É necessária uma contenção desse comércio vulgar, porque saúde não pode ser um negócio, pra ninguém! Mas a coisa é levada na corda bamba, no toma lá dá cá e isso não é bom...
UM SAFANÃO SEM REMORSO
Tenho participado de reuniões com o grupo Pro-Curar, que reúne muita gente de alto valor médico-científico, inclusive na equipe "Heliuzê", na assessoria que é feita a colegas ainda encarnados, em diversas situações. (Meus meninos às vezes se assustam, mas vão se acostumar). E um relato recorrente é quanto à pressão exercida pelas corporações mercantis, laboratórios, redes de farmácia, planos de saúde, sobre a adoção de tratamentos baratos, eficazes e acessíveis. Recordo-me, na década de 80, quando chegava com o Eduardo, no Dante, quando trazíamos os apetrechos e fontes que havíamos comprado na Santa Efigênia, para completar um equipamento que construímos, acerca da circulação extra-corpórea. Antes de entrar fomos abordados por um senhor gordo, de terno, suado, que nos propôs "comprar o invento" e que nós colocaríamos o preço. O Eduardo o identificou como sendo representante de um grande laboratório internacional. Ele começou a falar e insinuar valores muito altos, para nos seduzir. Dei-lhe, sem remorso, um safanão, e se não fosse meu colega acho que ele teria levado uma pisa. Estas corporações rondam os pesquisadores e compram tudo o que puderem que sugira a redução da venda de seus medicamentos e tiram de circulação. Uma estupidez! Isso acontece mais do que se imagina, com o assédio a médicos e a institutos, numa forçação de barra que supera os limites da ética, da honestidade, da atividade regular. E depois, na mídia e na propaganda aparecem como defensores da vida. É como a ação benemerente da fábrica de cigarros que dava sustentação à fundação Ângelo Sabatto, especialista no tratamento de câncer do pulmão! Incoerência total. Se derem uma maior proteção aos pesquisadores e engenheiros dessa área, o Brasil vai surpreender o mundo, pois além da inteligência e criatividade há uma falange de benfeitores, que coloca AMOR no que fazem.
COLOSTRO ENVENENADO
Está muito claro para todos nós que as epidemias que estão acontecendo com muita frequência no Brasil são decorrentes da falta da medicina preventiva. Os agentes comunitários de saúde, quando bem preparados, com instruções básicas, e dispostos a trabalhar, são indispensáveis e muito importantes nesta missão. O saneamento básico, o tratamento da água, a orientação alimentar são acessórios complementares de alto valor. E nós vivemos hoje uma realidade vergonhosa quanto à qualidade do leite que a grande maioria da população consome. Já é caso de polícia, mas precisa de uma providência mais enérgica, porque o que acontece no Brasil hoje é um crime, onde adicionam ao leite- que em verdade é um colostro, o resto do leite de qualidade, que por sua vez, é vendido aos laticínios internacionais- diversas substâncias venenosas, em quantidade violenta, extremamente danosas ao organismo humano. Experimentem deixar no fundo da caixinha de leite um pouco, por 3 ou 4 dias e verão no que se transforma. É um absurdo e há uma negligência incompreensível das autoridades, numa "complacência" inadmissível. O ataque destas substâncias vulnerabiliza crianças, idosos e pessoas doentes, quando ingerem esse leite adulterado, e isso escancara as portas para a entrada e ataque de vírus e bactérias. Estamos concluindo que, o que era gripe antes agora é dengue, não pela mutação dos vírus, mas pela fragilidade do sistema imunitário da população de um modo geral. O leite, de boa qualidade é um agente antiinfeccioso de grande valor. E está demorando demais uma tomada de posição das autoridades policiais sobre esse assunto. É preciso também pensar no leite de soja, no antigo e delicioso mingau de fubá, coisas assim.
PLANOS DE SAÚDE EXPLORAM A INEFICÁCIA OFICIAL
A existência dos planos de saúde, que hoje congregam 70 milhões de brasileiros, é um efeito da precária e vergonhosa situação da saúde pública no país. E são eles também protagonistas de situações que dificultam e às vezes até impedem, com suas manobras nos bastidores, melhorias no SUS e assemelhados. A agência que deveria regular, fiscalizar e controlar estes "monumentos da precariedade", na verdade "faz de conta" que fiscaliza, que pune, que detém o comando. É outro cabidão, injustificável. São eles, em resumo, que promovem uma avalanche da judicialização da saúde no país, pois quando acionados, encontram em seus advogados bem pagos, as saídas e soluções, mas abrem ao Poder Público, as brechas jurídicas que são acionadas pelos cidadãos em geral. Mas, não adianta investir contra essas estruturas famintas e sugadoras, pois elas são um mero efeito da incapacidade, da irresponsabilidade, da improbidade dos governos (nas três esferas) em não satisfazer às necessidades da saúde pública. No dia em que houver um atendimento honesto e suficiente (e isso é perfeitamente possível, como demostramos no tópico 1), as arapucas e ninhos de aproveitadores vão desaparecer, falir, não tenham dúvidas disso.
O projeto dos medicamentos genéricos e das "farmácias do povo" é muito bonito, no papel. Mas sabemos que alguns espertalhões usam, junto ao governo e com a conivência deste, o programa para adulterar, falsificar notas fiscais, empenhos e valores, e o brasileiro precisa entender que pagamento com dinheiro público é pagamento com dinheiro que sai do bolso dele, do cidadão. Os órgãos policiais já possuem dados mais que suficientes para estourar esse antro de exploradores. É preciso conferir quantidades e destinatários, para não voltarmos a um passado triste em que clínicas conveniadas apresentavam ao SUS contas de parto em homens e cirurgia de fimose em mulheres. Com um grupo enorme de farmácias, distribuidoras e laboratórios, fraudes estão acontecendo, e isso não pode continuar. Do mesmo modo que ocorre com as próteses, equipamentos médicos e hospitalares. Em suma, o dinheiro da saúde precisa ser peneirado e visualizado integralmente pela sociedade, que deve conter esses desvios.
Como dissera antes, o clamor popular, a grita da sociedade é um caminho muito eficiente para que as coisas melhorem. E por isso é que confio na gente moça que está aí, consciente dos problemas e inconformada com os descaminhos. Com sabedoria, retidão, sem fanatismo e vermelhidão, nossa juventude pode dar ao país e ao nosso povo uma vida com valores e dignidade. Meu Céu, e de muitos colegas, é poder continuar trabalhando naquilo que eu acredito que seja bom para as pessoas, e continuaremos a fazer isso, interferindo o quanto e quando possível, apesar dos "sustos".
Certa feita li uma afirmação do colunista Paulo Francis, que não precisa ser uma verdade, já que pode ser modificado. Dizia ele que "o inferno também é um brasil". Ninguém quer que um lugar tão privilegiado por Deus como nossa Pátria, continue a justificar essa frase.
Fiquem todos na Paz.
ADIB DOMINGOS JATENE- espírito-
Mensagem recebida por Arael Magnus (foto),
no C.E Farol, em Planaltina DF, no dia 4 de Junho de 2015
As partes 1 e 3 desta mensagem estão no intermedium.blogspot.com
Contate com Arael pelo fundoamor@gmail.com