segunda-feira, 20 de abril de 2015

JUVANIR BORGES- (espírito)- 2 de 5


TEMPO DE REVISÃO- 2 de 5

LIVRO ESPÍRITA: -MISSÃO E COMISSÃO-


      Há em toda atividade humana a presença da Virtude e do vício, que representam, em essência, as companhias espirituais e as influências próprias de uma condição evolutiva. Para que tenha méritos, é indispensável que o indivíduo se esforce para a consecução destes, com empenho e determinação, e consiga superar as investidas negativas, as tentações. 
       Assim, ninguém é honesto apenas por não roubar, mas o será, reconhecidamente, quando tiver essa oportunidade e não o fizer. Nenhum indivíduo está isento, neste plano, de sofrer o ataque das sombras, como ninguém está impedido em receber as luzes do esclarecimento e amparo. 
         Isso ocorre tanto com os seres humanos, quanto com as corporações, sociedades. grupos que se formam. Na maior parte das vezes o ser humano e as instituições estão situadas no meio termo, apresentando de um lado, os aspectos positivos, e de outro, o domínio de erros, a presença de desvios, as manchas, a parte podre. Como estamos num plano de imperfeições há-se se esperar essa dualidade, mas almeja-se que a virtude prevaleça, domine, e cresça.

     Grande parte dos propósitos dos idealistas, na pureza de seus objetivos, é afetada, sorrateiramente, pelas forças trevosas, que incutem, através da vaidade, do egoísmo, da sede de poder, do orgulho enquistado, posições e atitudes, que aos poucos se assomam  e, sem vigilância e contenção, ganham força e não raro  tiranizam o todo, os indivíduos e os empreendimentos.

      Com frequência, destroem os ideais, superam escrúpulos, suplantam limites de bom senso, naturalmente ciceronizados por argumentações que se revestem de legítimas, mas escondem em si o "ovo da serpente". E é isso que acontece hoje, nos grandes movimentos espíritas do Brasil, com o gigantesco comércio de livros relacionados à Doutrina codificada por Kardec.

      Todos sabemos da violenta e contumaz perseguição que sofre a estrutura espiritista, e verdadeiros exércitos e legiões são mobilizados com o fito em desestabilizar o pavilhão kardequiano, com as sombras se projetando bem próximas, adredes, de onde há luz. O trabalho de divulgação dos ensinamentos da Terceira Revelação se deu, até hoje, sobretudo através da publicação  dos livros. Com destaque e acentuação para a enorme parcela oferecida por Chico Xavier, que popularizou de modo inquestionável, a relação entre o mundo material e o espiritual,- na magnífica e qualitativa feição das obras enviadas, romances, páginas de estudo, relatos, que reportam a vida no além túmulo- o livro espírita clareou mentes, conquistou adeptos e obreiros, se infiltrou, beneficamente, em todos os quadrantes das comunidades mais diversas. Através da abençoada mediunidade do missionário mineiro, centenas de milhões de pessoas ganharam consciência da vida espiritual, deslindando o que ainda eram, para a grande maioria, meras conjecturas e suposições. Para a surpresa (inclusive minha) abaixo de Chico, também com a conquista de milhões de adeptos à causa espiritista, aparece a escritora paulista Zíbia Gasparetto, proscrita nas livrarias dos centros, relacionada em nossa (equivocada) lista de "não doutrinárias".

         No entanto, logo em seu alvorecer, nos meados do século passado, com o crescimento do interesse e da popularidade das publicações espíritas, surgiram forças que conspurcaram, envenenando, vagarosamente, as estruturas e as bases desse tráfego. Bafejados por insinuações de poder, de domínio, de superioridade existencial, dirigentes e mercadores perceberam que ali estava um filão altamente lucrativo, verdadeira varinha de condão da conquista do reino. 
         E o primeiro a ser atacado e posto à cabresto, foi exatamente o arauto pioneiro das grandes verdades kardecianas no Brasil,  "O Reformador". Por esse tempo, esse indispensável e elucidativo veículo se converteu em mera tabela de ofertas, semelhantes àqueles compêndios que encontramos nas farmácias, com intermináveis relações de obras e preços. 
        Um mercadinho indisfarçado, lidando com verdades divinas como se fossem sabonetes ou legumes. Apelos, campanhas, promoções, pedidos de ajuda e espórtulas, grandes descontos, transformaram o sonho concretizado por Elias Barbosa, em um boletim comercial, quase mercenário. Na garupa de orações e mensagens edificantes crescia a oferta materialista. Nem se deram ao capricho de fazer encartes, o que seria até compreensível.
        E os resultados- naturalmente estimulados pelas forças desestabilizadoras- apareceram num crescente impressionante. Os apelos, inicialmente voltados para  o atendimento às despesas com as obras de caridade, ganharam outros voos, outros projetos, e rapidamente se viu um esforço de equipe, para que se ampliassem as oficinas, que se melhorasse o volume e a qualidade, que se importassem máquinas poderosas, modernas, e isso transformou a Casa de Bezerra num grande polo de distribuição comercial de publicações. 
        Obras de grande qualidade e de altíssimo valor doutrinário, mas também alguns calhaus, coisas sem muito sentido, bibelots com o objetivo de agradar e a satisfazer vaidades e mimos, entupiram estantes de norte a sul. Aos poucos o empreendimento editorial foi assumindo espaços e dominando o movimento espiritista, norteando-lhe o rumo.

        A ERVA DANINHA DO EGOÍSMO

        Como insidiosa parasita, cresceu rapidamente nos meios dirigentes a "necessidade em se implementar o comércio e distribuição dos livros e obras espíritas". Para isso se modernizaram as oficinas gráficas da Souza Valente, com máquinas importadas e de  grande produtividade. 

        Claro, o objetivo fundamental era a louvável divulgação da Doutrina  através da difusão das obras em todos os pontos. Mas a erva daninha do egoísmo, do orgulho, da sede de poder, alimentada pela seiva da ganância e ambição, crescia vigorosamente no meio, exigindo "melhor qualidade, melhor apresentação, melhor material, sistemas de ajustes para a competição no exigente mercado livreiro". 
         Muitos perceberam esse dissimulado avanço, como presença da ação das trevas sobre o movimento espírita. Mas, a essa altura os investimentos já eram gigantescos, os compromissos financeiros eram inadiáveis, e o resultado (sobretudo econômico e mercadológico) muito acima do esperado. 
         Atraídos como moscas ao monturo, espíritos de índole venal (encarnados e não) avultaram-se, inclusive assumindo postos de comando em unidades importantes. As contas bancárias das instituições cresceram, de maneira surpreendente.

      Quando assumi a presidência, tive uma preocupação imediata em tentar controlar e conter o alto preço dos livros. A essa altura, o índice de ofertas do "Reformador" já ocupava fatias enormes da publicação, e contavam-se, aos milhares, as promoções e propagandas das obras espíritas. 
      Declarei, à época, que melhoraria a encadernação (a brochura se esfacelava) mas teria uma precípua preocupação em não aumentar o custo final dos livros, pois entendia a dificuldade dos menos aquinhoados para adquirir o "alimento da alma", apesar de entender que precisávamos "meter a mão no bolso" para atender a essa importante despesa.
      Minha tibieza diante do rolo avassalador do mercado, entretanto, se revelou rapidamente, e fui, como antecessores e subsequentes, engolido pelas engrenagens, de um mercado que atraía uma horda de modernos e famintos fariseus  e publicanos.

       O SONHO COM DR. BEZERRA-

         Certa tarde, nos anos findos da década de 80, após o almoço, estava na sede em Brasília, sozinho em minha sala, e adormeci, como num período de sesta. De repente, sonhei (hoje sei que foi uma visão) com o Dr. Bezerra, que trazia uma expressão carregada, e seus olhos profundos, fixados em mim, compunham um quadro de advertência. 
         Ele estava defronte à gráfica no Rio, e trazia na mão uma planta, - por mim conhecida dos jardins de minha Yola, como "fio de ovos"-. É uma erva daninha, parasita, vampiresca, que domina as plantas hospedeiras, fragilizando-as, submetendo-as, aos poucos destruindo a que a recebe. A planta estava assentada sobre um livro, recém editado, de um conhecido publicador. 
         Sobressaltei-me ao ser bruscamente acordado por batidas na porta. Era Nestor*, que ali chegava, pois naquela tarde estaríamos preparando o programa de uma reunião do CFN. Ao entrar ele se assustou, pois viu-me banhado em intenso suor, que empapava minha camisa, e que eu apresentava uma pavorosa expressão de pânico. 
         Providenciou imediatamente um copo dágua e ajudou-me a enxugar o rosto. Expliquei-lhe então o fato, e a sugestão imediata foi a de que nos recolhêssemos em oração. Para minha surpresa, ao final de sentida e fervorosa rogativa, olho para meu dileto amigo paulista, e também me surpreendo, pois ele trazia, também, a expressão de espanto, informando que, durante a prece tivera a mesma visão! 
         Entendemos a situação, e prometemos buscar caminhos e saídas, que por minha iniciativa nunca consegui implementar. Masotti, por sua vez, (sei-o daqui) se esforçou, e vencendo grandes obstáculos e poderosas forças contrárias, conseguiu um bom progresso, na desativação da gráfica e posterior terceirização das publicações. 
         Hoje na minha planilha de "contas a pagar" minha omissão se apresenta como um dos débitos mais altos.

       A certa altura, no movimento espírita, era grande a euforia, pois este gravitava em torno da formação das livrarias. Milhares foram instaladas em pouco tempo, em mais de 4 mil casas espíritas por todos os cantos do país. 
      Criou-se um sistema de fornecimento de exemplares diversos, com facilidades de pagamento, com descontos, consignações, e com uma atraente e sedutora margem de lucro para a as casas e distribuidoras. 
       Dizia eu, contemporizando, "que devíamos ter a consciência de que vivemos num mundo material, em que a prevalência e necessidade do dinheiro estava à vista de todos!"          Ali - de modo desastroso- consagrava minha direção a Mamon, explicitamente. A doutrinação e a difusão da Verdade Espírita estava pois, sufocada pela visão e atitude empresarial, mercantil. Já não era tão importante  "qual", mas "quantos". Prioridade não com a Missão, mas com a comissão!

       Centros de grande porte, federações, sociedades bem estruturadas separaram grandes espaços para  o "comércio", e mesmo nas casas mais humildes, mais simplórias, ainda que não houvesse (ou haja) bancos para se assentar, certamente ali estaria a livraria, com os chamativos e brilhantes exemplares e as caras e descartáveis (?) apostilas.
         Como consequência vieram as festivas feiras, com as "promoções" hoje questionáveis, pois os descontos nos preços suplantam os limites do bom senso. Ou estavam altos demais antes, ou se desencalhavam as "rolhas". As duas hipóteses são verdadeiras.

         Entidades não federadas ou de pensamento diferenciado (algumas deliberadamente excluídas antes, por nós) vendo o sucesso comercial de nosso empreendimento, também abriram suas editoras, espalhando material, muitas vezes, conflitante com os preceitos da Doutrina. Mas, se tivemos a iniciativa de virar-lhes as costas, não possuíamos a prerrogativa de considerá-las "desertoras". E, também em decorrência disso, pela lei do mercado, tivemos que melhorar as aparências, a paginação, a qualidade material de nossas publicações, e isso ensejou outros patamares.

        A concorrência se mostrou cada vez mais feérica, com lances vergonhosos, tornando-se um caminho ínvio, com agressões, medidas judiciais, espertezas mil, calotes, abafamento de escândalos e desvios, e o envolvimento inevitável com atravessadores, intermediários, bancos e instituições financeiras,- enfim- um quadro de materialismo por excelência, degradante  e em conflito  diante dos postulados da Doutrina. 
       O volume de dinheiro que começou a circular nesse mercado, tanto da federação quanto de outras livrarias afiliadas era (é) gigantesco, inimaginável, impressionante. Com a "ameaça" da concorrência, e também devido à baixa qualidade doutrinária de publicações, elaboramos a lista dos proscritos, das obras proibidas em livrarias de casas espíritas. Instalamos o nosso "Index". 
       Era o nosso  "Auto de fé", e hoje sei que ali, os sequazes torquemadianos comemoram mais uma grande vitória. As "orientações" mostravam a impropriedade em comprar, vender e ler  o que chamamos de  "entulhos pseudo-espíritas". 
       Ao contrário do episódio de 9 de outubro de 1861 com Lachátre, em Barcelona, - onde a queima de 300 exemplares de livros de Kardec representou um grande impulso para a nascente Doutrina do Consolador- essa nossa atitude trouxe como consequência o fortalecimento da triste realidade: 
       Ao invés de centros com livraria, o movimento passou a ser de livrarias que possuíam (possuem) centros e casas espíritas, colocados aí em secundário ou insignificante plano.           Constatamos isso em grotescos exemplos em muitas sedes federativas, como em São Paulo, no Rio, em Minas (onde o episódio de  ocupação da rua Guarani só é superado pela espúria transação do terreno do ginásio do "Precursor"), bem como em Goiânia, em Porto Alegre, enfim, centenas de lugares.

        A ELITIZAÇÃO DA DOUTRINA É UMA CONSEQUÊNCIA DO "FIO DE OVOS"-

        Junto às feiras, congressos, encontros, simpósios, campanhas, estabelecidos com a função em vender mais e mais livros, vieram as apostilas, e as decisões voltadas para " o controle e domínio de todas as casas por meio de sistemas de rede, de consórcios", onde todos os pontos estariam vinculados à máquina central, e nosso "Vaticano" estava pronto, formado, equipado e ricamente montado. Nem faltou quem me chamasse de "papa".

        Como nos tempos eclesiásticos, o papado, as dioceses, os bispados, as paróquias estavam, enfim, constituídos, sob pleno controle. As dissensões e arestas eram resolvidas através da instituição de conselhos, locais, municipais, zonais, estaduais, nacionais e até mundiais. 
        Tudo em torno do comércio livreiro. O principal era (é) o estatuto, inquestionável, talmudesco, dogmático! Assim surgiram documentos gradeadores como "orientação ao centro espírita", onde se colocava, em meio a conselhos extremamente cristãos, pinceladas ditatoriais e excludentes da prática  mediúnica nas casas, e  de discriminações a outras comunidades,- como frisamos no tópico anterior-, culminadas com grandes erros , encimados pela infausta "Declaração Oficial" de fevereiro de 1978. 
        Claro, tudo agregado à recomendação da adoção de apostilas e obras de nossa edição!  Isso continua nos compêndios e cartilhas, nos ortodoxos e direcionados "planos de trabalho" do CFN e órgãos assemelhados, que visam, através de "recomendações de postura e ação" manter também o fluxo comercial. Kardec é o biombo, não autorizado, claro!

        Naturalmente, em consequência da  "disputa de mercado" houve necessidade em incrementar as publicações, com policromia, papel de alta qualidade, encadernações bordadas a ouro, edições comemorativas, enfim, expedientes que, inevitavelmente, interferiram de modo violento no preço dos livros. 
        Isso afastou ainda mais os humildes, os que não tinham recursos, e o acesso passou a ser permitido somente  a uma elite mais aquinhoada, que, por sua vez, formou suas "igrejinhas", verdadeiras panelinhas inacessíveis, famosas "meireladas",  constituídas em sua maioria pelos administradores da livraria, " novos donos" dos centros. 
        Os gigantescos e luxuosos congressos e simpósios, como "concílios" coroam essa realidade infeliz. Reitero a importância e indispensável utilidade da organização do Movimento Espírita em órgãos distintos. Mas, reafirmo o envenenamento destes, através da interferência perniciosa do mercado livreiro, hoje, certamente, o principal libelo de desvio dos objetivos da Doutrina do Consolador e implantação e domínio materialista no âmago da instituição espírita.

      Recordo-me ter encontrado aqui no pavilhão onde me encontro, um antigo e querido companheiro, Pedro Ziviani, envolvido em diversas empreitadas de socorro aos que aqui se refazem, que confessou-me sua decepção e imensa tristeza, pois no centro em que porfiou por mais de 50 anos, na capital mineira, fizeram a separação física, sendo que os pobres, os meninos da periferia, os que recebem as cestas, são direcionados para um local distante da casa principal, a fim de que não atrapalhem e não emporcalhem as reuniões normais da casa! E a justificativa foi a de que "precisaram ampliar o espaço da livraria".

         A maioria das "fraternidades" cria locais diferenciados, colocando postos avançados nas favelas e bairros miseráveis, e se reúnem em seus templos centrais, com mais liberdade para "administrar os negócios".  Para disfarçar, na tentativa em mascarar esse quadro  que agride os princípios do Divino Mestre- base fundamental da Doutrina Espírita- promovem as "sopas de sábado", a venda de camisetas  para a feijoada, cujo propósito é comprar cestas básicas, que são cedidas para entidades  (geralmente católicas) a fim de que estes tenham "uma boa impressão da gente kardecista!". Hipocrisia farisaica em superlativa aplicação!

         É vezo humano, muito comum, divergir, criticar, apontar erros, mostrar equívocos. Mas se o faço é para advertir aos que ainda não se postaram à frente de seus relatórios de dívidas e alertá-los, pois haverá sempre tempo de antecipar a retomada do caminho da manjedoura, na simplicidade e na humildade e fugir dos enganosos encantamentos do poder, do egoísmo, do orgulho, do materialismo, já que aqui, na realidade espiritual não há como tergiversar, camuflar, tentar persuadir (e persuadir-se) para tentar justificar nossas fraquezas, nossos deslizes. 
       Perdoem-me o excesso de azedume, mas o quadro é tão infeccionado que exige-se o uso de desinfetante eficiente, ainda que, de pronto, seja entendido como agressivo.

     VENDER LIVRO ESPÍRITA IMPRESSO, HOJE, 
É PRÁTICA CONDENÁVEL, IMORAL!-

     Com o advento e massificação da comunicação via redes de computador houve a adequação (à partir de 2005) do sistema, e criando sítios, domínios e páginas, passamos a usar esse extraordinário meio de comunicação mundial como ferramenta para se vender obras espíritas.

        É preciso agora, eliminar a influência pernóstica e destruidora dos "vendilhões do templo", essa erva daninha, vampirizadora das sublimes energias trazidas pelo "Consolador", que se aninham sob as prateleiras, na "venda de livros espíritas impressos"!          Afirmo, sem qualquer receio, que qualquer obra, maior ou menor, de qualquer autor, que hoje for vendida acima de 5 reais  (Cinco reais!) representa abuso, contravenção, roubo! Sabem  por que? Porque, com o avanço e facilidade trazidos pela internet, é menos que este o preço de um cd gravado, que pode conter em si, qualquer livro, com cores, fotografia, disposição, diagramação, estrutura, forma e  conteúdo, podendo ser editado por qualquer casa que detenha os direitos autorais, como o são os livros espíritas principais (tais quais os de Chico) e de outros médiuns e autores que agem com honestidade. E qualquer rapazola imberbe ou menina adolescente, hoje tem capacidade de fazer essa gravação, espalhando-a por todos os cantos do mundo, praticamente sem custo.

         À partir dessa realidade, o médium e/ou a instituição que negociar o resultado de suas recepções, usurpa, apropriando-se, indebitamente, de obra ou autoria alheia. A tentativa em dourar a pílula, argumentando, falaciosamente, que "parte dos resultados é destinada à beneficência", ou que dessa forma se ocupa mão de obra e oferece postos de trabalho, ou que é preciso edificar a Doutrina de modo sólido, todas estas são meras desculpas a esconder, na realidade hodierna, um comércio sórdido, devido ás facilidades oferecidas.
       Com o advento da tecnologia cibernética pode-se publicar e colocar à disposição do mundo, tudo de bom, praticamente sem custo, extirpando do ambiente espírita esse tumor destrutivo. Voluntários para elaboração com certeza não vão faltar. Lembro-me agora de uma campanha tentada pelo querido irmão Peralva, que, à época foi comunicada a mim, e prontamente repelida. Essa está repetida numa crônica recente, ditada por ele, "O Sebo do Egoísmo"**, e Deus é testemunha de quanto me arrependo por não ter refletido, à época, e adotado o caminho sugerido por este que agora ostenta merecida auréola de evolução. 
       Meus espinhos e dívidas seriam bem menos numerosos do que o são agora. Por falar no meu amigo, este confidenciou-me sua enorme decepção e tristeza, ao visitar o centro Luiz Gonzaga em Pedro Leopoldo, e assistir uma dirigente da casa, na livraria, vociferar ameaçadora contra uma jovem que havia "alugado" uma obra do Chico (...E A Vida Continua- André Luiz) por esta ainda não ter pago o valor do aluguel cobrado! Isso, na terra do grande medianeiro, no centro fundado por ele, com obra que ele ofereceu para a editora, sem quaisquer retornos financeiros! 
        Martins Peralva (que naquela manhã de sábado levava alguns companheiros indianos a visitarem a instituição), para aliviar a tensão criada, foi para o interior do centro, no auditório, onde um senhor, indisfarçadamente homossexual, fazia palestra para jovens, acerca da normalidade das relações eróticas entre pessoas do mesmo sexo, usando como base de reflexão, ilações e raciocínios falsamente atribuídos ao ilustre médico baiano Manoel Philomeno. Aliás, esse assunto, atinente à moral espírita atual, é tema de um dos futuros tópicos desta minha acre manifestação.

       Se por um lado, com estes posicionamentos, admito atingir susceptibilidades, até mesmo magoar antigos e queridos irmãos e companheiros de convicção, causando constrangimento e ferindo sentimentos, repousa em mim a consciência tranquila, de que, somente o faço, com o propósito em despertar nestes mesmos, -a quem devo respeito, gratidão e amor cristão-, a certeza da necessidade da recomposição e da adoção de medidas que anulem esses desfalques, que tanto prejudicam a marcha da Doutrina do Paráclito, na recondução às sendas do Consolador, para a evolução da Humanidade.

      Extirpar o vil comércio de mensagens e obras espíritas no seio das casas e instituições, espalhando as verdades da Doutrina que tem todas as respostas, - a todos- indistinta e incondicionalmente, é obrigação de cada um que traz na consciência essa bandeira Divina.

                         Que todos façamos por merecer e desfrutar de muita Paz, em Jesus.

Juvanir Borges de Souza - espírito


Veja o restante das mensagens desse espírito, partes 1, 2, 4 e 5 no
http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com.br

Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus em 13 de abril de 2014
no Celac- Formosa- Goiás


contate Arael Magnus pelo fundoamor@gmail.com


* Nestor João Masotti
** "O Sebo do Egoísmo"- Martins Peralva (espírito)- Arael Magnus- médium - http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com.br/2009/10/o-sebo-do-egoismo.html

terça-feira, 14 de abril de 2015

Zilda Arns -espírito- ASSASSINAS GLORIFICADAS!

               

            De todos os bens que nos oferta o Criador, a vida é o mais precioso. Preservá-la, protegê-la, lutar para que todos a tenham com a melhor qualidade, é obrigação intransferível de cada um de nós. E onde ela for mais sensível às intempéries, ao sofrimento, à pobreza, ao abandono, mais se faz necessária nossa atitude, nosso empenho, nossa presença. 

          O mundo pode ser melhor no sorriso de uma criança, e jamais o será sem isso. A efêmera satisfação de outros prazeres, a defesa de bens materiais e de auto proteção, as conquistas e todos os progressos jamais superarão a felicidade proporcionada a um ser acolhido, amparado, acariciado, estimulado, salvo.

          Consoantes na defesa incondicional da vida, (e isso se principia na concepção), podemos aspirar um mundo  com Deus, com amor, com melhora do nível espiritual da Humanidade. 

           
           Há, porém, um movimento crescente e destruidor no Brasil propugnando pelo estabelecimento da pena de morte de seres indefesos, por caprichos e vaidades, camuflado em desculpas incabíveis na transferência de responsabilidades. Querem assassinatos autorizados através da "legalização" do aborto. Isso também é um aríete voltado para a devastação da família, atingindo sua coluna de sustentação, tenham certeza.
           
            Há poucos dias atrás deparamo-nos com uma declaração infeliz de uma senhora do "cast" de famosos da globogay (já na maturidade de seus cinquenta anos), sob os focos de uma mídia nacional, que confessa em alto e mau tom:" -Fiz aborto e não me arrependi!" 
            E, com argumentação pueril, pouco inteligente, tentava explicar a "necessidade em se livrar de uma gravidez indesejada", com a naturalidade de quem descascava uma laranja ou degustava uma cuca. 

           Milhões de pessoas, influenciadas pela mídia deletéria, passam a "reconsiderar " conceitos e princípios, a partir de uma manifestação venenosa como esta. Mas esta injuriosa e desequilibrada declaração esconde também, mentiras, porque não foi um aborto, mas três, três vidas que foram ceifadas, de modo covarde e maléfico, sei-o agora, pelos sinais que traz a endividada declarante .


          Lamentável que ela não tenha se arrependido, pois, o sincero reconhecimento do erro perante a consciência e Deus, ensejaria a interveniência de forças espirituais capazes de minimizar os efeitos desse ato tresloucado, covarde. A recalcitrância, a sustentação do libelo grosseiro, ao inverso, agrava a culpa.   


          A Misericórdia Divina é ilimitada e incondicional. Mas a Justiça de Deus também o é. "A  cada um será dado conforme suas obras" nos diz o Mestre Jesus. E é importante que todas as pessoas tomem conhecimento de que covardias têm preço, e diante de Deus, o assassinato de crianças indefesas, impossibilitadas de, ao menos, gritar pela vida, requererá, invariavelmente, reparações e pagamentos de penas dolorosas e demoradas. 


          O Brasil, em conceituação vibratória espiritual, apresenta uma descendente derrocada pela campanha de legalização desse infanticídio repugnante, o aborto. 

          Há pouco tempo, numa camuflagem retórica "autorizaram" o ato, sob o guante de diagnóstico de má formação intra-uterina. Um corpo de togados, enfunados em suas presunções e insensibilidade, formado em sua totalidade por eventuais anencéfalos sobreviventes, abriu a porteira das execuções sumárias que, infelizmente, estão acontecendo. 

         Como especialista no assunto conheço bem a elaboração artificial destes diagnósticos convenientes para mascarar esses crimes.


         A imprudente revelação feita pela assassina confessa  poderia derivar-se para uma tomada de posição da própria justiça brasileira. 


         Houvesse a consciência da responsabilidade funcional e social (pelo que são muito bem pagos pela sociedade!), promotores de justiça chamariam essa  declarante às barras da lei dos homens, para que prestasse contas de seu desvairado ato. 


          Afinal, há a  pública, notória e indisfarçada revelação de um infanticídio e além disso apologiza-se o crime, através da conceituação equivocada de poder suprimir, por vontade e conveniência, a vida de seres humanos.


         Essa "propaganda constante da globogay" é um incentivo à prática de outros e deve ser repudiada e punida. A todo instante evidencia esses mal feitos, colocando no pódium, em homenagens, quem protagoniza barbáries! Cobra-se aqui também o silêncio e omissão de muitos grupos e entidades que dizem defender a vida, mas se agacham, medrosos e covardes, diante da mídia devoradora e da opinião da turba ignara. 


          Mas, o propósito fundamental deste recado é advertir a todas aquelas que pretendam caminhar pela louca senda de matar seus filhos, que, assassinar crianças, cometer essa brutalidade, tenham certeza, produz uma conta muito alta, com preço muito doloroso, e às vezes,  a cobrança se manifesta bem antes do que se imagina, como, infelizmente, poderemos assistir, por tragédias com muita dor.


          Que se lute com unhas e dentes pelo estabelecimento de uma melhor educação, de uma melhor saúde, de uma plena justiça, da igualdade para todos, mas que não se tente justificar com a covarde e estúpida espetada das agulhas de tricot a morte de crianças e parturientes em clínicas clandestinas, pela instalação substituta da pena de morte através da liberação do ato hediondo, repugnante!.


          Asseguro, porém, que aquelas que, mesmo em dificuldades e sérios problemas, decidirem assumir as vidas que trazem no ventre, tenham certeza, não estarão desamparadas, jamais.


          Particularmente também estarei pronta (em quaisquer circunstâncias) a auxiliar, junto a milhares  de entidades muito mais fortes, para que os obstáculos sejam superados. Se pudermos, interferiremos inclusive na vontade das gestantes, para que permitam sempre, a vida. 


          É preciso coragem, paixão, muito amor, desassombro, na defesa dos que querem e precisam nascer.


          Minha querida mãe Helene teve 17 filhos naturais, e dezenas de outros por adoção e amor. Eu tive meus seis tesouros, de quem me orgulho, minhas maiores alegrias (depois dos netos, bah!). 


          Valerá sempre o sacrifício, que em em si justifica a existência de qualquer pessoa.


          A autora dessa insidiosa e irresponsável pronúncia deveria saber que, nos meados dos anos 60, um jovem ator, Jonas Bloch, de 23 anos se dispôs a recebê-la, com amor e carinho, mesmo que tivesse sofrido forte "pressão" para que fosse descartada. Era seu pai!


          Imaginemos uma moça de 17 anos, pobre, de família conservadora, prometida em núpcias a um senhor de 40, e que de repente, aparece grávida. Graças a Deus ela não se deixou levar  pela covardia e pelo medo do mundo, e permitiu que entre nós estivesse nosso amado Mestre.

          Que cada mulher seja digna da missão, e do lindo exemplo que nos trouxe Maria, mãe de Jesus. 
          Para que TODOS tenham vida, e vida em abundância, paz e amor, Não permitamos que se autorize, sob qualquer pretexto, que matem nossos pequeninos.

         Que Deus nos abençoe e ilumine a todos.

                                             Zilda Arns Neumann- Espírito

        Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus, em 3 de abril de 2015 em reunião pública no CELAC- Formosa- Goiás






entre em contato com Arael pelo fundoamor@gmail.com

sábado, 7 de março de 2015

RACHEL DE QUEIROZ- espírito-

                                       BRASIL CÍNICO



   Já não piso em terra firme, e confesso, insegura estou, mas não medrosa. Quando o Gilberto* me contou a novidade, fiz cara de quem já sabia, mas me cocei por dentro, curiosa. "Eu quero!"- Gritei no íntimo. Como um trem pra Madureira, passou lotada em minha cabeça uma população de assuntos, como no trem, mais variados e disformes. O saber que posso, porém, seleciona os temas por ordem de aflição (o que difere da importância para alguns), porque aflição é como dor de barriga, que você tem que resolver, sem pedir opiniões. E minha dor piriresca de agora chama-se Brasil, ou melhor, situação do Brasil.

      (Advirto aos que não ainda me conhecem que não me importo com as reações, e aos que já sabem de mim adianto que estou bem mais azeda e acicatada como nunca)
   
     Daqui ouvimos e às vezes assistimos o desenrolar dos fatos, escândalos, da vergonha (que ainda sentimos) da inacreditável derrocada moral que experimenta essa nação, que nos serviu de pátria por quase um século e que exsuda de nós as melhores energias e esperanças, brio e sangue. Violência, erosão institucional, mentira e cinismo, é o que vemos no país. Diriam os comodistas e principalmente os apaniguados, que este é um quadro mundial. Volto ao tema da dor de barriga específica, nossa de agora é Brasil.

     Três quadros se destacam que revelam e sustentam esse quadro nauseante, putrefato e mal cheiroso, que degradam essa plaga: Religião, futebol profissional e política. Sobre esse tripé está posta a mesa do banquete dos porcos, onde se refestelam e se alimentam os piores e mais baixos instintos, sentimentos ferozes, imoralidade plena, reinante e coroada.

     Na religião, ou religiões, prepondera o estelionato aberto, claro, estúpido. Vigaristas, espertalhões, camelôs da fé, bocas-doces e melosas que fanatizam incautos, ignorantes e pacatos, que imaginam poder estabelecer com "deus" um mercadinho de trocas, uma barganha que envolve demência em sua pior feição. Formam guetos de alienados, bando de seguidores idiotas que trocam a consciência por um lote no céu, irreal, mentiroso. E coloque-se no mesmo saco todas elas, no embornal que agrega as ditas filosóficas e elitistas, às mais grotescas e grosseiras. Umas disfarçam, e negociam de modo indireto, com torpes mercados paralelos. Outras (a maioria) escracham, esculacham, arreganham com os mínimos princípios de inteligência, de dignidade, de relação honesta com o "religare" pressuposto. Não se entende essa liberalidade, essa absurda prática de desonestidades recorrentes, a todo instante, em todos os lugares. Templo é dinheiro!  Sarcasmo doentio.

    O futebol é um esporte alegre, interessante, benéfico para a turba. Porém, o profissionalismo o converteu num indissimulado valhacouto,  de falcatruas e velhacarias, de enganadores e principalmente, um amontoado de milhões de jovens inúteis, incapazes, inválidos sociais. Respondam-se: - O que produz um jogador de futebol profissional? O que esses milhões de garotos fortes, dispostos, varões, trazem de bom para a sociedade? Enfatizo e nisso me aferro: o esporte é bom, mas o esporte profissional (sobretudo o futebol) transforma a juventude-esperança em horda de parasitas sociais onde a jóia vira joio. Estenda-se essa doença para as torcidas, e a paixão vira doença de fanatismo, com toda a estupidez e barbárie que a cercam. Seriam as decapitações absurdas, mais cruéis que  a explosão de um sinalizador na cabeça de um garoto de 16 anos, que dissolveu-lhe os miolos, como ocorrido recente no estádio boliviano? Bando de inúteis, carnicentos assassinos.

      Da política brasiliana foi pervertido, no sêmen, seu propósito edificante. Aqui a perplexidade dos descaminhos e da imensurável corrupção se perdem na vulgaridade da frequência diária, permanente. E não foge muito da realidade -já que exceção não se enxerga- quem aqui generaliza:- São corruptos, por ação ou omissão, pragas nocivas, vermes repugnantes, exploradores covardes. Acenou-se enfaticamente a possibilidade de transformação no final do milênio passado. Eriçaram-se lascivos, os pelos e garras das raposas e dos ratos. As decepções e a vergonha de quem a tinha, não tardaram. Enganando  milhões, o joguete pernambucano exacerbou no cinismo, revelando graves mutilações morais. Pusilânime, se afina com as matilhas, repetindo em escala superlativa aquilo que antes combatia. Em sequência de voracidade pelo poder, ali continua mitigando sua debilidade, ao empurrar a gerenta, que faz- fantochamente- o papel. Na semântica correta devia trocar o "enta" por anta. É o organismo político e governamental, infestado por essa sarna da corrupção contagiosa, da cabeça ao dedão do pé. Esquerdista, nordestina e mulher, me avexo e me aperreio em dose tripla.

       Esse lamentável cenário só piora, e sobremodo mais dana, quando os protagonistas se misturam  e interagem.  Um episódio recente ilustra bem essa regurgitável realidade: Na semifinal da Copa, -ufanismo e babugem abafantes da grotesca ladroagem- na torcida empolgada, ao fundo se via uma faixa -" A Deus toda a glória"-, que estava segura por alguns, dentre os quais 6 políticos mineiros ocupantes de cargos. Estava ali a fusão dos horrores- Futebol profissional, religião e política. Imagino que não é preciso explicar que a interferência de entidades espirituais de grande força foi a causa do acachapante 7X1 dos germânicos. Ou alguém acredita que foi o resultado apenas fruto de qualidade técnica e superioridade esportiva? É claro que a "tarefa de chumbar as pernas" foi favorecida pela demanda empreendida pelo "pibe" argentino, que incumbiu o ala colombino de tirar o atacante brasileiro da fita. É a junção Buenos Aires- Medelin- Calli-Nápoles, que virá à tona em ocasião próxima. Mas, com a humilhação a faixa mudou...."adeus toda a glória...". Os manchados tiveram o que mereceram. Bem feito!

      E a fantasia da "apuração" dos mal feitos (quando a corrupção não é descoberta é bem feita), prossegue, como todas as outras que aconteceram, num espalhafatoso carnaval de mentirinhas. Como o mensalão (que vergonha, hein, nordestinos?!) esses descalabros que estão pipocando por aí, vão pra vala comum da impunidade.  Conseguiram até mudar o nome da empresa que nos trazia orgulho patriótico. Agora é PeTroubrás. E respondam-se: -Por que não investigam as obras da famigerada Copa? Se as empresas que estão no escândalo  são as mesmas da copa...??? ou será que foram honestas ali? Vigaristas, ladrões e trambiqueiros (VLT) apenas em uma empreitada? Ou a "copa" tem acordo de "silêncio premiado" pois todos estão envolvidos?  E será que vão jnvestigar também Urucu, na Amazônia....e a ponte sobre o Rio Negro, que se multiplicou por 10 (no custo!)? Augúrios.

     Em 57 eu era uma no protesto da praça José de Alencar contra a mudança da capital para Brasília. Mas nem de longe imaginei que a projetada se tornasse a Corruptolândia que  é.  Se juntarmos todos os bandidos, pilantras, ladrões de todas as favelas do país, não dá a metade dos que existem na Praça dos Tres Poderes, Esplanada e arredores. Se considerarmos os governos estaduais e municipais, com suas assembléias e câmaras, aí o número de foras-da-lei é maior que do planeta. E se hoje há o susto com estes rombos imagine a hora em que explodirem os escândalos das chamadas  "agências reguladoras"! O melhor adjetivo seria estratosférico, mostrando o chiqueiro em que se transformaram os órgãos, autênticos rendez-vous oficiais.

        E dói...dói sempre, em mim, para que eu descubra no gemido febril, o que é ser imortal. Não queria estar aqui a grasnar como funeranda gralha, e preferiria entoar o canto da jandaia.

                          NB- Não sei se posso, mas peço que se isto publicam, que seja na semana do Dia da Mulher.
                                                                                      Rachel de Queiroz - espírito-


(Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus em 8 de fevereiro de 2015, em reunião privativa da Fundoamor, na chácara da periferia em Várzea Grande -MT)

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Carequinha - Os Mundos do Palhaço

Os Mundos do Palhaço  
      Respeitável público... Hoje tem espetáculo?...Tem sim senhor!

      O som possante da bandinha da ventura anuncia em acordes de bondade que a alegria chegou. Verdade..
      Abre-se a porta de lona, do belo mundo infantil. Pureza.
      Quais aves inquietas em revoada de luzes, crianças ocupam a bancada multicolor do circo simples da vida. Nobreza.
      Ansiosa algazarra estampa um fundo pleno, sereno. Inocência.
      Pulando, peraltas, os malabares da dificuldade, sobem até o topo, nos oníricos monociclos, como gente curiosaEsperança. 
     A mão sagrada, na cartola invisível, desfralda a cortina da realidade. Vitória.
       Surge o palhaço, com sua roupa de estrelas, nariz vermelho de bola, coração iluminado. Candura.
      Distraído pela dança da borboleta de papel, tropeça na geringonça, e a platéia explode em graça. Presença. 
      Platéia?- espirra com bom humor, em piruetas seguidas - Alguém disse platéia? E rola no chão de pérolas do confete solidário. Vontade.
      Ali, um menino branco, esparramando amizade, em confortável lufada de irrefreável risada. Respeito.
      Do lado, a boneca loira, comendo a verde pipoca do futuro, força a passagem no furo dos dentes, ausentes, com expressão de delícia.Sentimento.
      Em cima, grudado ao balão do entendimento, o garoto negro, atento, ilumina o seu redor com voz dourada, devorando o suspiro sobrante na boca branca. Harmonia.
      A indiana, da roupa bordada em seda, equilibra no abraço o pirulito gigante, com doce som de carinho. Cuidado de acrobata pra não sujar a roupinhaCapricho.
     O moleque de olhos puxados estende mãos generosas para a princesa africana, com a perna arranhada na escada da tolerância. E ela nem soluça maisCompanhia.
     calda da maçã do amor com cheiro bom de baunilha devolve o brilho, o fulgor do iluminado sorriso de compreensão estendida. Cordial.
      A lantejoula alcaçuz, na beira de forte teia, cintila o riso feliz do indiozinho marrom, com seus olhos de açaí. Oferta compartilhada na louvação irmanada. Fraterno.
     Prossegue a apresentação no picadeiro do Bem, esparramando a poção da fantasia, imaginação e liberdade... Alegria...
     O sapato folgado da proteção faz ploft... ploft... Ao som da marchinha que fala de pássaros, de flores e cores. “Desata o nó, amarra o ioiô, no beijo da vó, no abraço do vô”. Dignidade.
      De repente, tudo cessa. Silêncio.
      O repicar do tarol da paz estrila, insistente: vai começar a grande roda de gente. Família!
       Todos são saltimbancos no atraente vitral de mosaicos violetas. De mãos dadas, perfumadas, se abrem num lindo sol. Radiante.
        No meio, o palhaço, atrapalhado na bola gigante, enrola o novelo na calça de mola, que não fica no lugar. Dedicação.
       Dá saltos de entusiasmo, com o apoio da fivela, branca, verde e amarela. Perseverança.
       Sublime momento. Apoio.
       Um lenço que não se finda, saído de um dedal, enxuga suor de mil perfumes, mistura do diamante, vibrante lágrima da caridade.Felicidade,
      Desce do céu, no trapézio da virtude, um hino de união, a exaltar que todos são um, iguais, perante o Criador, Pai de tantas diferenças.Excelência.
      Escondido no algodão-doce da coragem, emocionado o arlequim chora. Seguro nas argolas do ensino que vem do além, confia. Humildade.
       No redemoinho da gratidão vê meninos como seus e sente-se luz. Vida. 
     Assim um circo é o céu.
       Assim um palhaço é Deus.
     ...........................................................
     Encerra-se a função. Saem todos, e crescem.
     Crescem?
    Vem a noite que gera sombra. Retalha, divide, fatia, separa.
    Aqueles não são mais gente. Encerram-se em jaulas.
    São daqui, ou hindus, europeus, africanos, judeus, cristãos e ateus, feras, e fúrias, calúnias, injúrias, em constante desavença.
    Monstrengos dominantes de cruel sociedade, ilimitada maldade.
    Chicotes, ferrolhos, látegos da indiferença. Descrença.
    Luxúria, ganância, fanatismo, domínio, poder, racismo, credos, medos, crises, bombas, forja de infelizes, falsidade, traições, brutalidade, desrespeito, preconceito...
     É a miséria desfiando as infindas levas, nas trevas, a rolar em ribanceiras de ódio, dor e mentira. O Bem expira. O mal impera.
     E o ser insano apodrece inumano, sem clemência,
perdido na vala espúria do terror, indecência!.
     Vale de dores, estertores e ranger de dentes, dementes.
     Amarga expressão embola o grunhido som materno, desespero
     Na oração se imola, no praguejar se consola, destempero.
     Olhando o filho morto, mártir inútil de vulgar violência, bagaço.
     Assim o circo é um inferno.
     Assim, Deus é um palhaço.
            George Savalla Gomes- espírito-

(Mensagem recebida em reunião pública em 4 de Outubro de 2009, pelo canal Arael Magnus, no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada- Castanheiras –Sabará-MG) 
Obs. George Savalla Gomes é o nome do palhaço Carequinha, nascido em 1915 e desencarnado em 2006.

Assista os clipes de cerca de 400 músicas mediúnicas gravadas por Arael Magnus, das mais de 1700 recebidas em www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd

Gilberto Freyre - espírito- A Quotização Educacional Brasileira

Pré-ensaio Sobre A Quotização Educacional Brasileira à Luz da Insipiência Social na Implementação da Negritude.

De onde estou, e tanto quanto me é permitido me informar, sobre os caminhos adoptados pelos que definem as estratégias de valorização da raça negra no Brasil, tenho a considerar alguns pontos, que, se não evidenciam uma oposição, pelo menos intenta aguçar questionamentos que identifico como oportunos e necessários, mesmo não sendo inéditos. Nem incenso nem apupos, peço apenas reflexões sistêmicas e fundamentadas.
Corre, sob luzes de uma propaganda arquitetada, no meu entender, por movimentos que não se assinalam por prerrogativas socioculturais, mas principalmente por mutáveis identificações de matizes ideológicas, - portanto, moldáveis e movediças-, proposição de quotas destinadas a garantir vagas para negros nas universidades brasileiras.
Os autores desse intento, em sua acepção mais lógica, como força capaz de mudar e redirecionar a realidade, repetido expediente de um "new-black-study" ou um "sudeto à brasileira", caboclo-indo-branco-mestiço-negro, não deixam à mostra, os artifícios e expedientes que deverão utilizar como mensores destas opções imprecisas, quando da definição e preenchimento das matrículas disponibilizadas. Pois, à luz de uma definição científica, a questão se deteriora quando a percebemos enclausurada na impossibilidade de se definir com justiça, ou razoável balizamento e precisão, o que é e como é o "negro brasileiro".
Nessa terra de incontáveis influências multirraciais, -onde num gigantesco e generoso liquidificador etno-socio-cultural, movimentando-se incessantemente há mais de 500 anos, pelo menos - se processam todas as raças e se criam, de modo singular, novas protoformas e incríveis emulações da miscigenação humana, de modo permanente, crescente, suplementar.

(... Como é bela e fagueira, a morena jambo,
de cabelo crespo, com seus dedos longos e
olhar azul...)

E esse complexo estereótipo físico esconde, ocultas em metamorfoses eletivas, individualidades adquiridas de cada região, de classes, e núcleos, diferenças imperceptíveis, inidentificaveis, originadas pelo turbilhão multigenético absorvido pelo ambiente tropical, nas variações incontáveis de influências de todos os pontos do planeta. Diria que aqui no Brasil, no povo, encontramos assinalamentos episódicos de todos os tipos do mundo, mas que, por sua vez, não vamos detectar desse modelo em qualquer parte, alhures.
Reproduzindo-se em amplitude geométrica, essas mutações se encaixam, se acomodam e completam-se, pelas bordas comuns que possuem todas e cada uma das peças, desse continental mosaico, da já rotulada inimaginável e maravilhosa "metarraça brasiliensis".
Assim, a proposição da reserva de vaga nas universidades para os da dita raça negra no Brasil, para ser justa, esbarrará sempre em dois pilares inamovíveis: Ou não se beneficia a ninguém, ou se contempla a todos.
Porquê, ao contrário de outras nações, aqui o negro é ingrediente do bolo, não deslocado como base, recheio ou cobertura. Está implícito, incluso, agregado, impregnante e impregnado. Obviamente essa assertiva se aplica à formulação cromossômica, genética, numa visão bio-social, antropológica, pois não é segredo a existência no país as deformações latentes, a distância entre ricos e pobres, a miséria de milhões e a pujança de uns poucos, que saltam aos olhos, se agigantam, independente da tonalidade da pele.
Já o fizemos, mas para relembrar, sugerimos aos norteadores das premissas políticas, que assestem seus calibres para focos mais importantes, mais incidentes e muito mais carentes de implementos, em nossa realidade, como o são o ensino fundamental e a o saneamento "in lato sensu".
Não adianta, de modo a parecer "urbi et orbi" moderno e inovador, impingir adoção de qualquer critério, não alicerçando a preparação do indivíduo em moldes sólidos, de conhecimentos e substância, que o permitam se livrar do apedeutismo e ignorância primitiva.
Em decurso da desestruturação e desvios, o ensino público fundamental no país, padece de qualidade e consistência e atenção oficial, não oferecendo aos degraus superiores do saber, um ser moldável e útil. Assim, a iniciativa que se nos apresenta afro-ufanística, redundaria na automatização do "despreparo diplomado", pois o ocupante das cadeiras universitárias reservadas estará ali como um privilegiado, graduado, não tendo, porém, a ampará-lo, um embasamento que o torne e o faça se sentir capaz, "in efectivus modo". É a enganosa suposição de que um pico dourado da pirâmide garanta a sustentação do edifício!
Visitem as escolas das periferias, das regiões mais pobres e lá serão encontrados muitos "arianos", amarelos, indo-europeus, ao passo que em institutos particulares, com elevada mensalidade, também se matriculam, já em franco crescimento, os negros, mestiços, caboclos, dourados, morenos enfim. Estes últimos estarão em grande vantagem com aqueles considerados "da sua cor" quando disputarem as vagas do nível superior. Pelos critérios propostos, deverão estar em melhor preparo quanto aos provindos das áreas pobres. Ou seja, o problema não só continuará, mas se consolidará, com a exclusão impiedosa, exatamente dos que pretendem agora proteger. Isso nada tem a ver com justiça sociológica ou reparo de punições étnicas históricas, pretendidas no cabeçalho da proposta.
Sendo o Brasil a mais multirracial e multicultural das nações do mundo, se impermeabiliza, tornando-se infértil para as vocações discricionárias, "apartheidistas", seletivas ou fracionantes, venham de onde vierem. Aqui, sem que se defina por isso no caminho político ou social, somos síntese evolutiva, longe da análise desagregadora. Forçar a mudança por caminhos indevidos é arriscado.
A "raça brasileira", distinguindo-se de todas as outras, se diferencia não pelas minudências da quantidade melanínica em seus perfunctórios revestimentos cutâneos, mas pela inconfundível característica de seu jeito de ser. Nas outras partes não se conhece pela aparência quem vem deste país, mas identifica-os pela espontaneidade, pela alegria, pela postura extrovertida, ambientada em si mesmo. Na Amazônia, a pele índia bronze-vermelha, no centro-oeste a arredondada expressão do aboio pantaneiro, no nordeste a vertente sino-eslava-saxônica, no sul a alvura indo-européia, e no centro e sudeste a reunião de tudo, de todos os pontos, quadrantes e lugares. Mas há em comum, um "animus", o registo qualificador, que não aparece nos microscópios dos laboratórios, mas se multiplica em cada olhar, no sorriso, na palavra, no "modus". Porque este povo é, fundamentalmente multirracial também, na consciência e na índole!
Que estes apologistas da valorização racial diferenciem entre reintegração e dissociação, na vigilância imperiosa e permanente do crivo científico, sócio, cultural, antropológico, e porque não, dinâmico-espiritual do gênio étnico-vivencial que aqui vigora e reina.
Debruçar-se sobre questões de inclusão verdadeira, de correição integral das flagrantes gradações entre as classes, deve ir muito além dos efeitos que podem ser obtidos com uma diminuta exposição de bronzeamento, sob nosso imponente sol tropical, ou a de perder a condição primacial no vulgar acometimento patológico de um vitiligo.
Como no sínolo aristotélico, a harmonia entre a forma e a matéria aqui se desenha na essência e na aparência, sendo a segunda suplantada pela primeira. Que não se apartem esses meios, sob o risco perigoso e inútil de se comprometer o todo e os fins.
-----------------------------Gilberto Freyre - espírito-
(Mensagem recebida no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada- Castanheiras- Sabará-MG, pelo canal Arael Magnus em 5 de Julho de 2009)

                         18 de Julho- Gratidão  

Aqui, sobre as pedras do ilusório caminho findo, 
     Livro-me das jaças e dos percalços.
Nas lembranças, os desejos,
Em ideais luminosos
compreendidos "per turbas".
"Cor Iesu, salus in te sperantium, miserere nobis."
Habitando lindo plano dos estranhos,
Vigorosos seguem sendo etéreos,
Mistérios Imortais, (e)ternos.
Não vasculho quintessências.
Nos varais, idéias. Resoo, rumino o entulho.
No morno leito, calcinado, branco,
Do brumado da Holanda "Gratias ago vobis"
como (e)terno trovador.
Gilberto M Freyre - Espírito-
(Página recebida em 5 de Julho de 2009 no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada, Sabará-MG, pelo canal Arael Magnus.
fundoamor@gmail.com )