sexta-feira, 16 de maio de 2014

A POESIA DE ISNARD LIMA



MALABARISMOS DA PENA

Escalo essa ladeira
Da desconfiança
Sem medo de escorregar.
O raciocínio se sustenta
Na expressão de lembrança
Insistindo em se prender
como carrapicho branco
encontradiço na fortaleza
onde estive preso ou brinquei
Ainda criança
de esconde-esconde.
Nunca me acharam...
Sempre me achei.

Há uma uniformidade
De tudo muito igual.
Na morte
Do ilusório paraíso perdido.
Na Parca todos os cacos são fardos
Na noite todos os fatos são tardos
Na alma todos os atos são dardos
Ausência de pensamentos lerdos
Cloto, Láquesis e Átropos-
Deusas que agora conheço
A tecer fios da mentira
Que eu chamava de vida.

Escalo essa ladeira
Da liberdade - utopia
Voar para uma gaiola morna
Cujas grades e ferrolho
Construídas uma a uma
Tem a minha assinatura
Marca legível, escolho
Como pichação intacta
Do estertor de poeta
Oração sem dor, completa.

Na alma todos os atos são dardos
Tardos, fardos bastardos

Acertam no alvo, altivo
Tal como grito de gol
Gritam ao mundo que vivo.


                                           Isnard Brandão Lima Filho- espírito



NO BICO DO BEIJA FLOR

É minha essa consciência e dela faço partilha
Na escola a encontrar amigos, rever deveres
Reler os pontos, os hifens e pleonasmos
Recitar antigos versos, cantar de cor os hinos.
Tropeço noutra verdade
(Que estilhaça sentimentos.)
Chamam-na realidade.
Ali o lixo, o monturo,
Os vermes,
O abandono
Ambiente sôfrego,
Escuro.
A indiferença crua, o sarcasmo e o cuspe
De um bêbedo que se assenta na esquina
E chora
De um coração partido na decepção aflita.
Escola- beleza longa de feliz memória
Agora envergonhada se esconde do mundo
No mato, no lixo, as larvas, os fantasmas.
Na lateral saída da I. Carvão ainda mora
Uma encantadora fada que costura e borda
E silenciosamente,
Na angústia,
Chora
Seu Destino está envolto pela conta vermelha
Teletransportada na descrença infantil.
Pintada com rubro forte que nem mais existe.
Mas a obstinação, essa sim, resiste.
Onde estão meus fiéis guardiães de antes?
Fugiram junto com a responsabilidade
Levando a decência de quem deveria erguê-la.
Ficaram as lanças azuis,
Inertes, inermes
Sozinhas,
inúteis,
desprezadas
Diante da entrada escancarada onde velam
O féretro da vocação de jovens e crianças
Na praça em frente a morrer de droga e tédio.
Meu grito não é um berro,
É apenas um sussurro
Um aviso,
Um apelo
Radicado na promessa
De estratégias polidas, políticas
De enganadores repletos de contas e guizos.
Impatriótica felonia
De quem se vende
Por menos.
Poucas quadras dali agoniza, junto
Não menos triste, não menos podre
Pedindo o mesmo socorro, clamando vida
O berço do talento
Nossa escola dos dois cândidos
Imersa em lodo, em sujeira
Copiado desrespeito de repetido mau trato
Ainda não respondi
Onde encontro mais podridão
Se na água do anfiteatro ou
Nos palácios
Dos sanguessugas
De frente.
É minha essa consciência
E dela faço partilha
Distribuindo a cobrança.
Esperançoso ainda de ouvir o piano santo
De nau enfunada que volta
Para seu mar.
Em canto
Encantos

                                      Isnard Brandão de Lima Filho- espírito




       SEGREDOS

Preciso deixar um beijo às estrelas mais belas
Do Céu de minha vida, que tem poucas estrelas
Posso Ir na serena luz do sereno fim de tarde
Nesta maravilha de saudade que no peito arde
Eu posso abraçar agora do céu minhas quimeras.
Trilhas
Posso Ir na doçura das cores primaveras,
Desta maratona pesada de lembranças felizes
Na corrida da vida que prossegue. Raízes.
Filhas.

  Isnard Brandão de Lima Filho-espírito


TOQUE DE CLARIM EM NOVA ALVORADA

Meu torrão tucuju, tomes jeito, dê-te a ti mesmo,
De ti mesmo o respeito!
Égua...oxxiiii...faças valer a consciência!
Não insistas nessa vil insolvência.
Lamaçal asqueroso.
Chega! Limites foram rompidos
caracteres estuprados, destruídos
Não espere muito de ações, da justiça
A realidade agora é de ti muito estranha
Perdeste, pelo jeito, até mesmo a vergonha...
Nem no antigo matadouro vi
Tanta carniça.
Jamais imaginei que a rua do canal
Se estendesse por tantas outras
Esgoto moral,
Raposas meretrizes
Implacáveis ladrões
Na relação sintagmática da corrupção
Contínua revoada de urubus famintos
Aceita e louvada.
Que a vala da Mendonça não seja teu espelho
Virtudes proclamai, trabalho sério, puro
Expulsai da coxia os bibelôs da escória
Não sustentes ratos, 
não renomeies Incitatus
Buscai no próprio seio cidadãos distintos
Fugindo da inércia dos que, de joelhos
Alimentam feras, com o sangue de ouro.
Retomando os filhos
A uma nova História.
Meu torrão tucuju, te alevantes
Na fortaleza mires tua resistência
E os anjos que te amam irão sempre prontos.
Para a boa consciência que te faça renascer
Para seguires a senda
De teu caminho de glória.
A hora é hoje,
O tempo agora.
Não há como demorar-te mais,
Se tu queres mesmo
emergir
se reconstituir
Sobreviver.

                                          Isnard Brandão de Lima Filho- espírito

LEGIÃO DE AMOR

“Há uma nuvem de testemunhas auscultando os espaços
Fantasmas nefelibatas  que esperam os chamados
Das trombetas que soarão,
E envolverão em abraços
Pra retomada da vida, pra retomada da lida
Em atitude
Na reconstrução moral,
No Império divinal
da Virtude.”-

                                                    Isnard Brandão de Lima Filho- espírito 

Mensagens recolhidas em reunião pública em  15 de março de 2014, no CEFET- Valparaíso de Goiás, pelo canal Arael Magnus. Entre contato pelo fundoamor@gmail.com


Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
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segunda-feira, 12 de maio de 2014

Marimbondos- Padre Aldo


reprise (a pedidos)

Marimbondos no poço

                                                                 Padre Aldo- espírito

         Há mais de 30 anos atuo numa região de recomposição e resgate, muito conhecida pelos espíritas como "umbral". Seria como o simbólico "purgatório" dos católicos. Na última passagem fui padre, numa região do triângulo mineiro, onde tive, no início do século recém findo, contato direto com o professor Eurypedes Barsanulfo, já que a cidade de Sacramento também pertencia à paróquia onde eu exercia o sacerdócio. Por designação desse Apóstolo do Bem, sem méritos para isso, desde 1977 coordeno o trabalho de apoio e recuperação de irmãos que, encarnados, possuíam talentos artísticos, sobretudo musicais. Meu relato agora se refere a outro tipo.

        Tenho observado, aqui no umbral, um expressivo aumento da população espírita, com pessoas de notável conhecimento doutrinário, principalmente nas regiões mais inferiores, onde os humores são muito pesados, com insuportável calor, alternado por frios inclementes, lama e substâncias gelatinosas, caldos de cheiro repelente e aparência repugnante. É o que chamamos aqui simplesmente de "poço". Importante observar que a revolta do ser simples tem uma aparência e efeitos ruins a seu redor, mas a do culto, ilustrado, ornado com títulos e saberes, é um espetáculo tenebroso, na acepção mais perversa do termo. O espectro semelhante a lavas vulcânicas, que se forma em torno e sobre esses pobres irmãos, é arrepiante, tremendo, autogerados, com formações próprias, na insubordinação. Uma barrela de tons lúgubres, malcheirosos.

         E nos informam os obreiros que trabalham no socorro a estes infelizes seres, da dificuldade em fazer com que eles se recomponham. Porque aquele que não conhece a Verdade, ou dela pouco sabe, quando a descobre, dissolve suas culpas no arrependimento, e se transforma, em pouco tempo. Mas, o que dizer ao que detém conhecimentos e informações que costumam estar até acima dos que os abordam? Com isso, geram uma forte energia negativa, sulfurosa, que remonta às visões de Alighieri sobre o inferno. A revolta provém das dores intensas produzidas nas quedas morais e mentais, que carregaram consigo. As reações ânimo-energéticas afetam as estruturas do perispírito retido, causando dor profunda, contínua. E os irmãos, evoluídos em teoria, mas falhos em algumas atitudes definidas como muito graves, não aceitam a prova, rebelando-se na maior parte das vezes. E clamam por Jesus, por Deus, pelos amigos que estejam em posição superior. A maioria passou na existência carnal grande tempo a pregar, sem vivenciar. Mas, devido à gravidade dos erros acumulados, precisam atravessar períodos de expiações, que agravados pela contumácia são ampliados, elastecidos.

          É importante observar que o maior sofrimento e a dose de mais intensa prova geralmente são conferidas aos religiosos de todos os segmentos, e sobretudo, ultimamente, aos espíritas. Isso nos faz lembrar Jesus, na advertência de que, ao que muito for dado, muito será pedido. E quais são essas faltas de tamanha gravidade? Muitas vezes as cometemos sem nos darmos conta de sua profundidade. Este é o fundamental objetivo dessa mensagem.

         Exemplifico: Certo dirigente espírita das Minas Gerais, de grande vulto, conhecido pela erudição e liderança, ao se encaminhar, após o desencarne consciente, para o setor de triagem, se surpreendeu por ser designado às regiões umbralinas. Sob a acusação de discriminação, racismo e orgulho aviltado, foram-lhe mostrados, na tela da vida, os atos e os efeitos, que produziram feridas morais enormes nos atingidos e precipitaram discípulos e seguidores em erros também de grande monta. E tudo estava sintetizado em um pequeno folheto, um impresso, de dimensões pequenas, que trazia um trecho da chamada "Pureza Doutrinária". Nesse informe alertava ao mundo sobre a Verdade da Doutrina espírita, da necessidade em seguir Kardec (o Codificador sempre reagiu a isso, pedindo, ao revés, que sigamos Jesus), e condenava veementemente os cultos místicos, a que chamou de supersticiosos e inferiores, citando de modo condenatório pessoas que usavam o termo "espírita" para trabalhos em terreiros, e em outros locais, numa inclemente censura aos praticantes dos atos de magia, esoterismo e de origem africana. Cerca de 800 mil desses folhetos já foram distribuídos, em diversas impressões, espalhados em muitos lugares, o que, infelizmente, continua até hoje.     
    
         Nessa miscelânea, e baseado na "bula" muitos julgaram poder agredir ou mesmo desprezar os que, por razões diversas, decidem por práticas diferentes do culto a Deus. Aí, o "não julgueis para não serdes julgados" era mera teoria. E o "amai-vos uns aos outros" se esquadrinhava apenas nos limites dos festivos salões de palestras. Acolher, ensinar, orientar, compreender não servia. Os méritos conseguidos em vida pelo esforçado dirigente eram grandes, mas a quota de dívidas auferida pelos efeitos de tão desastrosa empreitada era muito maior.

        Sofre muito ainda o nosso irmão. E isso prosseguirá até que compreenda e se arrependa, de verdade. O radicalismo de uma ortodoxia discriminatória é um grave e deletério descaminho. Temos rogado em nossas orações para que a consciência venha rápida. Não tem vindo, pois ele insiste em ser socorrido por altas patentes celestes.

        Jesus e todas as doutrinas e religiões que dEle se derivam não precisam de defensores, menos de fiscais. O punho cerrado tem que ser trocado pela mão estendida. Acreditamos que o Mestre espere menos marimbondos e mais abelhas! Propagar, difundir, espalhar, ensinar os preceitos firmados pelo Divino Mestre é indispensável. Porém, jamais devemos nos descuidar das frestas por onde entra o mal, ou por onde sai o ódio, que podem, como temos assistido, intoxicar e comprometer todo o bem que é feito, às vezes de uma vida inteira. "Amai-vos e instruí-vos", na exortação do ínclito codificador aos espíritas não cria privilégios nem superioridade formal, mas aumenta a responsabilidade em servir, em praticar, indiscriminadamente, o amor de Cristo!   
         
    Muitos destes deteriorados irmãos vigiaram os outros, o mundo, e se esqueceram de vigiarem-se a si próprios. Assim, assistimos a subida a planos luminosos de caridosos seres, que passaram pela vida sem grandes conhecimentos, mas auxiliaram na elevação e no bem ao semelhante, mesmo porfiando em humildes e despojados terreiros, tendas, barracos e cafuas. Enquanto isso, laureados e amedalhados "doutores de Deus" são conduzidos a regiões pantanosas e de sofrimento, para o acerto de contas, inevitável, com as próprias consciências. Enquanto descem, imploram o apoio de amigos e exigem, sem eco, a ajuda e intercessão do Papa, Lutero, Kardec, Chico Xavier e outros. Em vão. (Pe. Aldo - espírito)

                              Recebida por Arael Magnus em sessão pública no Centro Espírita Luz na Estrada, em 17 de janeiro de 2009, em Sabará (MG):


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Humberto de Campos espírito


A PERDA DE UMA CHANCELA -
(Escravidão a dogmáticos elitistas estatutos)
                                                                                                      Humberto de Campos - espírito
             Perturbadoras questões afligem a milhões nesse instante, acerca do futuro. A indefinição de horizontes, a incerteza sobre as conseqüências de atitudes destrutivas, e os descaminhos dos que preferiram criar atalhos diante de situações estabelecidas, são aspectos que colocam a Humanidade tal uma casca de noz, ao "Deus dará", em oceano revolto. Perigos rondam de todos os lados, com as ameaças acontecendo, repetitivas, partindo ou de nações em conflito, ou de desequilíbrios gerados pelo arrasador  “modus vivendi” do homem sobre o planeta, na agressão descontrolada ao ambiente inteiro.
           Aproveitam-se, - porque há oportunidade - os espertos, os dominadores, os fanatizantes para colocar todo um arsenal a serviço do pavor, do medo, do pânico. Há também (e crescem em quantidade e presença), aqueles que, irresponsavelmente, negam de forma peremptória todos os perigos e riscos iminentes, reais, possíveis, prementes. São os falsos pilares da segurança. As grossas e podres vigas de sustentação. Creem estes últimos que Deus intercederá, caso preciso seja, a fim de salvar o planeta de uma derrocada, do desastre apocalíptico. Ambos os pólos estão cobertos de enganos, de erros, de perigosos e comprometedores equívocos. Conduzem os ingênuos e pacatos ao desespero ou à invigilância. Óbvio, responderão a seu tempo também por isso. É a lei,
            Nesses seis bilhões de anos de existência, desde quando desgarrada de seu núcleo original, e começou a se compactar, passando de mera amálgama ígnea para bloco mineral, resfriando-se, solidificando-se, nunca o planeta Terra esteve tão ameaçado quanto agora. O risco de uma hecatombe global, capaz de eliminar toda a vida material deste nosso pequeno grão de areia cósmica, - abrigo eficiente para trilhões de seres de todas as espécies em sua marcha evolutiva - é muito grande, exige reflexão, por ser fator resultante, mero efeito de origens assaz conhecidas.
             E é nesse ponto que se torna necessária uma atitude realista, sincera, inteligente e acima de tudo, protetora para com todos os seres que aqui habitam. Sobretudo com os classificados de raça humana, na matéria (ainda) os mais evoluídos, a fim de que, em ato eficaz, possam se preparar para transformações, de situação ou de planos. A estruturação precisa envolver, de modo claro, ostensivo, incisivo, contundente mesmo, a eternidade do espírito, a conscientização do prosseguimento da jornada, inclusive em outros sistemas, em outros ambientes, até mesmo na carne. Nosso amado planeta é uma estação de passagem, não o pouso final, sabemos.
            Por sua natureza essencialmente racional, de origem divina, a Doutrina Espírita poderia contribuir muito para essa missão de esclarecimento, de educação tanatológica, transformadora. Poderia, porque não tem se prestado a isso, o que é lamentável, visto que, apesar de esforços ingentes e gigantescos de luminares e espíritos de grande bagagem de evolução e sabedoria, os desvios na aplicação da codificação extraordinária encetada sob a coordenação do professor lionês, para quadros de deplorável estagnação, retrocesso, na repetição de surrados erros, cometidos pelas corporações religiosas desde deploráveis eras.
            Podemos, na mesma linha, infelizmente repisando o atoleiro, verificar que, acerta aquele que afirma que, se Jesus reencarnasse, seria de novo glorificado no Gólgota, com os dedinhos da omissão levantados a favor dos novos Barrabás, com os mesmos Pilatos de mãos limpas e consciências pesadas, sob os olhares cumpliciados da turba para as benesses temporais. E dentre estes, (é lamentável!), estariam alinhados muitos dos qualificados "próceres" espiritistas, mormente os da "casa mater", já vertida para casamata. O Brasil, com certeza, deveria ser a grande base dessa religião, ciência e filosofia, sendo os dois últimos quase relegados ao ostracismo.
            A postura de grande parte dos que se posicionam como dirigentes espíritas tem desviado a Doutrina Reveladora e Libertadora para os intramuros das organizações ascéticas, excludentes e elitistas, já o disseram muitos, o que reiteramos. A instituição de uma messiânica “pureza doutrinária”( que enxergo como sendo pobreza doutrinalha), grassando de modo avassalador sob a coordenação de revoltada falange vaticanal, distanciou a grande massa, a gente do povo, impedindo o aprendizado e vivência dos preceitos explicados à Luz da Razão, do cristianismo original. Impuseram grades e algemas, freios e barreiras; criaram dogmas disfarçados em regras de organização, a fazer inveja a qualquer mosteiro medieval. Troca-se a prática e o exemplo da fraternidade pura pela habilidade em se vender livros, mensagens, congressos, em “know how” apropriado aos fariseus de antanho, caríssimos e melodramáticos filmes, insossos. É a apologia caríssima (com dinheiro da caridade) bajulando vaidosos. Ali se vê que tiraram o t do que é imortal. 

           As reuniões passaram a ser de secundária importância, pachorrentas, louvaminheira, com exposição empetecada de temas que fogem do cerne, do foco, do centro da orientação. Os desencarnados não podem falar, não podem escrever, a não ser para os luxuosos congressos internacionais, para onde são convocados e anunciados antecipadamente, como  “astros” de shows programados! E que falem bem, que aplaudam e balancem os sinos e badalos a seus contratantes... senão ....É a rasteira tentativa em idolatrar mentirosos.
            Isso acontece de ponta a ponta, sob a orientação eclesiástica dos donos do loteamento espírita, que, obstinadamente se "protegem" da turba que sofre, que busca amparo e consolo, elaborando códigos e fortalezas legais a fim de garantir o próprio repasto...mesmo sem re.
            Criou-se um “mundo interno” no meio destes quartéis generais, com a discriminação, e exclusão de tudo o que estiver contra, na abolição sumária de toda e qualquer controvérsia, sobretudo no que tange aos vultosos e “necessários” lucros absurdos, auferidos nas publicações e nos shows congressuais, onde Zaqueu supera Jesus. Mediunidade ali, só com médiuns “prêt-à-porter”, que recebem mensagens de lindos rótulos, Chico, Emmanuel, Bezerra, e tantos outros, mas... de conteúdo plástico, artificial, enjoativo, inócuo, que faria colorir obsessores mais desavisados. Ladainhosas e cantilenistas, travestidas de cristãs e doutrinárias, se prestando àquele dourar de pílulas frenético, histérico, histriônico. E tome plágios e repetições, cópias mal feitas, principalmente das recebidas pelo luminoso mineiro Xavier.
            A mediunidade educada é seguramente o melhor caminho para a conscientização da realidade do espírito eterno, imortal. É o meio mais eficaz de se combater a descrença, os dogmas, de se revelar a riqueza e a importância dos valores perenes, da riqueza da alma. Mas, hoje no centro purista, sob a coordenação de concílios e papados de moldes conhecidos, ela é condenada, abolida, vigiada, massacrada, de preferência excluída. Cultuam a vestimenta de carne e ab-rogam a essência eterna, o espírito.
          E dali foge a massa de necessitados, por não encontrar abrigo, apoio, compreensão, orientação. O médium não enquadrado na cartilha dos livreiros, que se contenha, que se segure, porque terá todos os seus passos medidos e vigiados, e atrás de si os novos inquisidores, a espelhar com requinte, aberrações torquemadianas. Ao lado, como guardiãs dessa turba, presunçosas gralhas arreganham verborréias falsas e caluniosas, dando azo a seus intoxicados destilados mentais.
            Assim, e por isso, o espiritismo perde sua característica inovadora, revelacionista e se aninha aos adeptos do mercado sistêmico, lucrativo e controlado, com o abandono das prerrogativas de intercâmbio entre os ambientes espírito-carnais, eliminando a fraternidade ampla, contagiante, agregadora. Assiste-se então o desconsolo, e cada vez mais se nota a excludência, e, por conseguinte, o esvaziamento das casas de fachada kardecianas. 
            Esperava-se muito mais que uma mera fatia do bolo. Desejava-se que fosse o fermento a levedar toda a massa, a rechear com ensinamentos vigorosos, substanciais, a estruturar com solidez conceitos e verdades até então desconhecidos ou não entendidos pela Humanidade.    

            Esperava-se melhor comportamento numa Doutrina que tem as respostas, que devassou os antes imperscrutáveis segredos e mistérios da existência. Mas as ancestrais vaidade, ambição, e prepotência verificadas nas direções dos “novos salvos” estão entulhando o novo Código Divino na vala comum das grandes decepções humanas, confinando-o a um papel de mais uma religiãozinha, uma seita como preferem muitos, mais um clube de especiais, escolhidos e ungidos. Igrejeiro, como já existem aos milhares.
            Necessária é a lembrança de que mediunidade não é faculdade restrita, sendo inerente à própria situação da vida, onde ela existir, e sabemos, liga-se, de modo original ao próprio instinto, que em essência é a manifestação da centelha de Deus, em todas as formas do existir, conhecidas ou não. Destarte, não se constitui em propriedade ou atributo exclusivo de quaisquer credos ou segmentos, por mais rudes ou aprimorados que possam ser. A monocelular ameba traz em si os elementos para se comunicar com os de sua espécie, constante em seu espiral genético, e assim se permite atrair e reproduzir-se com sua biocultura, estando ou não em vida ativa, material, ligada por uma energia especial (animus), apenas para situar um exemplo que se repete entre todas as estirpes e dimensões.
            Desta maneira, os espíritos se comunicam, estando encarnados ou não, em prisão de corpos ou volatilizados, independente de terem ou não as suas convicções religiosas ou místicas.  

            Em todas as partes do mundo temos os exemplos desde milhares de anos. Daí, o espírito para se comunicar, para mandar seus recados não precisa ser espírita. Deveria sê-lo, pois o que o é tem a consciência mais aberta a todos os questionamentos e, repetimos, tem as chaves e respostas. Mas, não o sendo também lhe é permitida a comunicação, que sempre aconteceu e continuará acontecendo, independente dos ameaçadores “fiscais de deus”.
            Em todos os cantos, emissários descorporificados também estão alertando, advertindo, orientando, e de certa forma, preparando aos que lhes derem ouvidos, para as grandes e graves transformações que, de modo inevitável estão para acontecer com a relação à vida material neste plano chamado Terra, neste curto espaço que não supera algumas décadas.
            Esclarecer sobre a eternidade do espírito, sobre a manutenção da jornada, da necessidade em acumular os valores da virtude, enriquecendo-se com os tesouros do Céu é função e obrigação inalienáveis dos que esse trajeto conhecem, consoante aos que se albergam sob o translúcido pálio do Consolador. Expungir a ignorância, levando o alimento da sabedoria e a substância da Verdade, assinalando as palavras com o vivenciar é a melhor maneira de mostrar-se a importância daquilo que nos foi, privilegiada, mas não exclusivamente, revelado.
            Transformar a Casa doutrinária em nobre feudo separado da realidade de todos, criando distinções e exalçando as posições de diferentes e pseudo-superioridades é fruto de perversa prepotência. Bater no peito “sou espírita”, para agredir aos que ainda não descortinaram os horizontes que a Doutrina do Paráclito clareou, não é fraterno, não é correto. É desinente de atraso.

           Empolados em seus bergantins enfunados nas velas da jactância, alimentados no combustível das esmolas, do dinheiro que deveria ser destinado à caridade, embriagam-se no mercado aviltante das coisas sagradas (a mediunidade em Jesus o é!), se posicionando em realeza, do alto de ridícula mesquinhez, com o borbulhar gosmento de artificial postura rotulada de espírito-cristã. A elitização social, não moral, é uma constatação disso. E prevalece o espelho... o mau reflexo de vida pessoal desregrada...
            Repetem aos milhões as magníficas mensagens de Chico Xavier. Pouquíssimo se copia, no entanto, de seu santificante exemplo de vida.
            Despejam-se sobre mim, agora, pungentes e penosas saraivadas de uma realidade pessimista, pois no Brasil, estamos perdendo a chance de direcionar pela clarividência e fraternidade, os destinos de todos os seres. 
            Forçando a sensibilidade para tentar, como prometido, escrever com proveito, assalta-me, porém, a indesejável, mas concreta realidade do vaticínio do cronista em espírito, que parafraseando meu antigo ufanismo e esperança, alardeou irreverente: Bramiu, carroção imundo, de párias ditos “evangélicos” 
                Humberto de Campos – Espírito -
 (Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus em reunião pública, no dia 6 de Dezembro de 2009, no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada – Castanheiras - Sabará – MG) 
       Leia mais mensagens de Humberto de Campos através de Arael Magnus em
-O Martírio do Apóstolo- 
- Presença de Mãe - em http://intermedium.spaceblog.com.br/5/
        -A Lágrima de Chico - em
           Apólogos - I -
            SEMELHANÇA DE JUSTIFICATIVAS  
            No cumprimento de sua costumeira obrigação, o agente policial inquire o traficante de drogas, acerca dos motivos que o levam a agir daquela forma, destruindo jovens, viciando glebas, desmoronando a sociedade.
            -Doutor, compreenda- (explicava ele, com ar implorante, em emocionada interpretação, deixando grossas e sentidas lágrimas escorrerem sobre as macilentas faces): -- Sou um pobre coitado doente. Em minha casa duas meninas e mais a mãe, minha esposa, esperam ansiosas pelo pão que lhes levo todas as noites - e chora. 
            Uma turma de zombeteiros e orgulhosos se pôe à frente do moderno centro de convenções, para ouvir o famoso palestrante espírita, médium de renome, a principal atração do Congresso, que iria ali acontecer. O preço do ingresso, alto e inacessível à média da população, trazia em si a defesa convencional: “parte da arrecadação irá para o lar dos desabrigados atendidos pela instituição...”. Em meio ao luxo e aos brilhos de letreiros chamativos, destaca-se o que mostra o tema do Congresso: A caridade! 
            Em uma esquina, a mulher ainda jovem, em trajes pequenos, como a propagandear seus atrativos sensuais, explica aos patrulheiros que a abordam:
            - Minha mãe está velha, senhores. Tenho um filho pequeno que depende de mim. Preciso ficar nessa lida, pois, do jeito que a coisa anda, esta é a maneira que tenho para que eles não passem fome – completa, lastimando 
            Num canto de rua, espíritos de cor escura, entremeando gargalhadas guturais, esperam que se inicie a sessão de bingo na Fraternidade Espírita, regada a bebidas e outras “delícias”, cujo propósito era o de arrecadar fundos para atender aos necessitados da redondeza, apesar da viciosa prática. Curiosos viram quando o dirigente da Casa estacionou seu brilhante carro novo, e assumiu, com cara de choro, fala mansa, a expressão emocionada de autêntico mendigo. 
            Pego em flagrante delito, um infeliz meliante arrogava seus direitos:
            -A sociedade nunca me deu oportunidade, sempre tentei ser honesto, mas só recebi recusa e desdém. Não me sobra alternativa senão a de roubar. Roubar para comer. 
            O ocupante do cargo político, assustado, ajeitando suas vestes íntimas a fim de esconder os maços da corrupção, ponderava cioso e convicto: - Todos sabem que parte deste dinheiro é entregue às entidades beneficentes! - com semblante de cândida inocência, assustado diante dos flashes. 
            A música alegre saudava o natal próximo, enquanto nas bancas repletas, livros multicoloridos, de preços elevados, concitavam o serviço da solidariedade, do amor, do Evangelho do Mestre. Nos balanços de anotações os altos lucros registram o progresso da livreira. Mas, com certeza o percentual estava ali, reservado às cestas de atendimento fraterno, em nome da caridade, da benemerência, de Jesus, do Amor, de Chico Xavier, da virtude... E daí por diante.           
            “Ai de vocês, mestres da lei, fariseus, hipócritas, que fecham o Reino dos céus aos homens! Vocês mesmos nem entram, nem deixam entrar aqueles que o querem”. Mt 23.13” 
            - Humberto de Campos – Espírito –
            Mensagem recebida em sessão pública pelo médium Arael Magnus, no Celest – Centro Espírita Luz na Estrada – Castanheiras- Sabará – MG, em 6 de Dezembro de 2009 
            Nota da Presidente- Nesta reunião de domingo chuvoso, nas precárias instalações do Celest, que não é e nunca será acólito da mercenária linha aplicada pela "dita casa mater", com seus freios e falsidades, tivemos a visita sempre muito honrosa do escritor e poeta (surpresa pra muitos!) Humberto de Campos Veras., O visitante foi saudado antes de sua manifestação, pelo Padre Aldo, coordenador espiritual dos trabalhos, no transcurso das “Bodas de Diamante” de retorno à Pátria Espiritual, acontecida em 5 de Dezembro de 1934.        
            Devido à presença reduzida de pessoas, a reunião pode ser pública, e durou cerca de 3 horas e meia. O grande esgrimista das letras contou, pelo processo da psicofonia, algumas de suas passagens na carne, revelando-se sempre bem humorado, como em sua encarnação na figura de Gregório de Matos.
            Em seguida, ao som de Mascagni, Rachmaninoff com seus prelúdios, Bach, Mozart e Debussy, acompanhadas pelas incessantes goteiras que umedeciam os papéis na tosca mesa, o espírito de Humberto de Campos, em rapidez habitual, deixou psicografadas mais oito peças, entre prosa, sonetos e três apólogos, num total de 61 laudas escritas. Na medida em que for sendo possível estaremos colocando aos interessados, via e-books ou nos blogs, conforme liberação do coordenador espiritual dos trabalhos. A mensagem psicofônica será também disponibilizada pela internet 
Leia mais mensagens recebidas por Arael Magnus em
 http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/  
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 www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd