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domingo, 7 de janeiro de 2024

A Poesia de Carlos Drummond de Andrade - Espírito -


RESISTENTE INSPIRAÇÃO MATINAL


Cedo à lira que estira desperta
Esta certeza correta, tão certa
Do Universo deste verso,
Cada um
É uma mente perigosamente aberta
Mil amores repentinos acoberta
Costura justa, sobreposta
Em debrum
Vou sair de minha valsa
Fazê-la andar descalça
Dos pés marcados os passos
Dançando os meus sucessos
Comemorando progressos
Mentiroso dos fracassos
.
Por que os versos não aprendem andar sozinhos na vida?
Por que os sozinhos na vida não aprendem os versos?
Por que não aprendem andar os versos sozinhos da vida?

Por que não aprendem andar?
Por que na vida os sozinhos?
Aos saltos e em sobressaltos
Cantando em coro, contraltos
Barítonos, mezzos e baixo
Mil harmônicos encaixo
Derramam-se sobre a alegria.
Dançando os meus fracassos
Mentiroso dos sucessos
Saindo de pés descalços
Obrigado, Deus, Bom Dia!

Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


EDIÇÃO EXTRA!

Sábias mãos desfilam nuas nas praças de seus passados
Encontro em cruzamento infindo de outros eus descaindo
Ao dedilhar colossais desatinos, inúteis viscerais venenos
Na saga incontrolável de afogueada ignorância voluntária.

Os gritos de artifício da alegria fugitiva
A pirotecnia em sapiência tola dourada
A busca incansável do bolor nas flores
Dos sinos, sonhos, as dores e o Nada.

Túnel decifrante nas setas dum labirinto azul brilhante
Becos com saída a resposta óbvia à pergunta sumária
Céus abertos em tarde de futilidades áureas festeiras
Uniformes descorados, o conceito de gala, enganoso

Passos cambiantes de uma cabeça oca,
Riso amarelado de infantilidade, impuro,
Na feroz expressão de instinto, da boca
Existir fulminante na bateia de besteiras

Debatem-se nos cômodos fundos da perene consciência
Os ciganos coloridos a buscar do que foi, estertores frios
A cantilhar em gélidas mãos sem linhas, que fez horrores
Surpreendendo-se às maldades de propósito bem urdidas

Extenuado passo percorrendo na vigília
Desatento da busca de tempo de vazios
Vasculhar refrátil da moeda não achada
Falso mapa do tesouro, riqueza perdida

Retrancando manchetes, titulou a sua enorme insolvência
Pautando solene assunto, a ninguém, só dele, interessava
Copy-descou rotamente, pavorosa estultícia, selo marcado
E um a um caíram ímpios, de calhaus, linotipos multicores

Editou pecados mil tal artigos de quermesse
Diagramando de estilo pessoal delinqüência.
Publicando a notícia e intrigantes falsidades,
Pregou banca o mural vulgar, amor e odores

Fanáticos e céticos da mesma esquina errada são mendigos
De igual burra incerteza crente cego e nihilista, são escravos
Presunção, prepotência contaminada, epidêmicas bobagens
Na lodosa areia da estupidez, a avestruz de cabeça afundada

Foi fanaticamente cético, duvidou mendicante.
Cegamente creu no Fim. Sim, o era, sem se ver.
Verme no monturo o sol negando por cego ser
Ao dar as costas à luz, criou seu mundo escuro


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


VERBUM

Há quanto tempo não reparava
Em mim, de mim, comigo.
Reparar é um verbo importante.
Diferente de mim é regular,
Democrático tiritante, dinâmico, indiscreto.

Vem antes de parar e após o preço refeito.
Não fica só, pois em si contém par, pé, pá e ar.
Diferente de mim...
Tem significados ocultos, dizem que é feitiço.
Reparar... Parar... Preparar...
Repararei.


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009


DUENDES DOLENTES

Olhos pássaros
Que esvoaçam
Desembestadamente, sem rumo
Secas folhas
Que vagueiam
Destrambelhadamente flutuam
Nos charcos,
No mangue.
Nos rios,
Nas vias.
Crianças...
Anjos mirrados caídos do mural de Portinari
Duendes bordados de sangue
Sangue de lata de lixo
Brincantes de esconde-esconde
No esguicho da indiferença fria.
De passa-anel com unhas sujas
Embaçando palacianos carros bêbados.
Xô, daqui! Pirralha - grita o velho ladrão.
- Onde está a polícia que não faz nada?-
Esfarfalha ilegal ocupante de favor do Ministério.
Orgulhoso, o jogador balança a corrente de ouro
Cospe a gosma dopada no chão do asfalto lusco
Bradando rosna as fúrias àquela mão implorante.
Desembestadamente,
Destrambelhadamente
Pensam que enganam (engasgam)
Mal sabem que plantam (Más)
O insurpreso futuro da dor.

Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,

No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



SILÊNCIO DOS ANJOS
Psiu... Faz um pouco de silêncio
Uma alma perdida agora dorme.
Almas perdidas às vezes acham
... Aqui...
Se acham, às vezes almas perdidas
Que quando dormem,
(se conseguem)
Não mais acordam, são encontradas
Nas correntes de orações,
Rezadas
Para almas esquecidas que dormem.
Psiu...
Faz agora mais um pouco de silêncio
Porque sinto: sono apressado chega
Não há tempo de colocar meu pijama
Que tem estrelas e anjos
Pintados em roxo claro.
Oremos.


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



CERZIR


Sou eu!

Sim, sou.

Sem Som
Só eu

Sem sol

Sem sul

Sem sal

Sem Céu

Só... Só.

Se sou,

Sôo

Suo

Sem ser

Eu sou.

Soul.

Monossilabicamente reduzido

Por não remendar curto espaço

O acadêmico exercício remoído

De ferrugem consciente que cai

Do teto lato imortais idéias.Vai


Carlos Drummond de Andrade (espírito)
Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro espírita Luz na Estrada- Sabará _MG
Em 15 de Novembro de 2009



ENQUANTO EU NÃO MORRER


(A saudade é um trem)


Pedra lisa
Empinada
Levantada
Brilha, brilha
Faz divisa
Entre o Amor
E a Saudade
meio rio
só, vazio
Corre um fio
De demora
Passa hora.
Doce espera
Primavera
Quem me dera
Por um pouco
Aí estar
Caminhar
Na ladeira
Água Santa
Santa Santa
Brilha muito
Pedra lisa
Levantada
Tanta, tanta
De vontade
É verdade
No beijar
Se um anjo
Exorciza
Não me venha
Exorcizar
Só precisa
Pedra lisa
Empinada
Brilha, brilha
Levantada
Filho solto
Esperar
Por um pouco
Quero e quero
Em seu colo
Descansar
De alegria
Berro berro
Trem de ferro
Fura terra
Vem da serra
Vai pro mar
O segredo
No degredo
Nem desvendo
Não pretendo
Desvendar
Brilha, brilha
Muito brilha
Trem tem trem...shhhhhiii
Vou bem, bléin...
Sem também
Piuíiiiiiiii
Amém.
A eterna gratidão de emoção delira
Coração sabe: sempre cabe Itabira.

Carlos Drummond de Andrade (espírito)

Recebido mediunicamente por Arael Magnus,
No Celest- Centro Espírita Luz na Estrada- Sabará _MG

Em 15 de Novembro de 2009



Nota da Presidente- A reunião no Celest, no dia 15 de novembro de 2009, devido ao grande número de pessoas presentes teve o horário de início alterado, e teve que ser realizada em ambiente privado, com a participação de 9 pessoas definidas pelo coordenador do Projeto, Padre Aldo. Manifestaram-se pela psicografia os espíritos de Carlos Drummond de Andrade, que deixou 23 mensagens (poemas, sonetos e poesias), a gentil poetisa portuguesa Florbela Espanca (14 sonetos) e os poetas castelhanos Jorge Luis Borges, argentino e o chileno Neftalí R. E. R. Basoalto (Pablo Neruda) ambos com 8 poemas cada um. Pelo caráter revelacionista, reivindicativo ou pessoal de que se revestiram alguns dos poemas de CDA, e todos os dos outros poetas que nos visitaram, estão sendo analisados pelos 48 da relação (definida pelo coordenador), que os estão recebendo e serão colocados em breve (Se Deus quiser) à apreciação dos interessados, via E-book pela Internet.
LLP- centro Espírita Luz na Estrada - Sabará - MG
Leia mais mensagens de Arael Magnus em http://intermedium.spaceblog.com.br/
E em http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/

Ou no You Tube em http://www.youtube.com/tvintermedium?gl=BR&hl=pt#p/u/0/5TvKGGE4MRw


Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
 www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A Poesia e a Prosa de Humberto de Campos - Espírito



Quatro Sonetos
de Cena Comum

Só semeou em vida oca, fulgurante
O orgulho, a ambição, e o desatino
Dizia-se o monitor de seu Destino
Seu argumento era duro, arrogante

Não se detinha a um ato caridoso
Pisava seco a cabeça de infelizes
Pelo ganhar superava meretrizes
Tonitruante se adornava, vaidoso

Maior se via imune, sem reproche
Não o tocava a mais pura verdade
Das leis do Céu ironia, e deboche

Nem mesmo o tempo, a realidade
Far-lhe-iam face na tola majestade.
Do mal era o criado, um fantoche

................

Incerto dia a morte leva-o dormindo
Hirto o pôe, bem diante de algozes
Entre monstros, vingativos, ferozes
Cobrando, em altos berros exigindo.

As agruras são agora bem terríveis
A colheita veio em farta quantidade
A dor, sem freio, atinge altos níveis
Ao seu redor só desperta piedade

Sozinho às feras enfrenta a procela
Estropiado no remorso, rastejante
Quedo, podre, estado humilhante

Sempre mais afundado na barrela
Chaga viva, horrorosa pustulência
Gerada de sua negra consciência

................

Grande sofrer deflagra imo inverno
Os grilhões ferreteantes insistentes
Uivos, gemidos, ranger de dentes
Escuridão, na borra fétida, inferno!

Fantasmas de origens umbralinas
Figuras torpes idéias deformadas
Escorrem pelas furnas enlamadas
A devorar esperanças pequeninas

Severo esgoto do juiz da imundícia
Depura erros, livrando-o da malícia
Em tempo lerdo, intenso sofrimento

Purgar de velha culpa, paga contas
A memória a lança eriça as pontas
Aumentando a prova, seu tormento
................

Mas eis que, um dia, entre luzes, vê
O anjo de bondade a revelar porquê
E abre o coração ao arrependimento
Encerrando tenébreo rito de tristeza

Conhece ali, plena, oração fortaleza
E envolto em paz, pulsante alegria
Transborda liberto, o ser em euforia
Sentindo bênção pura, ignota Beleza.

Em novo caminhar aponta para cima
Poder o Bem criar, causa que anima
Vergôntea, fruto novo nele então reluz

E pronto à jornada do refazer a alma
Escuta, comovido, a canção calma
Que fala as histórias de um tal Jesus.

Humberto de Campos – Espírito –
Recebida por Arael Magnus em sessão pública no Celest- em 8 de Dezembro de 2009- Castanheiras- Sabará- MG
.......................A PERDA DE UMA CHANCELA
.......Perturbadoras questões afligem a milhões nesse instante, acerca do futuro. A indefinição de horizontes, a incerteza sobre as conseqüências de atitudes destrutivas, e os descaminhos dos que preferiram criar atalhos diante de situações estabelecidas, são aspectos que colocam a Humanidade tal uma casca de noz, à deriva, em oceano revolto. Perigos rondam de todos os lados, com as ameaças acontecendo, repetitivas, partindo ou de nações em conflito, ou de desequilíbrios gerados pelo arrasador “modus vivendi” do homem sobre o planeta, na agressão descontrolada ao ambiente inteiro.


.......Aproveitam-se, - porque há oportunidade - os espertos, os dominadores, os fanatizantes para colocar todo um arsenal a serviço do pavor, do medo, do pânico. Há também (e crescem em quantidade e presença), aqueles que, irresponsavelmente, negam de forma peremptória todos os perigos e riscos iminentes, reais, possíveis, prementes. São os falsos pilares da segurança. As grossas e podres vigas de sustentação. Crêem estes últimos que Deus intercederá, caso preciso seja, a fim de salvar o planeta de uma derrocada, do cataclismo apocalíptico. Ambos os pólos estão cobertos de enganos, de erros, de perigosos e comprometedores equívocos. Conduzem os ingênuos e pacatos ao desespero ou à invigilância. Óbvio, responderão a seu tempo também por isso. É a lei,

.......Nesses seis bilhões de anos de existência, desde quando desgarrada de seu núcleo original, e começou a se compactar, passando de mera amálgama ígnea para bloco mineral, resfriando-se, solidificando-se, nunca o planeta Terra esteve tão ameaçado quanto agora. O risco de uma hecatombe global, capaz de eliminar toda a vida material deste nosso pequeno grão de areia cósmica, - abrigo eficiente para trilhões de seres de todas as espécies em sua marcha evolutiva - é muito grande, exige reflexão, por ser fator resultante, mero efeito de origens assaz conhecidas.

.......E é nesse ponto que se torna necessária uma atitude realista, sincera, inteligente e acima de tudo, protetora para com todos os seres que aqui habitam. Sobretudo com os classificados de raça humana, na matéria (ainda) os mais evoluídos, a fim de que, em ato eficaz, possam se preparar para transformações, de situação ou de planos. A estruturação precisa envolver, de modo claro, ostensivo, incisivo, contundente mesmo, a eternidade do espírito, a conscientização do prosseguimento da jornada, inclusive em outros sistemas, em outros ambientes, até mesmo na carne. Nosso amado planeta é uma estação de passagem, não o pouso final, sabemos.

.......Por sua natureza essencialmente racional, de origem divina, a Doutrina Espírita poderia contribuir muito para essa missão de esclarecimento, de educação tanatológica, transformadora. Poderia, porque não tem se prestado a isso, o que é lamentável, visto que, apesar de esforços ingentes e gigantescos de luminares e espíritos de grande bagagem de evolução e sabedoria, os desvios na aplicação da codificação extraordinária encetada sob a coordenação do professor lionês, para quadros de deplorável estagnação, retrocesso, na repetição de surrados erros, cometidos pelas corporações religiosas desde deploráveis eras.

.......Podemos, na mesma linha, infelizmente repisando o atoleiro, verificar que, acerta aquele que afirma que, se Jesus reencarnasse, seria de novo glorificado no Gólgota, com os dedinhos da omissão levantados a favor dos novos Barrabás, com os mesmos Pilatos de mãos limpas e consciências pesadas, sob os olhares cumpliciados da turba para as benesses temporais. E dentre estes, (é lamentável!), estariam alinhados muitos dos qualificados próceres espiritistas, principalmente do Brasil, com certeza a grande base dessa religião, ciência e filosofia, sendo os dois últimos quase relegados ao ostracismo.


.......A postura de grande parte dos que se colocam como dirigentes espíritas tem desviado a Doutrina Reveladora e Libertadora para os intramuros das organizações ascéticas, excludentes e elitistas, já o disseram muitos, o que reiteramos. A instituição de uma messiânica “pureza doutrinária”, grassando de modo avassalador sob a coordenação de revoltada falange vaticanal, distanciou a grande massa, a gente do povo, impedindo o aprendizado e vivência dos preceitos explicados à Luz da Razão, do cristianismo original. Impuseram grades e algemas, freios e barreiras; criaram dogmas disfarçados em regras de organização, a fazer inveja a qualquer mosteiro medieval. Troca-se a prática e o exemplo da fraternidade pura pela habilidade em se vender livros, mensagens, congressos, em “know how” apropriado aos fariseus de antanho. As reuniões passaram a ser de secundária importância, pachorrentas, bajuladoras, com exposição empetecada de temas que fogem do cerne, do foco, do centro da orientação. Os desencarnados não podem falar, não podem escrever, a não ser para os luxuosos congressos internacionais, para onde são convocados e anunciados antecipadamente, como “astros” de shows programados! E que falem bem, que aplaudam e baloicem os sinos e badalos a seus contratantes... senão ....

......Isso acontece de ponta a ponta, sob a orientação eclesiástica dos donos do loteamento espírita.
......Criou-se um “mundo interno” no meio destes quartéis generais, com a discriminação, e exclusão de tudo o que estiver contra, na abolição sumária de toda e qualquer controvérsia, sobretudo no que tange aos vultosos e “necessários” lucros absurdos, auferidos nas publicações e nos shows congressuais, onde Zaqueu supera Jesus. Mediunidade ali, só com médiuns “prêt-à-porter”, que recebem mensagens de lindos rótulos, Chico, Emmanuel, Bezerra, e tantos outros, mas... de conteúdo plástico, artificial, insosso, inócuo, que faria colorir obsessores mais desavisados. Ladainhosas e cantilenistas, travestidas de cristãs e doutrinárias, se prestando àquele dourar de pílulas frenético, histérico, histriônico. E tome plágios e repetições, cópias mal feitas, principalmente das recebidas pelo luminoso mineiro Xavier.

.......A mediunidade educada é seguramente o melhor caminho para a conscientização da realidade do espírito eterno, imortal. É o meio mais eficaz de se combater a descrença, os dogmas, de se revelar a riqueza e a importância dos valores perenes, da riqueza da alma. Mas, hoje no centro purista, sob a coordenação de concílios e papados de moldes conhecidos, ela é condenada, abolida, vigiada, massacrada, de preferência excluída. Cultuam a vestimenta de carne e ab-rogam a essência eterna, o espírito.

.......E dali foge a massa de necessitados, por não encontrar abrigo, apoio, compreensão, orientação. O médium não enquadrado na cartilha dos livreiros, que se contenha, que se segure, porque terá todos os seus passos medidos e vigiados, e atrás de si os novos inquisidores, a espelhar com requinte, aberrações torquemadianas. Ao lado, como guardiãs dessa turba, presunçosas gralhas arreganham verborréias falsas e caluniosas, dando azo a seus intoxicados destilados mentais.

.......Assim, e por isso, o espiritismo perde sua característica inovadora, revelacionista e se aninha aos adeptos do mercado sistêmico, lucrativo e controlado, com o abandono das prerrogativas de intercâmbio entre os ambientes espírito-carnais, eliminando a fraternidade ampla, contagiante, agregadora. Assiste-se então o desconsolo, e cada vez mais se nota a excludência, e, por conseguinte, o esvaziamento das casas de fachada kardecianas.

.......Esperava-se muito mais que uma mera fatia do bolo. Desejava-se que fosse o fermento a levedar toda a massa, a rechear com ensinamentos vigorosos, substanciais, a estruturar com solidez conceitos e verdades até então desconhecidos ou não entendidos pela Humanidade. Esperava-se melhor comportamento numa Doutrina que tem as respostas, que devassou os antes imperscrutáveis segredos e dogmas da existência. Mas as ancestrais vaidade, ambição, e prepotência verificadas nas direções dos “novos salvos” estão entulhando o novo Código Divino na vala comum das grandes decepções humanas, confinando-o a um papel de mais uma religiãozinha, uma seita como preferem muitos, mais um clube de especiais, escolhidos e ungidos. Igrejeiro, como já existem aos milhares.

.......Necessária é a lembrança de que mediunidade não é faculdade restrita, sendo inerente à própria situação da vida, onde ela existir, e sabemos, liga-se, de modo original ao próprio instinto, que em essência é a manifestação da centelha de Deus, em todas as formas do existir, conhecidas ou não. Destarte, não se constitui em propriedade ou atributo exclusivo de quaisquer credos ou segmentos, por mais rudes ou aprimorados que possam ser. A monocelular ameba traz em si os elementos para se comunicar com os de sua espécie, constante em seu espiral genético, e assim se permite atrair e reproduzir-se com sua biocultura, estando ou não em vida ativa, material, ligada por uma energia especial (animus), apenas para situar um exemplo que se repete entre todas as estirpes e dimensões.

.......Desta maneira, os espíritos se comunicam, estando encarnados, ou não, em prisão de corpos ou volatilizados, independente de terem ou não as suas convicções religiosas ou místicas. Em todas as partes do mundo temos os exemplos desde milhares de anos. Daí, o espírito para se comunicar, para mandar seus recados não precisa ser espírita. Deveria sê-lo, pois o que o é tem a consciência mais aberta a todos os questionamentos e, repetimos, tem as chaves e respostas. Mas, não o sendo também lhe é permitida a comunicação, que sempre aconteceu e continuará acontecendo, independente dos ameaçadores “fiscais de deus”.

.......Em todos os cantos, emissários descorporificados também estão alertando, advertindo, orientando, e de certa forma, preparando aos que lhes derem ouvidos, para as grandes e graves transformações que, de modo inevitável estão para acontecer com a relação à vida material neste plano chamado Terra, neste curto espaço que não supera uma década.

.......Esclarecer sobre a eternidade do espírito, sobre a manutenção da jornada, da necessidade em acumular os valores da virtude, enriquecendo-se com os tesouros do Céu é função e obrigação inalienáveis dos que esse trajeto conhecem, consoante aos que se albergam sob o translúcido pálio do Consolador. Expungir a ignorância, levando o alimento da sabedoria e a substância da Verdade, assinalando as palavras com o vivenciar é a melhor maneira de mostrar-se a importância daquilo que nos foi, privilegiada, mas não exclusivamente, revelado.

.......Transformar a Casa doutrinária em nobre feudo separado da realidade de todos, criando distinções e exalçando as posições de diferentes e pseudo-superioridades é fruto de perversa prepotência. Bater no peito “sou espírita”, para agredir aos que ainda não descortinaram os horizontes que a Doutrina do Paráclito clareou, não é fraterno, não é correto. É desinente de atraso.
.......Empolados em seus bergantins enfunados nas velas da jactância, alimentados no combustível das esmolas, do dinheiro que deveria ser destinado à caridade, embriagam-se no mercado aviltante das coisas sagradas (a mediunidade em Jesus o é!), se posicionando em realeza, do alto de ridícula mesquinhez, com o borbulhar gosmento de artificial postura rotulada de espírito-cristã.

.......Repetem aos milhões as magníficas mensagens de Chico Xavier. Pouquíssimo se copia, no entanto, de seu santificante exemplo de vida.

.......Despejam-se sobre mim, agora, agudas e penosas saraivadas de uma realidade pessimista, pois no Brasil, estamos perdendo a chance de direcionar pela clarividência e fraternidade, os destinos de todos os seres. Forçando a sensibilidade para tentar, como prometido, escrever com proveito, assalta-me, porém, a indesejável, mas concreta realidade do vaticínio do cronista em espírito, que parafraseando meu antigo ufanismo e esperança, alardeou irreverente: Bramiu, carroção imundo, de párias e “evangélicos”

............................Humberto de Campos – Espírito -

(Mensagem recebida pelo médium Arael Magnus em reunião pública, no dia 6 de Dezembro de 2009, no Celest- Centro Espírita Luz na Estrada – Castanheiras - Sabará – MG)

Leia mais mensagens de Humberto de Campos através de Arael Magnus em
-O Martírio do Apóstolo-
http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/2009/07/o-martirio-do-apostolo.html
- Presença de Mãe - em
http://intermedium.spaceblog.com.br/5/
-A Lágrima de Chico - em




Apólogos - I -
.....................SEMELHANÇA DE JUSTIFICATIVAS


.......No cumprimento de sua costumeira obrigação, o agente policial inquire o traficante de drogas, acerca dos motivos que o levam a agir daquela forma, destruindo jovens, viciando glebas, desmoronando a sociedade.
-Doutor, compreenda- (explicava ele, com ar implorante, em emocionada interpretação, deixando grossas e sentidas lágrimas escorrerem sobre as macilentas faces): -- Sou um pobre coitado doente. Em minha casa duas meninas e mais a mãe, minha esposa, esperam ansiosas pelo pão que lhes levo todas as noites - e chora.

.......Uma turma de zombeteiros e orgulhosos se pôe à frente do moderno centro de convenções, para ouvir o famoso palestrante espírita, médium de renome, a principal atração do Congresso, que iria ali acontecer. O preço do ingresso, alto e inacessível à média da população, trazia em si a defesa convencional: “parte da arrecadação irá para o lar dos desabrigados atendidos pela instituição...”. Em meio ao luxo e aos brilhos de letreiros chamativos, destaca-se o que mostra o tema do Congresso: A caridade!

.......Em uma esquina, a mulher ainda jovem, em trajes pequenos, como a propagandear seus atrativos sensuais, explica aos patrulheiros que a abordam:
- Minha mãe está velha, senhores. Tenho um filho pequeno que depende de mim. Preciso ficar nessa lida, pois, do jeito que a coisa anda, esta é a maneira que tenho para que eles não passem fome – completa, lastimando

.......Num canto de rua, espíritos de cor escura, entremeando gargalhadas guturais, esperam que se inicie a sessão de bingo na Fraternidade Espírita, regada a bebidas e outras “delícias”, cujo propósito era o de arrecadar fundos para atender aos necessitados da redondeza, apesar da viciosa prática. Curiosos viram quando o dirigente da Casa estacionou seu brilhante carro novo, e assumiu, com cara de choro, a expressão emocionada de autêntico mendigo.

.......Pego em flagrante delito, um infeliz meliante arrogava seus direitos:
-A sociedade nunca me deu oportunidade, sempre tentei ser honesto, mas só recebi recusa e desdém. Não me sobra alternativa senão a de roubar. Roubar para comer.

.......O ocupante do cargo político, assustado, ajeitando suas vestes íntimas a fim de esconder os maços da corrupção, ponderava cioso e convicto: - Todos sabem que parte deste dinheiro é entregue às entidades beneficentes! - com semblante de cândida inocência, assustado diante dos flashes.

.......A música alegre saudava o natal próximo, enquanto nas bancas repletas, livros multicoloridos, de preços elevados, concitavam o serviço da solidariedade, do amor, do Evangelho do Mestre. Nos balanços de anotações os altos lucros registram o progresso da livreira. Mas, com certeza o percentual estava ali, reservado às cestas de atendimento fraterno, em nome da caridade, da benemerência, de Jesus, do Amor, de Chico Xavier, da virtude... E daí por diante.

.......“Ai de vocês, mestres da lei, fariseus, hipócritas, que fecham o Reino dos céus aos homens! Vocês mesmos nem entram, nem deixam entrar aqueles que o querem”. Mt 23.13”

..........................................- Humberto de Campos – Espírito –

Mensagem recebida em sessão pública pelo canal Arael Magnus, no Celest – Centro Espírita Luz na Estrada – Castanheiras- Sabará – MG, em 6 de Dezembro de 2009
Leia mais mensagens recebidas por Arael Magnus em
http://intermedium.spaceblog.com.br/ e em http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/
Ou no You Tube em
http://www.youtube.com/tvintermedium?gl=BR&hl=pt#p/u/0/5TvKGGE4MRw

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A POESIA DE GUILHERME DE ALMEIDA




CARIDADE ATIVA
Poderia ser suave, feliz, bem mais doce
Na experiência da romagem desta vida
Houvesse, de verdade, em nós a posse
Da bondade praticada, real, estendida.

A mão que doa e ampara sempre é ponte
O amor que na luz do céo exultante desce
A alegria que daquele lindo ato acontece
Tem Deus na origem, a razão, sua fonte

Caridade pede atitude, ação pronta, de fato
Mesmo havendo jeito, cuidado e lhano trato
Não pode se limitar à simples peça de teoria

Ao mendigo implorante a ruminar sua fome
O pão duro, seco, puro, dado, ávido come
É seu Deus e bênção; é sua Fé, sua alegria

Guilherme de Almeida- Espírito
Recebida em sessão reservada pelo médium Arael Magnus no Celest-
Sabará- MG, em 29 de Novembro de 2009


EM AUXÍLIO
Dizem que a rosa assume
Seu destino com o espinho
Que nós sejamos perfume
Não os pregos do caminho.


JUÍZES
Pra mim é fácil apontar
Do outro todo defeito
Bem difícil é enxergar
Se estou agindo direito
.

A LUZ MAIOR
Há vultos que descem à terra
Para engrandecer a raça
São seres em que se encerra
De Deus a sublime Graça

Trazem todos uma história
De amor doado em martírio
No bem servir fazem Glória

Da alvura intensa do lírio
Gravada em boa memória
Esparramam áureo delírio
Amor que a todos abraça

A luz que aos ímpios aterra
Mostra Verdade e a vitória
Que a bondade pura enlaça

Exemplo que nunca passa
De luzes, o que mais reluz
Depurando nossa escória
Destacando-se o de Jesus

Guilherme de Almeida- Espírito
Recebida em sessão reservada pelo médium Arael Magnus no Celest-
Sabará- MG, em 29 de Novembro de 2009


PROVAÇÃO
Bate contínua no peito
Latejante, permanente
Acusando
Pede silêncio e respeito
Suplica, chora, a mente
Só cobrando
Dor que derruba ao leito
Devorante e inclemente
Devassando
Crivo de horrores, feito
Escravizante, renitente
Consertando
Lição em filtro perfeito
Purgante do penitente
Vai limpando
Cada um tem o direito
A espernear resistente
Reclamando
Enxergar ali um preito
É de gente inteligente
Resignando
Por converter o defeito
Em virtude consciente
Burilando
No vernáculo escorreito
É a docente competente
Ensinando
Leva a caminho perfeito
E o Mestre feliz à frente
Esperando.

Guilherme de Almeida- Espírito
Recebida em sessão reservada pelo médium Arael Magnus no Celest-
Sabará- MG, em 29 de Novembro de 2009


QUANDO EU FALAR COM JESUS
Eu quero estender minha oração aos que não conhecem Deus
Quero andar junto ao irmão que se enfileira à trilha dos ateus
Pois não existe no mundo miséria, pobreza maior do que esta
Quem o Pai nega, na matéria, seu Criador”consciente”contesta

Quero estender essa oração aos que fazem da Fé um mercado
Pelo mal que nesta ação fazem ao mundo e a si em redobrado
Atolados em negras dores ficarão longo tempo sem clemência
Sofrendo gigantescos estertores pelos efeitos dessa demência

Eu quero estender essa oração àqueles que por meios nefários
Matam anjos, crianças indefesas, em abortos vis, sanguinários
Pois pagarão altos preços pelos crimes hediondos, perpetrados
Os piores pavilhões de dores e sofrer estão a estes reservados

Que esta oração se estenda a todos que ficam no erro atolados
Que implorem o perdão, se revisem, modifiquem seus trilhados
Que sejam prestos, pois não se sabe quando serão convocados
A prestar contas justas, da consciência à qual são endividados.

Quero estender minha mão aos que se arrependerem sinceros
Vou advogar nos céos, em preces, que castigos mais austeros
Lhes sejam minimizados, e que lhes venha plena compreensão
Pois ao que se rende, e se arrepende, Deus não nega o perdão


Guilherme de Almeida- Espírito
Recebida em sessão reservada pelo médium Arael Magnus no Celest-
Sabará- MG, em 29 de Novembro de 2009




OS HAICAI'S


VERDADES

Vir, viver, renascer
Lema da vida, um poema
Inexistir do morrer


SAUDADE
Amor... Distância
Sustento em pensamento
Só, vivo-lhe a ânsia


MONSTROS
Usura, fama, poder
Figuras de mil amarguras
anulando o crescer


VERDADE
Noite de lua cheia
É ao pobre que não se cobre
do frio, noite feia
!

CALEIDOSCÓPIO
No mundo do olhar
A paisagem se faz miragem
Do limite de sonhar


VISÕES
Madeixas dos teus
cabelos, posso assim vê-los
Reais fios de Deus


METAMORFOSE
Pessoa com fome
É fera que se desespera
Humana? Só nome.


DESVIOS
Queda no abismo
Escolhe quem se recolhe
A si, no egoísmo.


NATAL
No palco em luz
Anjos em belos arranjos
No coro a Jesus


PRECIOSIDADE
Lágrima ao chão
Brilhante qual diamante
Luz do coração

VITÓRIA
Ilusória despedida
Da morte, que parece forte.
A Vitória é da Vida


ESTRELAS
Enorme o valor
Felicidade na Caridade
Feita com amor


CONSEQUÊNCIA
Vacilei no erro
Reconheço que mereço
Dor e desterro


ILUMINAÇÃO
Sofreu, suportou
Dura Vida, azeda, sofrida.
Anjo de luz virou.


Guilherme de Almeida- Espírito
Recebidos em sessão reservada pelo canal Arael Magnus no Celest-
Sabará- MG, em 29 de Novembro de 2009



Assista clipes de 400 músicas mediúnicas das mais de 1700 recebidas por Arael Magnus em
 www.youtube.com/user/TVINTERMEDIUM/videos?view=0&shelf_id=1&sort=dd

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

A Poesia de Henriqueta Lisboa - Espírito








TESOUROS

Quero ser fruta macia
Doce, amarela, madura
Para saciar a fome
Dos passarinhos
Que ficam
Famintos
Sem ter um ninho.

Quero ser fonte fresquinha,
Descendo a pé da montanha
Sarando a sede
Com beijos
Aos litros,
E com fartura
Toda secura das almas.

Quero ser chuva fininha
Caindo mansa
Na horta
Fazer crescer,
Bem viçosa,
O rabanete, agrião,
Cenoura, batata doce.
Cebolinha, caridade,
Chocolate no bombom.

Quero ser sol de tardinha
Crepusculando
A toada
Com café quente na trempe
Cheiro de biscoito frito
E conversa
Na soleira.
Até dar sono
Na gente.

Quero ser plena portante
Dessa riqueza imensa
Chamada
Simplicidade.


Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


PREÇOS DE OCASIÃO
Toda dignidade
Pode ser vendida
Numa gota de sicuta.

Toda indignidade
Pode ser comprada
Num tiquitim de perdão.

O mercado tem prateleiras
Arrumadas
Na inversa ordem
De dar a quem tudo tira
Tirar de quem tudo deu
As coordenadas se encontram
E prosseguem,
Cruzadas
No gestatório
Destino.



Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


ASSIM NO CÉU COMO NA TERRA
Perplexas verdades
São caramujos
Dissolvendo-se
Na pedra, úmidos.
Formados rastros
De brilhos duros
Como diamantes

De verdades derramadas.
Ditas assim, na cara
Sem meias palavras
Alguéns até dão a elas
O nome de Pater Noster,
Qui es in caelis,
Fiat voluntas tua....


Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


CICLOS
Os olhos aboticados
Do sapo
São maiores que
A língua.
Espadachins
De desejos
Sonhando
O desequilíbrio
Da mariposa
Que dança
Na flor
Que cospe a semente
Enchendo a boca
Da flauta
Que já flecheia
Os olhos
Aboticados do sapo.

Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


SENTINELAS
Vela
Vela
Vale
Vale
Veio
Veio
Velo
Vê-lo
Vês
Pensar
Em linha
De fogo
Revôo
Estilhaços
A usina
Pulsar.


Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)

- É urgente promulgar a Declaração Universal dos Deveres dos Vermes -


Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


BIS

Triste piano
Chorando Chopin
Acordando lamentos
Noturnos,
Gritantes
Dobrados
Nos lenços
Molhados
De sangue,
Cor de Amora.

Hoje o marfim
Amarelecido
Esconde
Seu timbre
Não chora,
Não canta
Só lembra
Se lembra
Do tempo
Que viva
A flor
Recendia
Perfume
Jambeiro
Em flor

Desce ao caminho...
E ao caminho sobe.
Retine.

Passado feliz
Presente
Assustado
A luz se apagou
Na Ária de Bach
Estupefação!
Os dedos nervosos
Nas teclas pousados
Tocam novamente
Sonatas tristonhas
Que felicidade!
Voltaram os prantos
Dos sons libertados
E a flor de perfume
Espalha nos ares
Cheiro de jasmins
A festa prossegue,
Feliz Imortal
Mozart, Debussy ...
Avencas, acácias
Vivaldi, Strauss...


Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


UM SORRISO DE POETAReinava
Rei navegante
O sol desliza nas nuvens
Lentamente,
Zeloso de não ferir
Os silêncios do poeta.

A tristeza não é má,
O ruído sim.
Barulhos são invasores
Dos aposentos
Fantasmas.
Lança de varar céus.
Decidido caiu no mar, o sol.
Há em volta vultos
De volta
Que espreitam,
Espremem,
Sinistros gargalham
Por não saberem a Graça
De um sorriso de poeta.

Existe a cada verso,
Na elegia
Um núcleo de ressurreição
U’a mista divindade
Tanto bom que sobrevoa
E faz fugir, rugibundos
Os fantasmas
A realidade
Até a vida.

Mas os dedos e os medos
Caem
Sobre o pano xadrez
Da melancolia.
Profundo despetalar
Sonhos impróprios
Dores contadas
Choro dorido
Flor
Da Lágrima.

A coragem de viver...
-“Porque vida é um ato de loucura.
Andar farpado de arame bambo”.
Balouça no cenário violáceo
De sua amargosa
Insistência
Pétrea
Pedregosa
Petrificada..

Sob manto negro
Escura companhia
O rei mergulha no mar
Sucumbente
De negra escuma
Da culpa
Sem culpa, sem lama,
Só alma...

Remorsos
Vagidos rasgam o peito
Gritando
Juramento catedrático,
Da última etapa
Do primeiro mandamento.
A Parca é enganosa
Por não cobrir
A multidão de pecados
Que o Amor cobre.

A Fonte de Amor, ouvindo
Os cantos,
A consciência
Encerra a noite,
Acende a aurora
Num casebre ocre
De papelã janela.

Nasce outro dia,
No colo de mãe
Acolchoado em fadas,
Especial criança,
De especial sorriso
Feliz de poeta,
Dos brinquedos de poeta.
Novamente
O sorriso e o poeta
Em síndrome rubescente,
Reinam...



Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


O PRESÉPIO
Eu inda quero sentir
O branco olor d’açucena
Passar os olhos espertos
Sobre o manto de flanela
Azul, mesclado de tons
De um berço
Com criança.

Eu inda quero escutar
O cantoninar sereno
De uma Callas esquecida
Em bairro de classe média
Esquentando a mamadeira
Nanar o neném
Dormir.

Quero tecer sapatinho
De tricô em ponto-cruz
Casaco, meia, futuro
Enxoval de esperança
Rosa, azul e amarelo.
Sete dias
Cai o umbigo.

Por quê?

Porque há ais...
Há sim longa fila
De espera.
E nela
Serpenteante
De tão longa
Está um rapaz formoso,
A bela moça prendada,
No velho brota bondade,
Uma menininha linda
Com vestidinho engomado,

Seres querendo ser.
Que não conseguem nem ser
Já que ninguém mais quer ser
Josés e Marias ou Marias
A montar rudes presépios
De deixar vir para o mundo
O Menino de Amor
Um pouco viver
Mesmo que um dia
Morrer
Crucificado...


Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


HORA DO RECREIO

Aos braços me traz Cecília
Doce ternura...
Ampara-me qual escudeiro
Bandeira. É muita honra.
Ao som do riso pequeno
Do enormesco Drummond
Fazendo graça, menino
Tri-Quintana, em altos pulos
Conta a última anedota,
- Nada, nada pessoal-,
Diz ao Fernando,
Aos papos bons com Florbela.
Sem poder estoirar
Tambáim rrrio...
Do sotaque Ceará.
Do guilhermante hai-kai
Tudo isso acontece
Na hora do bom recreio
Sob olhar sereno e amigo
Do professor Romanelli.
Não quero dizer mais nomes
Mas são muitos, aos milhares
Uniforme azul e branco,
Somos só colegiais,
Ainda primeiro grau.
Do Instituto Educacéu
Tocou a sirene,
Voltemos à aula.
Viva a hora do recreio!



Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


AMANHECERES

Os jardins de memória
Mostram vasos
Órfãos de suas flores.
O diabo vestido de velha
Rega terra seca.
Rega
Passado, espelho que olho.
No regador esperança,
Verde asa de Louva-a-Deus.
Das estrelas o piscar carrega
Luminíscia madrugada
O anjo vestido de moça
Seca toda terra cega.
Seca.

Olho pela fresta da janela
E concluo que não tem lua
Nem janela,
Nem fresta,
Nem olho
Nem velha,
Nem moça.
Cartesianamente concluo,
Logo...
Há o anjo vestido de
Anjo,
Que não rega mais suas
Rugas,
Que não rasga mais as
Regras,
Que enruga as rusgas
Cegas.

Num regador esperança
Os arqui-suspensos
Jardins de memória
Mostram vasos exibidos
Exibindo novas flores.
São girassóis
Que incendeiam
A alvorada
Do Louva-a-Deus.



Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


NATIVISTAS
Escutai...
Não doem minhas feridas,
Cicatrizes
De mim fugiram como
Lambaris doirados
Adorados
Levaram na mala
Maldade e rancores
Na densa fumaça adernou
Aquela vontade louca
Fiquei no meio frio da estrada
Despertando
Graminhas
Que dormiam sob
O orvalho.
A graminha chamei-a
Vida,
E o orvalho,
Saudade.



Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)


A UM MÉDIUM
Colho teus suores
Que enchem de
ansiedade
As sombras de redor
Balsâmicas gotinhas
Inundando de amor
Corações vazios.
Ciciar do grafite percorre
Papel inquieto, molhado,
Minar.
Dando de ti
Humilde,
Pontos de seiva
Imortalidade
Alma, das almas.

És de um rio
Atraque singelo
Amarrado, mambembe
Às beiras lodosas,
Derramas certeza
Variados matizes.
Ânsias e
Holofotes
Marginando
Fecunda
Tempestade
Aos estéreis reinos
Da descrença
Lanças dúvida
Devolvem ironia
O fruto é bom
Vê-se, teu não é
Ruim, quanto pior
Óbvio, mistificas .

Sofro a angústia
Tua angústia
Pela obscenidade
Da ingratidão,
Desconfiança ferina,
Maldade.
Passo cambaleante
Sob peso de cruz aceita
Abandono,
Solidão, exílio.
Dessocialização completa
Incompreensão
Bailando ao som de réquiem

Vigiam-te, títeres
Enlameados,
Vasculhadores
Vampirizados,
Insulam-te
Minudências da hiena
Espreitando carcaças
Por não achá-las
Babuja a calúnia, injúria
Barrelas que dela trazem.

Vejo-te o infranzido perdão
Na pertinácia
Da sequência disforme.
E,
Pelos que vem, vieram
Virão
Te beijo agradecida,
Retribuo-te o ombro
Meu apoio e braço
Coração insuspeito.

Canal, afluente ligante!
Ponte, travessa peroba
Podia mais enxergar
Ainda muito,
Bem mais.
Porém nada mais vejo,
Nem quero
Porque a luz tonteante
Que vem
De quem, nesta
Homenagem
Te abraça
Cega-me toda,
A mim,
Ao mundo. .
Ao te abençoar.


Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará


O PEIXE
Poesia é igual a peixe
Comprado no mercado
Pescado nos arroios
Grandes mares
Ou no poço.
Primeiro olha-se o olho
Olha-se o olho primeiro
Em seguida sinta o cheiro
O cheiro dá procedência
Depois apalpe a cor.
Verdadeira ela tem cor.
Fa-la-á picada, em postas
Temperada ao violino
Refogada
Em sentimento.


Henriqueta Lisboa – Espírito
(Poesia recebida via mediúnica por Arael Magnus, em 22 de Novembro de 2009, em reunião reservada no Celest- Castanheiras – Sabará)
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Nota da Presidente- Nesta reunião estiveram também presentes os espíritos dos poetas Guilherme de Almeida e Paulo Menotti Del Picchia, que deixaram, respectivamente, 21 e 8 poesias, poemas, sonetos, e o primeiro lindos “hai-kais”. Além das 15 mensagens acima, o espírito da inspirada poetisa Henriqueta Lisboa marcou sua presença com mais 37 poemas, poesias e pensamentos, que serão em breve colocadas à disposição dos interessados. Devido ao espaço, muitos estão sendo colocados diretamente no blog da TV Intermedium, ou seja, http://intermedium.spaceblog.com.br/
e em http://araelmagnus-intermdium.blogspot.com/
Ou no You Tube em http://www.youtube.com/tvintermedium?gl=BR&hl=pt#p/u/0/5TvKGGE4MRw