quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Betinho 1 de 5- espírito

Herbert de Sousa - Betinho - espírito


TRÉGUA CIDADÃ

 ( 1 de 5)


              O meu desejo agora era estar aí, no Rio, em Botafogo. Ficar plantado na entrada da favela e, encarando de frente o miniistrão, dizer a ele: " Xô...passa daqui... tira o coturno da mesa das famílias!". E diria pra tropa: " Esquerda...volver!"
             Porque o que está acontecendo é de uma estupidez inimaginável. Pior do que a violência do tráfico, dos assaltos a bancos, dos assassinatos é esta continuidade da invasão, agora com as forças armadas, como se o problema tivesse causa nas favelas, e é exatamente o contrário. As favelas, a pobreza, a mendicância, são efeitos da roubalheira, da corrupção, do domínio político, da elitização, da desigualdade social. Simples e cristalino.
             O prosseguimento dessa estrepitosa e indecente campanha contra as favelas, iniciada por governos corruptos, podres, com as upps, (cuja sigla acho que deveria ser fdps), precisa ser contido, imediatamente estancado, arrolhado, sob pena de estarmos criando uma sociedade pior do que a que aí está, com um foco social comprometedor, inconcebível, conceitualmente genocida. Estão implantando a semente do terrorismo no país. Estão aplicando fortes doses de antibiótico no cocô, ... produzido por eles.

          TRÉGUA CIDADÃ!

Esse pessoal, que diz governar, tem que entender, (e já passou da hora) que se não forem atacadas, em seu cerne, com vigor, com determinação e com solidariedade, as causas, não adiantam essas aberrações arrogantes e arrotantes, que nada resolvem e só agravam o problema. Atacar a fome, o desemprego, a impunidade dos grandões, acabar com esse descalabro moral dos políticos, com ousadia, coragem e constância, atacar a razão, a origem da miséria, é a única forma de resolver essa crise de insegurança, de violência, de clandestinidade. O resto é covardia paliativa.
Os blindados soldados e os tanques de guerra não têm que entrar na favela, não só por causa dos becos, mas porque moralmente isso é um descalabro. O urutu não faz curva, nem se esgueira, porque ali, aquele terreno, aquele pedaço de morro foi ocupado há séculos, porque era imprestável aos ricos e aquinhoados, e só os miseráveis, os que nada tinham, para ali se dirigiam, porque também no pé do morro estava a casa do senhorio, do patrão, a quem serviam, de quem cuidavam. E subir a toda hora com equipes fortemente armadas vai ensejar uma resposta nas mesmas proporções, e aí vêm as tragédias, com famílias despedaçadas, pela irresponsabilidade de "governos e comandantes", muito corrompidos.

         O PROBLEMA É MAIS EMBAIXO

          Não é nos altos do morro nem nas baixadas pantanosas. A causa está nos confortáveis condomínios de alta classe, nos arejados escritórios, nos palácios, nas instituições podres, abrangendo (des) governos, e (in) justiça. É mais na Barra do que no barro. É mais Vieira Souto do que Beco da Marmita. A concentração de renda de uma minoria suja, corrupta, (não existe fortuna inocente!) e o despejar dos efeitos da crise sobre as classes mais sofridas, coloca as opções de sobrevivência em patamares de mendicância ou banditismo, e na maioria das vezes, os dois.
O certo é reduzir a desigualdade, diminuir a miséria crônica, acabar com a favela, não com o favelado. Subir o morro com força de guerra é recair no mesmo erro do já cometido pelas elites imperialistas, que ainda pagam alto preço, como as guerras do Vietnã, do Afeganistão, do Cambodja, e muitas outras situações, onde se vê que a força nem sempre é representada pelo poder bélico, mas por situações pontuais, de características e peculiaridades distintas. Aqui estão semeando, com essa estratégia idiota, grupos terroristas, nos moldes dos que já estarrecem o mundo.
A criminalidade das favelas é alimentada pelo Estado, sobretudo por sua ausência. O bicheiro, o traficante, o contrabandista não teriam força de persuasão se houvesse alimento (fundamental!) educação, saúde, através de políticas de emprego, de planos honestos de combate ao déficit habitacional.
"Ah...isso é utopia..." - diriam, mas não é!. É solução !!!... e pasmem, solução mais barata que essas idiotices que cometem com esses deslocamentos e "projetos" de ocupação, desastrosos, criminosos, ineficazes, camuflantes da mixórdia que existe nas quadrilhas intrapalacianas. 

FAVELA É COLMEIA- Muitas abelhas, alguns marimbondos-

É indispensável que se compreenda a estrutura celular dos aglomerados. São  integrantes interdependentes, aliados e inseparáveis. Não é força de retórica ou análise superficial, é experiência vivenciada. O organismo social chamado favela é muito mais complexo do que o maniqueísmo que querem compor. Não existem só honestos, nem só criminosos, nem só marginais, nem só puros ou impuros, mas (prestem atenção!) todos são tudo ao mesmo tempo, conforme as circunstâncias! Ali as famílias formam um resistente e maleável corpo composto, onde se aliam o bem e o mal, onde se encontram as facetas angelicais e satânicas, ao mesmo tempo! E o mais importante, a postura das famílias é humanamente compreensível, pela lei de sobrevivência, pelo natural instinto de proteção e defesa! 
         Não adiantam as investidas em querer desmantelar as quadrilhas, desbaratar as bocas de fumo, acabar com as gangs, sem compreender antes o entrelaçamento, a capilaridade familiar que cerca as comunidades e os aglomerados. Muito mais que os núcleos sociais da elite ou classe média, que se isolam, se distanciam, se colocam em posições diferentes, que se digladiam entre si, nas comunidades faveladas o sofrimento e a miséria são elementos aglutinadores. A melhor solidariedade é a que assistimos nas casas pobres, onde "a mãe perde toda a fome quando só há um pedaço de pão". Onde a “água no feijão” é muito mais que um verso do sambista. O sofrimento modela a compleição familial e vizinhal, em têmpera inquebrantável, heróica e destemida. É como se fosse uma multiplicação dos quilombos, com aquela homogeneidade, por situações muito análogas. Tal qual os antigos clãs, feudos e núcleos parentais, que se sustentavam na assertiva de que "não é permitido nem mesmo viver se o bastião a que pertençam for ameaçado."
            E isso é uma característica animal, insuperável, insubstituível, das classes, das tribos, dos guetos. No caso, recoberta por uma extraordinária capa de resistência adquirida no sofrer miserável, na pobreza. 
            A reação, a resposta pode ser muito mais violenta e eficaz do que se imagina, porque a Fome e o desejo de vingança, se sobrepõem sempre a qualquer virtude.

           A PIROTECNIA TEM QUE DAR LUGAR À AÇÃO RESOLUTIVA-

          Sei que muitos devem estar conjecturando que estou repetindo velhas e surradas teorias. Mas não estou! A realidade, que agora melhor observo, pode me confirmar, com ênfase, que o buraco é mais embaixo. O Rio, há mais de dez anos vem convivendo com essa "solução mágica" das upps. Mas de repente explodem não as luzes copacabanescas, mas os escândalos oficiais, ribombando em nossas consciências, com o desbaratamento (ou desratização) de ocupantes do poder, muito corruptos, e a cada dia mais se descobrem os desvios, que atingem cifras estratosféricas. Quer dizer, enquanto faziam as “unidades”, se pilhavam os trilhões. E, claro, há muito ainda o que descobrir, e expor essa farsa promovida. 

QUESTÃO CROMÁTICA

            Indispensável e imediato que se troque a cor dos uniformes que sobem e invadem as favelas. Queremos o branco da saúde, o amarelo da alimentação, da cesta básica, o azul da educação, com os jalecos dos professores. Os caminhões têm que ser usados para levar fardos de comida, equipamentos esportivos e culturais, e tenham certeza, essas cargas não serão saqueadas. Transformem essas inúteis estações e postos de polícia em salas de aula, em restaurantes comunitários, em unidades de saúde, em creches, em quadras, e (PRESTEM ATENÇÃO!) em menos de 5 anos estarão reduzidas as taxas de violência e de criminalidade, a patamares muito baixos, com redução de mortes, de crimes, de tráfico e de roubos de forma real, definitiva! Podem apostar em redução de 80 por cento, em menos de cinco anos! 
           Diriam os acomodados: "Isso é muito irreal!". Sim ...É um programa ousado, mas factível, exequível, que contará com o apoio de todos, claro, todos os que se interessem em resolver o problema, não mascará-lo. E, a não ser uma tragédia gigantesca (que pode ser provocada inclusive por essas atitudes irresponsáveis) como o uso de bombas, que deixe tudo a cinco metros abaixo da superfície, não existe outra solução. Têm que tirar o uniforme verde e cinza das favelas, dos aglomerados, das baixadas, das comunidades, já! Mudem o cenário, abaixem as cortinas e troquem a ópera bufa, trágica e assassina, por uma peça onde a solidariedade, a inteligência, a fraternidade, a educação, a alimentação, a saúde, o emprego, o respeito humano, a cidadania sejam efetivamente os atores principais. O resultado é infalível, rápido e....muito mais barato.
            É urgente uma TRÉGUA CIDADÃ! Desarmamento primeiro da polícia, fim destas assassinas operações que vitimam inocentes, além de bandidos e despreparados (ou mal aparelhados) policiais. É preciso ver as crianças irem pra escola, ou jogar bola na rua. 
Façam uma varredura no contingente policial, expurguem os apodrecidos, preparem melhor a tropa, fortaleçam os sistemas de prevenção, com inteligência. Desmontem os sistemas de comunicação dos presídios. Valorizem o bom policial, não com fuzis e escopetas, mas com salário digno e cursos. Prossigam o aparelhamento para conter os roubos de cargas, os assaltos a bancos, vigiem as entradas das favelas, mas tirem o pé das mesas das famílias! Já.
Não se façam de desatentos, e mandem os soldados das forças armadas vasculhar as fronteiras, impedir a entrada de drogas e armas. A tropa de 40 mil que está no exterior é suficiente para vigiar TODAS as fronteiras terrestres, aéreas e marítimas brasileiras. 


  *D. Apolônia- uma história real

Para refletir, conto essa história real (e já conhecida!), que ainda é repetida aos milhares, que fotografa o fenômeno da capilaridade, das ligações, da estrutura e organismos das famílias, nas favelas. Isso pode melhorar a compreensão.
Apolônia morava na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, e trabalhava no Catete. Era amiga da senhora que fazia o trabalho doméstico lá em casa, no Botafogo.  Conheci-a no Largo do Machado, num ponto de ônibus, enquanto conversava com nossa auxiliar. Simpática e receptiva pediu-me que eu fizesse uma carta de apresentação para a filha, para que esta tentasse uma vaga de emprego. Eu ia sempre por aqueles lados, pois comprava umas broas numa padaria da São Clemente, e gostava de ficar por instantes, no Largo, ao lado de uma floricultura. E numa tarde, quase noite, ela se assentou ao meu lado, dizendo que não poderia ir embora naquela hora, pois tinha que esperar uma filha que fazia um curso até às 8 da noite. E desfiou seu rosário.

  Nasceu no Rio, no Morro dos Macacos, criada pela avó, com mais 4 irmãos. Aos 16 anos conheceu um senhor já maduro, que prometendo-lhe uma vida melhor, levou-a para a Vila Cruzeiro, onde ela morou por mais de 50 anos, até morrer. O marido deu-lhe 6 filhos, uma escadinha, com espaço de 1 ano entre eles. Foi assassinado numa noite chuvosa, quando chegava do trabalho, na entrada da Vila, pelo caminho da Igreja da Penha. Morto, segundo o boletim, por bala perdida, mas que as testemunhas que assistiram, afirmam ter sido executado por policiais que faziam uma varredura no local. Com seis crianças pequenas foi auxiliada e acudida por vizinhos, e começou a trabalhar em casas de família.  Conseguiu criar os meninos, com dificuldade, mas sempre com muito cuidado.

Rapazes e moças tiveram rumos diferentes. O mais velho se alistou na Polícia Militar e chegou a sargento. Duas das meninas se casaram cedo e logo vieram os netos. O filho caçula não quis estudar, e como ficava mais sozinho, se envolveu com más companhias, e daí para as drogas, o tráfico e o crime foi um pulo. Uma das meninas resolveu estudar e fez curso de auxiliar de enfermagem, estagiando e trabalhando num dos hospitais da cidade. Não quis se casar e morou com a mãe até o fim desta. O segundo filho completou 18 anos e foi pra São Paulo, não dando mais notícias.  

Assim, quando havia “blitz” na Vila era um desespero para ela. A primeira apreensão era quanto ao caçula, que poderia ser morto, ou como acontecera já algumas vezes, preso. E a outra era pelo fato de temer a vingança por parte dos traficantes e milícias, devido ao seu filho mais velho ser policial. Por ser muito prestativa, era muito querida na região, já que não se recusava a ajudar quem dela precisasse, em caso de doença, ou outras dificuldades. Quando vinha a polícia, temia pelo caçula, e quando não aparecia a força de segurança, temia pela vingança contra as meninas, netos, genros e pelo filho sargento. Era o terror permanente, que não demorou a se concretizar. Numa tarde de sábado, quando chegava do serviço, o número incomum de pessoas na porta de seu barraco já indicava problemas. O caçula havia sido assassinado, com 8 tiros, num confronto com a polícia. Pouco tempo depois, numa emboscada próxima à sua casa, mataram seu filho mais velho. Dizem que foram membros da milícia local, outros, que foram os traficantes. Enfim, a dor não queria saber de onde partiram os tiros. O que restou para a mãe, os irmãos, os netos, os sobrinhos, os tios? A indignação e raiva represada. As mães, as crianças, os jovens, os bons são a grande maioria das favelas, mas ardem-se por dentro de dor e indignação. E... a carta de apresentação de nada valeu.

SOLUÇÕES? TEM!

Essa conversa que tive com ela marcou-me profundamente. Acentuou a necessidade em fazer alguma coisa, além do "Fome Zero". E são delas estas palavras; "Se pelo menos tivesse creche, onde eu pudesse colocar meu mais novo... ou se a escola funcionasse.... ou se tivessem me ajudado quando procurei ajuda pra interná-lo numa clínica para tratamento de drogas...."- eis o encontro e todas as respostas. A ausência e insensibilidade desonesta do Estado é a primeira pedra do dominó que cai. As outras são conseqüências. E daí se percebe que quando se ataca ou se entra na favela, há um organismo, um corpo monolítico, entrelaçado, que não admite a violação de seus limites, coletivos ou individuais. O rancor, a mágoa, a revolta ficam, permanecem, mesmo que por um tempo se mantenham adormecidas. 

               Mas, podem estar certos que, mais de 90 por cento dos que moram nos aglomerados, nas favelas, nos morros, nas baixadas, nas comunidades marginalizadas, são constituídas de pessoas do Bem, com caráter e nobreza, com perfeita noção do dever, da retidão, das virtudes. São pessoas que estão sempre a favor da Justiça, que respeitam as leis e a polícia.  

           Não a justiça “injusta”, não a polícia que mata seu filho, seu irmão, seu pai, sua mãe, seu sobrinho, sua tia, seu tio, a criança do vizinho na escola, na rua, nos confrontos mentirosos. Ali há uma sociedade que vai todas as manhãs ao trabalho, para ajudar os ricaços, os barões, os ladrões de gravata, às madames corruptas. Vai limpar privadas, vai catar cocô, pra levar pão digno à sua casa. São estes muito mais que 90 por cento. Digo que a proporção pode ser inversa nas classes dominantes (com certeza no meio político), na elite, na aristocracia, que insensível e podre, não tem olhos para a miséria e a fome, e quer resolver com matança, com violência, com "leis mais fortes". Idiotas carniceiros defendem leis  inclementes (até a pena de morte!) para os pequenos. Defendam, antes, a aplicação dela para os graúdos, para os corruptos, para os que praticam a pornopolítica! Porque a solução não é emocional, nem intelectual, mas POLÍTICA.  Vejam a etimologia, onde política é a atitude do CIDADÃO que reside nas pólis (cidades), pois é aí que se encontra a solução, o caminho, o vetor, o direcionamento. Claro que não me refiro a essa desgraceira que existe no Brasil. Sem os trambolhos imorais das podrebrechas e JaBáS. Mas......a POLÍTICA SÓ É HONESTA SE FOR SOCIAL!!!!

MORTADELA E COXINHAS....

Eu dissera certa vez que, “há mudança no Brasil. Ela não corre, mas ocorre”. E é preciso ocorrer, ainda que lenta! E assim, mesmo tendo o direito de errar, tentando acertar, não se concebe insistir no erro, porque aí já é sacanagem. Repetir as cags é inconcebível. A podridão política hoje no país é um verdadeiro jogo de xadrez. Não desse maravilhoso jogo de origem oriental, persa ou indiano, que é ao mesmo tempo esporte, arte e ciência, como deveria ser a verdadeira prática política. Mas Xadrez de cadeia, de cana, xilindró. Tenho aplaudido daqui o estoicismo e coragem de juízes malucos, doidos varridos, que ousadamente estão colocando esses ditos poderosos nas celas, pra ver o sol nascer quadrado! Como meliantes que são, como ladrões que são, é o lugar em que cabem. 
Desaprendi, há algum tempo, de rezar, mas, tenho me esforçado para pedir que os anjos guardiães protejam esses que se revelam autênticos cidadãos cumpridores de seus deveres, e não se agacham diante das súcias, de bandos de delinqüentes, que se travestem de políticos, enfiando-lhe na fuça as algemas ou tornozeleiras. Claro, ainda há muito por fazer, ainda prevalecem canalhas vendidos, os ...marmotas, cujas cabeças podres, se chacoalhadas, fazem barulho de moedas...trinta! Mas, apesar disso, a indignação da turba se ouve, e isto é saudável, mantém a esperança. 
O maniqueísmo criado entre coxinhas e mortadela já não é verdadeiro. Porque o explodir das fedorentas fossas demonstra que são feitos da mesma massa, têm origens comuns, o mesmo tempero. São compostos de carne de rato (iguais aos que ainda estão no mercado), putrefatos, malcheirosos, contaminados. Hoje tentam camuflar a salsicha, revestindo-a com a farinha vencida da mídia vendida, mas já se sabe que apenas escondem suas garras de ratos, bandidos descarados. A decepção dos que um dia sonharam uma governança limpa, honesta, aumenta a cada dia mais, ampliada na amnésia cínica e covarde dos que chegaram a ser o sonho da transformação. Coxinhas e mortadelas, acompanhados de farofas nauseabundas, de miúdos de vermes (apelidados de pequenos partidos) ...vergonhoso quadro da grande maioria dos ocupantes do enojável poder, hoje! A diferença entre eles e o lixo é que o lixo é reciclável, eles não. ( ou seja...tomara que não!)
           Mas, se os "cagões" se enchafurdam na lama da devassidão e imoralidade, há que se  ter o foco imutável de que a POLÍTICA, ou seja o exercício da cidadania, é o caminho da retomada do equilíbrio social. E recorro a Luther King, quando este proclama que o que incomoda não é o grito dos maus, mas o silêncio e omissão dos bons. E os bons são maioria? Provem isso, abram o peito, e se manifestem!

          TRÉGUA CIDADà
          (ou Síria, Iraque e Afeganistão, juntas!)

          Não me interessa agora a opinião (de quem quer que seja!) acerca dessa minha declaração. Sempre tive a descompostura de falar o que queria, sem pedir licença a ninguém. Trazido aqui por tia Rachel* (com quem brigo dia e noite), acode-me a necessidade em alertar sobre o sério risco que o país corre, não só no Rio mas em todos os cantos. A continuar esse esmagamento, vão se proliferar “núcleos de resistência”, nos aglomerados. E oportunistas já estão a postos, para criar células de terror. Aliás, se o serviço de inteligência oficial fosse mais eficiente já teria detectado a formação destes em pontos como no Alemão e em sampa, na Carrão. O que estariam os africanos fazendo ali, a não ser “escolando” suas táticas criminosas e terroristas, além do tráfico de drogas e armas? As centenas de assaltos a bancos são fatos isolados, gerados por meliantes comuns? Para onde os farquianos revolucionários, que não aceitam a trégua, vão desovar suas armas escondidas? Claro, buscarão aqueles a quem um dia ajudaram com grana, óbvio. Elementar meu caro Uóchito!
            Ou se muda o viés político, com destinação de verbas para as necessidades citadas, ou estarão criando focos terroristas piores do que os assistidos agora. 
            A burrice é tão grande, que vão descobrir que fica mais barato gastar com alimentação, escola, saúde, cursos profissionalizantes, cultura, emprego, do que essa avalanche de dinheiro jogada fora nas macabras e estúpidas incursões das forças armadas e policiais, contra uma população já estuprada pela fome e miséria. Isso sem ao menos tocar na enxurrada da corrupção.
           Antes de voltar (ele já voltou!) meu amado irmão Henrique presenteou-me com uma charge linda (e sacana!) onde eu era o D. Quixote, montado, não no Rocinante, mas no dragão da corrupção. Sancho era o Darcy, e falava... falava... falava... 
           Assim aproveito para mandar meu abraço a todos, e um beijo ardente e carinhoso (que tenho dado!) em todos os meus queridos, e em especial na minha amada Dulcineia, que em meu coração ainda tem acento (ou assento).
Ainda não “tenho dito”, pois voltarei. Espero que não prendam os carteiros!
  Se o ministrão se invocar com a encarada, digo o que dizemos em Bocaiúva:       “Achô rúim? Vem aqui me batê, se ocê fô home!”.


Herbert José de Souza
-espírito-


Mensagem recebida pelo canal Arael Magnus em reunião no Ceuld, em Porto Seguro- Ba, no dia 8 de agosto de 2017 .
Fale com Arael pelo fundoamor@gmail.com